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Mulheres corretoras

Mulheres representam 30% dos 25 mil corretores de imóveis atuantes em Minas Gerais

Mercado imobiliário registra presença crescente do sexo feminino atuando na área. Hoje, elas representam 30% do efetivo em Minas

Augusto Pio
Para Cássia Ximenes, uma das diretoras da Sílvio Ximenes, acabou a era do Clube do Bolinha - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
As mulheres estão com tudo e não estão prosas, basta ver que, em BH, elas representam 30% dos 25 mil corretores de imóveis atuantes em toda Minas. Para se ter uma ideia, no Brasil, a participação delas é ainda maior, pois representam 48% dos profissionais da área em atuação. Ao longo dos anos, as mulheres brasileiras vêm conquistando espaço no mercado de trabalho. Elas ocupam hoje áreas antes dominadas pelos homens, vistas estritamente como um universo masculino. Um dos setores em que essa maior presença pode ser observada é no ramo imobiliário. De acordo com pesquisas exploratórias no segmento, as mulheres representam 48% do número de corretores em atuação em todo o país, ou seja, são quase metade dos profissionais dessa área.

A presença feminina fica ainda mais evidente quando comparada ao ano de 1995, época em que as mulheres representavam apenas 8,3% dos corretores de imóveis. Exemplo dessa maior representação pode ser atribuído ao mercado imobiliário da capital mineira. Nessa estatística, entretanto, vale destacar a força das mulheres da imobiliária Sílvio Ximenes. Com mais de 50 anos de fundação, a empresa acaba de se associar à Rede Netimóveis, que, há 18 anos, tem à frente dos negócios três mulheres, todas no núcleo familiar, ocupando cargos de direção.

COMPETÊNCIA Para Cássia Ximenes, uma das diretoras da Sílvio Ximenes, acabou a era do Clube do Bolinha. “As mulheres saíram de trás da mesa e estão, cada vez mais, atuando à frente dos negócios, tanto no segmento imobiliário como em outras áreas. O mercado aceitou a nossa presença e vem nos recebendo muito bem
. Hoje, nem Bolinha nem Luluzinha”, argumenta. Cássia ressalta que hoje as mulheres são avaliadas pela competência. “Não somos mais avaliadas pelo gênero, mas, sim, pela qualidade das informações, pela ética e maneira como lidamos com os nossos concorrentes. Nossa preocupação é sermos competentes, e não de gênero.”

Mas, se não é por tradição, há também exemplos de quem mudou a direção de uma escolha própria. Há seis anos como administradora da imobiliária Ronaldo Starling Netimóveis, Solange Rettore, que é psicóloga, deixou uma experiência de 15 anos na área para atuar no mercado imobiliário. E, embora a mudança possa parecer estranha, a empresária garante que a psicologia somente veio agregar à profissão atual. “Costumo brincar que fui 'pescada' pelo ramo imobiliário. É um mercado instigante e, assim como na psicologia, é fundamental saber ouvir o cliente, estar atenta às suas reais necessidades.” Solange também destaca a maior participação da mulher, seja como profissional do setor, a que deseja comprar o próprio imóvel ou aquela que detém o poder de decisão na hora de concretizar o negócio.

Matéria editada em 17/10/2016