- Foto: Jair Amaral/EM/D.A PressO Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) espera uma reação positiva do mercado de imóveis usados com as mudanças no financiamento bancário anunciadas na terça-feira pela Caixa Econômica Federal (CEF). Segundo Evandro Negrão de Lima Jr., presidente da Sancruza e vice-presidente da entidade, as novas regras devem aquecer a venda de usados e repercutir também na venda de imóveis novos. As medidas da CEF para reaquecer a demanda por crédito imobiliário no país já eram esperadas pelo mercado imobiliário e trazem esperança para compradores e empresários da área. “Esperamos que as pessoas que estavam tendo o financiamento negado tenham agora nova chance”, afirmou Negrão de Lima.
A presidente do banco, Miriam Belchior, anunciou a ampliação da oferta de crédito para novas contratações, o aumento da fatia financiável de imóveis usados e a reabertura das operações de financiamento do segundo imóvel. “Essas medidas têm duplo impacto, uma vez que viabilizam o acesso à moradia para a população e aquecem o segmento da construção civil, gerando mais emprego e renda”, observou. A expectativa é elevar o volume de contrações em 13% em 2016, o equivalente a 64 mil unidades habitacionais a mais, sendo 29,7 mil financiadas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 34,3 mil pela poupança.
A elevação da oferta de crédito para novos empréstimos utilizará recursos adicionais do Fundo de Garantia. Dos R$ 22,5 bilhões liberados em fevereiro, pelo Conselho Curador do FGTS, R$ 16,1 bilhões (72%) serão destinados à CEF. O banco aplicará, ainda, cerca de R$ 7 bilhões na linha pró-cotista, que permite a trabalhadores com conta ativa no fundo financiarem 85% do valor de imóveis novos e usados – em áreas urbanas e de até R$ 750 mil – pelo prazo máximo de 30 anos, a taxas de juros entre 7,85% e 8,85% ao ano. O formato já existia, mas como mostrou o Lugar Certo do dia 28/2, na prática esse tipo de financiamento não estava sendo liberado.
Evandro Negrão de Lima Jr., do Sinduscon-MG, acredita que novas regras devem repercutir também na venda de imóveis novos - Foto: Eduardo Rocha/EM/D.A PressA CEF prevê ainda linha de R$ 2,4 bilhões com taxas especiais para construtoras de todos os portes: dinheiro para financiar a produção de imóveis de até R$ 500 mil. O aumento da fatia financiável de imóveis usados para até 80% de seu valor (70% para trabalhadores da iniciativa privada e 80% para servidores públicos) deve destravar o mercado imobiliário para os segmentos das classes média e alta, em que o imóvel atual é utilizado como entrada na compra de um novo. Essa medida, segundo Negrão de Lima, é especialmente importante já que nos últimos meses o percentual de financiamento para imóvel usado tinha sido reduzido de 80% para 50%.
VANTAGENS “Isso é bom para as incorporadoras e para as imobiliárias, pois amplia, consideravelmente, as facilidades de venda
. Podemos esperar agora um maior volume de financiamentos, que caiu mais em função da rigidez das instituições bancárias do que pela demanda. Hoje, temos mais demanda que dinheiro disponível para ser emprestado”, explica o empresário, que reforça as vantagens do financiamento imobiliário em tempos de crise econômica e aumento dos juros. “Agora que a taxa de juros subiu, o financiamento imobiliário é uma vantagem, porque tem uma taxa de juros bem pequena em relação a outros bens. Enquanto houver linha de crédito vai ter gente querendo usar”, acredita.
A CEF anunciou, ainda a reabertura de operações de financiamento do segundo imóvel com as mesmas condições (taxas de juros e prazos) oferecidas para quem está comprando o primeiro. “Dessa forma, o cliente poderá ter dois imóveis financiados ou ter uma folga de tempo para vender o seu primeiro imóvel”, afirmou Miriam.