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Pesquisas norteiam construtoras, arquitetos e empreendedores nas principais tendências do setor civil

O segmento da construção civil envolve investimentos altos e um produto errado no local inapropriado pode colocar tudo a perder

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Ilustração/EM

A pesquisa de mercado é um processo que merece a atenção das incorporadoras. Geralmente, algumas entidades oferecem esse tipo de levantamento, detalhando o retrospecto de lançamentos e imóveis disponíveis em determinadas regiões. Além desses órgãos, é importante que arquitetos e empreendedores tenham a correta leitura das tendências de mercado e também as tendências disruptivas, que ocorrem quando um novo produto ou serviço surge redefinindo os negócios e criando novos mercados, para novas categorias de consumidores.

Em uma pesquisa de mercado são levantadas informações importantes como as características da população (potencial frequentador, desde a faixa etária até a faixa de renda), características locais da região (comércio e serviços, segurança, vias de acesso), tendência de consumo (o que potenciais compradores estão procurando e o que precisa ser lançado) e a curva de absorção (estoques remanescentes, preço por metro quadrado e incorporadores que atuam na região). Até mesmo itens, como o design e tipo de acabamento da preferência desse público, são verificados.

O setor da construção civil envolve investimentos altos e um produto errado no local inapropriado pode colocar tudo a perder. “A pesquisa de mercado é muito importante devido aos altos riscos financeiros. Ela norteia os rumos do novo empreendimento e ajuda a identificar as demandas de determinadas regiões. E identificar, inclusive, o produto que o local demanda”, avalia a gerente de marketing da Construtora Patrimar, Larissa Castro.

PREVISIBILIDADE

Leonardo de Bessas Matos, diretor da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), ainda afirma que uma pesquisa benfeita simula uma previsibilidade da viabilidade econômica e financeira do empreendimento. “Uma pesquisa de mercado detém essas informações para embasar e abastecer sua viabilidade e ter uma noção maior do empreendimento. As pesquisas dão um olhar mais clínico e segmentado, de acordo com as amostras recolhidas”, pontua.

Depois da leitura de todos os dados, é possível definir se o empreendimento planejado vai suprir as necessidades e demandas da região e da população local e se ele tem algum diferencial de mercado que o torna ser vendável ou locável, direcionando futuros lançamentos. “Por exemplo, se em determinada região o número de locação tem um índice alto, pode ser sinal de uma falta de empreendimentos novos”, analisa Larissa Castro.

É com base nessas informações que a maioria das empresas direciona suas estratégias para atrair novos consumidores. “Os profissionais devem conseguir enxergar nuances que podem ter apelo forte para o empreendedorismo e as estratégias de mercado. As pesquisas de mercado vão desde o local, a entrega do empreendimento até design e arquitetura, sempre pensando no público-alvo e nos resultados da coleta dos materiais”, afirma Alexandre Nagazawa, arquiteto urbanista e diretor da Bloc Arquitetura.

FERRAMENTAS

O presidente da My Mall, Evandro Negrão de Lima Junior, ressalta que o processo de pesquisa de mercado da empresa parte primeiramente dos seus potenciais inquilinos. “Nossa maior pesquisa de mercado parte dos interesses dos nossos inquilinos e se determinadas localizações o interessam”, comenta.

Com a ferramenta de geomarketing Geomall, a empresa consegue prospectar as melhores áreas com maior precisão e segurança na tomada de decisão do local escolhido. “É um software que apresenta uma compilação das principais características de um certo local. É uma pesquisa de campo, feita em cerca de 37 estabelecimentos, e o app vai mapeando o preço de locação, a vacância e demais características do lugar. Uma vez mapeada, ele cria um algoritmo e vai hierarquizando os melhores pontos”, explica Evandro Negrão.

Uma outra ferramenta que auxilia na produção de pesquisas é o Big Data. O termo se refere ao grande volume de dados estruturados e não estruturados que são gerados a cada segundo. Alexandre Nagasawa salienta que o diferencial do Big Data está na possibilidade de cruzar esses dados por meio de diversas fontes para obter resultados rápidos e preciosos. “O mecanismo do Big data está muito em voga e tem influenciado o formato das pesquisas de mercado. Ele atrela questões mais profundas, como o movimento em torno do consumo, dos hábitos e das características locais. E vem se tornando altamente crucial”, analisa.

Além disso, o Instituto de Pesquisa Data Secovi, mantido pelo CMI/Secovi-MG, divulga periodicamente levantamentos sobre a evolução do número de transações e valores dos imóveis, com base nas emissões do Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis por Ato Oneroso “Inter Vivos” (ITBI) e pesquisas próprias dos imóveis ofertados. “O Data Secovi explora dados sobre venda de unidades prontas (novas e usadas) e informações do segmento de locação. Focamos em três pesquisas principais: uma pesquisa de mercado que analisa os imóveis comercializados de 2009 a 2018 e, consequentemente, a identificação do valor de comercialização, o bairro e tipo de acabamentos mais frequentes. Além dos imóveis ofertados e a pesquisa de venda e locação desde 2016”, argumenta Leonardo Matos.

* Estagiário sob a supervisão da editora Teresa Caram
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