Pesquisa realizada a pedido do Sindicato da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) mostra que, em maio, a venda de imóveis residenciais novos em Belo Horizonte e Nova Lima subiu 41%, passando de 251 unidades comercializadas em abril para 354. Como o volume de lançamentos foi de 61 apartamentos, novamente inferior ao de venda, o estoque nas duas cidades registrou nova redução em maio, de 4,8%, chegando a 4.897 unidades, menor patamar do ano.
O mesmo foi registrado no segmento comercial, quando os lançamentos ficaram abaixo do volume de vendas. Foram 51 novas unidades que entraram em oferta contra 69 comercializadas, causando redução de 2,6% no estoque. O mês fechou com 678 imóveis comerciais disponíveis. A pesquisa também revelou que, de abril para maio, o preço médio do metro quadrado residencial em Belo Horizonte e Nova Lima subiu de R$ 7.252 para R$ 7.294. Em dezembro, seis meses antes, o valor era de R$ 7.076.
José Francisco Couto de Araújo Cançado, vice-presidente da área imobiliária do Sinduscon-MG, explica que essa pesquisa fornece dados mais precisos do mercado imobiliário de Belo Horizonte e Nova Lima. “Ela é feita com praticamente todas as construtoras da cidade, que informam o que foi lançado, o que foi vendido e o volume do estoque. E podemos observar a tendência, desde o início do ano, que o número de lançamentos não acompanha o volume de vendas
“No último ano, tivemos como parceiro nos negócios imobiliários um sentimento chamado medo. Tudo reflexo da tal crise econômica, social e política do nosso país. E com tanto medo, com tanto receio por parte do consumidor, as construtoras realmente se retraíram. Em Belo Horizonte, especificamente, tivemos uma situação pontual, que foi o novo Plano Diretor da Cidade, em tramitação na Câmara Municipal. E as construtoras correram para aprovar projetos que se beneficiassem do plano diretor vigente. Mas como começar a construir se o mercado está difícil?”, aponta Cássia Ximenes, presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG).
RETRAÇÃO O movimento atual do mercado imobiliário na Região Metropolitana de Belo Horizonte está diretamente relacionado com a crise que assola o país há dois anos. Com a retração na procura por imóveis, as construtoras diminuíram a quantidade de novos empreendimentos, retardando a reposição
Essa equação, então, abre o caminho para a valorização do preço do metro quadrado na cidade, que vem sendo menor que a inflação. Retomado o ritmo de vendas de dois anos atrás, sem as empresas conseguirem repor de imediato o número de unidades disponíveis, diminui a capacidade de negociação do consumidor, que, atualmente, conta com condições muito boas. E um fator é certo: o estoque mais antigo tem preço melhor que futuros lançamentos.
“A lei da oferta e da procura é que determina preço, o que vai ser construído, onde... Ela é que manda. Por isso, percebo que a hora de comprar é agora. Estamos em um momento perfeito para a negociação de imóveis: unidades disponíveis e boas condições de negociação. Se essa tendência atual seguir pelos próximos dois anos, com menos oferta e maior procura, o preço tende a ser impactado. E acredito que a tendência é de valorização, de preços crescentes”, orienta Ximenes.
Para Cançado, quem tem interesse em adquirir um imóvel deve aproveitar a oportunidade do momento. O primeiro semestre deste ano foi muito bom para o comprador, com facilidades como imóveis com taxas quitadas (registro, ITBI ou até mesmo IPTU) e entrada zero, por exemplo, mas a tendência é que isso mude no próximo ano.