“Estamos oferecendo aos compradores o pagamento facilitado, sem burocracia, para que possamos contemplar mais consumidores. Porém, se tivéssemos mais segurança para a construção de loteamentos seria ideal que os compradores pudessem utilizar o Fundo de Garantia doTempode Serviço (FGTS) para a aquisição de unidades. Assim, se houvesse essa mudança, a oferta de subsídios seria maior e mais unidades seriam comercializadas a valores menores”, lamenta o executivo.
Gustavo Lobato explica que outro entrave enfrentado pelas loteadoras é a burocracia para a liberação de áreas para a construção dos empreendimentos, que pode demorar de 18 a 24meses, já que envolve a aprovação de vários órgãos, sendo que, em alguns casos, essas entidades fiscalizadoras não se comunicam entre si e pedem o oposto das exigências. “É um processo moroso que seria mais eficaz se houvesse a integração entre os órgãos fiscalizadores para que as licenças ambientais fossem fornecidas mais rapidamenteede forma eficaz”, afirma.
Além disso, após a concessão da licença as incorporadoras têm que enfrentar a resistência das concessionárias para o fornecimento de serviços de infraestrutura básica, como saneamento, telefonia e energia, o que acaba por transferir a responsabilidade pela instalação desses serviços para a empresa, o que culmina com maior acréscimo ao custo de construção do lote. “Precisamos buscar junto aos órgãos competentes viabilizar a liberação dos terrenos e a oferta de serviços básicos para que possamos diminuir os custos das unidades e ofertar um produto de qualidade com infraestrutura de lazer, segurança e bem-estar”, propõe Gustavo Lobato.
ENCARGO
Deacordo com Carlos Pereira, diretor da área de Meio Ambiente e do Grupo das Loteadoras do Sindicato da Construção de Minas Gerais (Sinduscon- MG), as loteadoras acabam ficando no papel de assumir o financiamento, pois esse não é feito por bancos. Com isso, as empresas têm que se preparar financeiramente para a construção de um empreendimento e para ter retorno a longo prazo
A Caixa Econômica Federal informou recentemente sobre a criação de uma modalidade de crédito para o segmento de loteamentos autorizando o uso do FGTS para a compra do terreno e a construção do imóvel. Porém, as loteadoras não serão favorecidas caso a medida seja aprovada, uma vez que o projeto não prevê menores taxas de juros às empresas. “O Sinduscon- MG tem fomentado, junto às instituições financeiras e bancos, o aumento das linhas de crédito, visando fornecer aos consumidores subsídios com juros menores e que beneficiem um maior número de pessoas”, salienta Carlos Pereira.