Morar em casa ou apartamento é uma escolha que depende não só da questão financeira, mas também do estilo de vida do morador. Há quem defenda a segurança que os condomínios oferecem. Já outros preferem os espaços disponíveis e a independência de uma casa. Foi pensando nessa junção que o Edifício Buenos Aires foi projetado, para oferecer alternativas que contrastam com a mesmice dos projetos imobiliários atuais e priorizar o bem-estar de seus moradores, a sustentabilidade e a economia inteligente. Tudo isso para trazer o essencial em um apartamento: luz natural, terraços ensolarados, ventilação cruzada, plantas em leiautes otimizados e a sensação de morar em uma casa com quintal.
O projeto do Edifício Buenos Aires, do escritório de arquitetura Vazio S/A, vai na contramão dos condomínios residenciais, em que apenas as coberturas têm varandas. Ele tem terraços em todas as unidades, que estendem a área da sala e convidam ao uso das áreas descobertas. São nove apartamentos, todos com plantas diferentes, que vão de um a três quartos. “Os apartamentos de dois quartos, por exemplo, têm duas varandas em diferentes extremidades. Isso é possível pela estratégia em termos de volumetria utilizada, na qual sua estrutura se assemelha a um ‘bolo de noiva’”, explica o arquiteto Carlos Teixeira, responsável pelo edifício.
Ele ressalta que a proposta dos apartamentos faz parte de um novo conceito de moradia. O objetivo é refletir um estilo de vida que prioriza o que é realmente essencial
PROJETO
O Edifício Buenos Aires faz parte do projeto NovoMorar, criado com o objetivo de transformar a maneira como as pessoas se relacionam com suas moradias e também com a cidade. Ele tem o que se chama de permeabilidade real, pois os jardins do térreo serão plantados sobre solo natural, e não sobre a laje, e em sintonia com um modelo de cidade mais sustentável. A área verde também se estende para a garagem
“Os apartamentos são pequenos, mas vários têm salas com o recurso de ventilação cruzada, que é uma maneira de climatizar passivamente (dispensando a necessidade de ar-condicionado para temperaturas de até 28 graus). Presentes em todas as unidades, os terraços são extensões da sala de estar e, dependendo da vontade de cada um, poderão ser usados para trazer um pouco da natureza para o prédio. E foi por isso que inserimos plantas e arbustos nas imagens do Buenos Aires”, explica o arquiteto.
Por seu porte também pequeno, a caixa de escada não precisa ficar enclausurada e, nesse projeto, também é aberta e convidativa. “É um prédio compacto, que usa os espaços estritamente necessários de circulação e se aproxima mais de uma casa do que de um apartamento. Toda a otimização reflete no preço final, que se torna mais acessível”, garante Carlos Teixeira.
Para o arquiteto, o edifício dialoga com a importância de se pensar a arquitetura na nossa época. “Estamos nas mãos de pessoas que não estão ligadas no que seja morar, de pessoas mais conservadoras. Acho que a cidade tem sido produzida por pessoas e empresas pouco antenadas com o que os cidadãos desejam. Esse prédio é uma alternativa a essa indústria da construção que moldou a cidade”, complementa Carlos Teixeira.
* Estagiária sob a supervisão da subeditora Elizabeth Colares