O mercado imobiliário em Minas recebeu com otimismo a decisão da Caixa Econômica Federal de reduzir os juros do financiamento para a compra da casa própria nas operações realizadas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Esse foi o primeiro corte desde novembro de 2016. De acordo com a CEF, os recursos disponíveis para o crédito habitacional neste ano são de R$ 82,1 bilhões.
Leirson Cunha, vice-presidente das Corretoras de Imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), esclarece que, assim como os bancos privados, a CEF reviu seus critérios quanto aos percentuais de juros, bem como os patamares de percentual de financiamento do imóvel. “Isso demonstra uma opção a mais para os compradores e construtores, trazendo o mercado para patamares sadios de competitividade. É bom lembrar que a CEF é líder em financiamentos e seus movimentos surtem sempre efeitos no cenário global. Quando a notícia é positiva como essa, todo o mercado sai ganhando”, afirma.
Segundo dados do Data Secovi, observa-se a retomada dos preços dos imóveis desde 2016. “Ao compararmos o preço médio do imóvel comercializado na capital mineira em 2016, em relação a 2017, observa-se aumento real de 1,68%. Ao segmentar a pesquisa, tomando-se como base dez/2016 em relação a dez/2017, observa-se que a variação foi ainda maior, de 2,19%, o que demonstra a curva ascendente de retomada dos preços. Conclui-se que é um dos melhores momentos para garantir ótimas ofertas com facilidade de pagamento
TAXA MÍNIMA
Com a alteração feita pela CEF, a taxa mínima cai de 10,25% para 9% ao ano no caso de imóveis enquadrados no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 11,25% para 10% ao ano para aqueles dentro do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). A título de exemplo, em simulação para aquisição de imóvel novo de R$ 250 mil, com 80% financiado, a queda da taxa de juros de 10,25% para 9% representa, em 20 anos, uma diferença de R$ 25,1 mil de juros no bolso do comprador. Adiciona-se, ainda, o fato de que a diferença entre a prestação inicial e a renda exigida do tomador do financiamento cai mais de 8%.
FATIA DE MERCADO
O presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, lembra que, por muitos anos, a CEF foi o maior agente financiador de imóveis no Brasil, posto que foi perdido no último ano em razão de medidas administrativas que dificultavam a aquisição de imóveis pelos consumidores. “Tal ato abriu as portas do mercado para os bancos privados, e, agora, diante de um cenário positivo para o país, a CEF busca retomar essa fatia do mercado que foi perdida.”
De acordo com ele, para um país que está acostumado com financiamentos, a medida é bastante positiva, pois acirrará a concorrência entre os bancos, ganhando com isso o consumidor que pretende adquirir um imóvel. “Também ganha o vendedor, que agora passou a contar com a CEF como aliada, pois suas novas condições de financiamento passam a possibilitar a inúmeros cidadãos conseguir adquirir um imóvel com financiamento habitacional