Fôlego novo

Redução das taxas de juros para compra de imóvel é bem recebida pelo setor imobiliário em Minas

Decisão da CEF deixou o mercado mais otimista. Expectativa é que aumente o acesso ao financiamento para maior número de pessoas

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postado em 19/04/2018 12:18 / atualizado em 19/04/2018 12:24 Augusto Pio /Estado de Minas
Clovelino Maia/EM/D.A Press

O mercado imobiliário em Minas recebeu com otimismo a decisão da Caixa Econômica Federal de reduzir os juros do financiamento para a compra da casa própria nas operações realizadas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Esse foi o primeiro corte desde novembro de 2016. De acordo com a CEF, os recursos disponíveis para o crédito habitacional neste ano são de R$ 82,1 bilhões.

"Também representa uma melhoria para o setor da construção civil, que, neste ano, deverá registrar aumento na oferta de lançamentos imobiliários, depois de período de recessão, com perdas acumuladas" - Evandro Negrão de Lima Júnior, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)
Para Evandro Veiga Negrão de Lima Júnior, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), a redução na taxa de juros da CEF é um passo importante que permitirá a um número maior de pessoas ter acesso ao financiamento imobiliário, com parcelas menores. “Também representa uma melhoria para o setor da construção civil, que, neste ano, deverá registrar aumento na oferta de lançamentos imobiliários, depois de um período de recessão, com perdas acumuladas.”

Leirson Cunha, vice-presidente das Corretoras de Imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), esclarece que, assim como os bancos privados, a CEF reviu seus critérios quanto aos percentuais de juros, bem como os patamares de percentual de financiamento do imóvel. “Isso demonstra uma opção a mais para os compradores e construtores, trazendo o mercado para patamares sadios de competitividade. É bom lembrar que a CEF é líder em financiamentos e seus movimentos surtem sempre efeitos no cenário global. Quando a notícia é positiva como essa, todo o mercado sai ganhando”, afirma.

Segundo dados do Data Secovi, observa-se a retomada dos preços dos imóveis desde 2016. “Ao compararmos o preço médio do imóvel comercializado na capital mineira em 2016, em relação a 2017, observa-se aumento real de 1,68%. Ao segmentar a pesquisa, tomando-se como base dez/2016 em relação a dez/2017, observa-se que a variação foi ainda maior, de 2,19%, o que demonstra a curva ascendente de retomada dos preços. Conclui-se que é um dos melhores momentos para garantir ótimas ofertas com facilidade de pagamento. Bom para quem vende, pois a velocidade de venda aumenta, e para quem compra, frente às maiores opções de agentes financeiros com taxas cada vez mais competitivas”, diz Leirson.

TAXA MÍNIMA

Com a alteração feita pela CEF, a taxa mínima cai de 10,25% para 9% ao ano no caso de imóveis enquadrados no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e de 11,25% para 10% ao ano para aqueles dentro do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). A título de exemplo, em simulação para aquisição de imóvel novo de R$ 250 mil, com 80% financiado, a queda da taxa de juros de 10,25% para 9% representa, em 20 anos, uma diferença de R$ 25,1 mil de juros no bolso do comprador. Adiciona-se, ainda, o fato de que a diferença entre a prestação inicial e a renda exigida do tomador do financiamento cai mais de 8%.

"Isso demonstra uma opção a mais para os compradores e construtores, trazendo o mercado para patamares sadios de competitividade. É bom lembrar que a CEF é líder em financiamentos e seus movimentos surtem sempre efeitos no cenário global. Quando a notícia é positiva como essa, todo o mercado sai ganhando" - Leirson Cunha, vice-presidente das Corretoras de Imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG)
Frente a essas mudanças, observa-se um reaquecimento dos motores da indústria da construção civil, o que movimenta uma enorme cadeia produtiva, das maiores do país, fomentando também a retomada do aumento dos números de postos de trabalho. “Já percebemos na CMI-Secovi-MG, desde o último trimestre de 2017, uma movimentação significativa por parte das corretoras imobiliárias, contratando inúmeros treinamentos para a capacitação dos seus times de venda e de atendimento. Esse é mais um sinal positivo para todo o mercado imobiliário”, ressalta Leirson.

FATIA DE MERCADO

O presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, lembra que, por muitos anos, a CEF foi o maior agente financiador de imóveis no Brasil, posto que foi perdido no último ano em razão de medidas administrativas que dificultavam a aquisição de imóveis pelos consumidores. “Tal ato abriu as portas do mercado para os bancos privados, e, agora, diante de um cenário positivo para o país, a CEF busca retomar essa fatia do mercado que foi perdida.”

De acordo com ele, para um país que está acostumado com financiamentos, a medida é bastante positiva, pois acirrará a concorrência entre os bancos, ganhando com isso o consumidor que pretende adquirir um imóvel. “Também ganha o vendedor, que agora passou a contar com a CEF como aliada, pois suas novas condições de financiamento passam a possibilitar a inúmeros cidadãos conseguir adquirir um imóvel com financiamento habitacional. É indicado que se procure um advogado especialista em direito imobiliário para entender como funciona o financiamento habitacional, quais são as condições do contrato, como ele deve ser interpretado, além de se ter também uma boa educação financeira para poder honrar com um contrato de longo prazo”, aconselha.
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