Bons ventos no setor

Investidores voltam a migrar para o mercado imobiliário em Belo Horizonte

Empresários estão de olho principalmente nas unidades residenciais. Vendas de imóveis novos superam os lançamentos

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Ilustração/EM

A instabilidade da economia adiou, para muitas pessoas, o sonho da compra de seu imóvel. Em Belo Horizonte, a situação não foi diferente. Porém, com a redução da taxa Selic, a cidade tem reaproximado investidores do setor imobiliário. Essa reação vem, sobretudo, dos imóveis residenciais, já que as vendas de unidades novas superaram os lançamentos pelo segundo ano consecutivo na capital mineira.

Com a retomada do mercado imobiliário e o aumento significativo no número de vendas, já é possível perceber sinais de melhora, como afirma Márcio Duca, broker responsável pela RE/MAX Class, no Bairro Buritis, Região Oeste. “Com a redução da taxa Selic, vários investidores estão migrando novamente para o mercado imobiliário. E Belo Horizonte está aquecendo o seu mercado, com um bom volume de vendas. As expectativas são excelentes”, comenta.

“O mercado está vivenciando uma reação. E até um aquecimento que estamos observando desde o último bimestre de 2017 e que tem se confirmando neste início deste ano. Acreditamos que estamos caminhando para uma estabilização. É um mercado otimista. O mercado imobiliário é cíclico”, conta Cássia Ximenes, presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG).

A capital mineira está em evidência nos olhares de investidores do mercado imobiliário. “É interessante porque, se observarmos, o volume de vendas representa uma ótima porcentagem do estado. Belo Horizonte tem tido uma oferta crescente nos últimos anos”, ressalta Márcio.

É possível perceber, embora ainda de forma tímida, os investidores se movimentando para viabilizar projetos que em breve gerarão oportunidades para a capital. As atividades do mercado imobiliário devem ganhar um impulso nos próximos meses ao considerar o baixo volume de novas unidades residenciais disponíveis para comercialização. “Com esses juros reduzidos, se faz cada vez mais necessário a precificação dos imóveis de maneira correta, para atrair mais compradores para esses imóveis”, finaliza.

A presidente da CMI/Secovi explica que a volta de investimentos em Belo Horizonte ainda segue o antigo plano diretor e que os projetos das construtoras estão em análise. “A procura das construtoras para construir em BH é ímpar. A capital ainda segue sem um novo plano diretor, mas as construtoras continuam desenvolvendo projetos. O Data Secovi tem sido uma boa plataforma que os investidores têm usado para se informar e analisar as demandas e dados do mercado imobiliário na capital. Isso permite argumentar com os clientes e mostrar a verdade do mercado e como ele vem crescendo”, comenta Cássia.

PESQUISA

Os investimentos e vendas de imóveis na capital mineira estão voltando a se aquecer, confirma o levantamento do Instituto de Pesquisa Data Secovi, criado pela CMI/Secovi-MG. Em 2017, foram comercializados, em Belo Horizonte, 22.953 imóveis residenciais e comerciais. Cerca de 50% desses imóveis têm valores de até R$ 300 mil. Em relação ao valor médio das negociações realizadas, o levantamento mostra que houve aumento de 1,7% (R$ 295 mil, em 2016, e R$ 300 mil, em 2017).

Cássia Ximenes, presidente da CMI/Secovi-MG, confirma que o mercado está vivenciando uma reação
 - CMI/Secovi-MG/Divulgação Cássia Ximenes, presidente da CMI/Secovi-MG, confirma que o mercado está vivenciando uma reação
Em relação às regionais de BH, a pesquisa relativa a 2017 mostra que a Centro-Sul, embora com uma leve queda no número de unidades comercializadas, apresentou crescimento de 1,75% no valor das unidades. Já os negócios com imóveis na Região Oeste cresceram 2,2% e o valor de comercialização teve queda de 1%. Na regional Pampulha, houve queda de 4% no número de imóveis vendidos e de 3,3% no valor médio.

Uma das novidades do Data Secovi é a pesquisa sobre imóveis ofertados para locação, com acompanhamento do mercado desde 2016. O valor do aluguel dos imóveis disponibilizados em 2017 aumentou 3,13%, chegando a R$ 1.650. Em relação aos imóveis residenciais, o valor médio caiu 3,45%; nas regiões Centro Sul, Oeste e Pampulha, houve estabilidade. Já o segmento comercial teve elevação de 8%, sendo que as regiões que apresentaram desempenho mais significativo foram Centro-Sul (16,7%) e Pampulha (20%).

A pesquisa apontou que 26% dos imóveis ofertados para locação na capital mineira têm valor mensal de R$ 1 mil; 16%, entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil; e 10%, entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil. O levantamento mostrou também que 48% do total são apartamentos e 21%, salas comerciais ou andares corridos.

 “A velocidade de vendas começa a aumentar e dar um maior movimento no número de negociações desde 2016. E estamos numa onda de estabilização. Este será um ano de equilíbrio de patamar entre preço ofertado e negociado e um tempo razoável no período de compras. O mercado precisa de estabilidade, e os novos investidores estão de olho nisso”, finaliza Cássia Ximenes.

* Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram

Tags: Belo Horizonte mercado imobiliário imóveis investimentos

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