Fechado o grupo, os consorciados pagam uma prestação mensal, composta de uma parcela do fundo comum, que corresponde ao valor do bem, dividido pelo número de parcelas; fundo reserva; taxa de administração e um seguro contra morte. Segundo o especialista, a contemplação do consórcio pode ocorrer por sorteio ou lance. No sorteio, o consorciado concorre com os demais integrantes do grupo e a contemplação é aleatória. “No sistema de lance, o consorciado oferece uma espécie de adiantamento das prestações e é contemplado aquele que oferecer o maior lance. Se o consorciado pretende optar pelo lance, é bom ter cuidado com dois pontos: lance embutido e forma de apuração do lance vencedor (para grupos com carta de crédito de valores diferentes)”, alerta Delfino.
POUPANÇA ADMINISTRADA Ariano Cavalcanti de Paula, presidente do Sicoob/Secovicred, cooperativa de crédito do mercado imobiliário, sempre entendeu o consórcio como uma opção de poupança administrada, uma alternativa para quem não tem o recurso à vista para aquisição do bem. Sobretudo para quem não tem reserva para a entrada de um financiamento tradicional. “O que, às vezes, não é observada, é a competitividade da sua taxa. Em tempos de Selic a 14,25% ao ano (que por si já equivale a taxa efetiva ao mês de 1,12%), a taxa efetiva do consórcio, apurada ao final do seu período, pode ser muito interessante
Ele reforça que a taxa de administração dos consórcios incide sobre o período total do seu grupo, ou seja, taxa de administração de 14% para consórcio de 180 meses será de 0,08 % ao mês. “Claro que se trata de uma taxa nominal rasa, sem os acréscimos de seguros, atualizações de valores, lances. Considerando os demais custos, a taxa efetiva ao mês pode variar entre 1,10% e 1,25% ao mês, o que torna essa opção muito competitiva em relação até mesmo ao financiamento imobiliário tradicional. Se compararmos com outras modalidades de financiamentos, o consórcio vai ganhar com larga diferença”, defende.
Em outra modalidade, o consórcio pode também ser opção para levantamento de capital de giro. Numa operação estruturada, é possível comprar um consórcio para adquirir um bem de uma pessoa (física ou jurídica) do mesmo grupo ou família, realizando um “refinanciamento” a custos menores que os praticados nos bancos, que hoje variam entre 1,80% e 2,5% ao mês, contra 1,25% do consórcio. Mas é importante buscar a orientação de quem entende, escolher um consórcio com boa reputação, pesquisar sobre o grupo cuja cota pretende adquirir, verificar a média dos lances e adimplência dos seus membros. No mais, é torcer para ser sorteado logo.