Em clima de confiança

Expectativa positiva da indústria da construção avança pelo terceiro mês consecutivo

Sinais de melhora na economia e maior segurança jurídica explicam aumento do Iceicon

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postado em 03/12/2018 13:00 / atualizado em 06/12/2018 16:27 Augusto Guimarães Pio /Estado de Minas
Ambiente macroeconômico favorável deve impulsionar o mercado imobiliário em todos os segmentos - Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press Ambiente macroeconômico favorável deve impulsionar o mercado imobiliário em todos os segmentos

O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) avançou pelo terceiro mês seguido, chegando a marcar 49,7 pontos em outubro. Assim, o indicador aproximou-se da linha divisória de 50 pontos, o que significa que a falta de confiança está menos disseminada entre os empresários do setor. O índice aumentou 3,3 pontos em relação a setembro (46,4 pontos), mas recuou 3,4 pontos frente a outubro de 2017 (53,1 pontos). Vale ressaltar que o indicador acumula recuo de 1,6 ponto em 2018.

O Iceicon nacional avançou 1,3 ponto frente a setembro e registrou 52,1 pontos em outubro. Para melhor entender, o Iceicon-MG é resultado da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores abaixo de 50 pontos indicam percepção de situação pior e expectativa negativa para os próximos seis meses, respectivamente. O índice de condições atuais, que avalia a percepção dos empresários com relação à situação atual dos negócios, caiu 0,2 ponto entre setembro (43,7 pontos) e outubro (43,5 pontos). Esse resultado interrompeu uma sequência de três altas mensais do indicador, que permanece abaixo de 50 pontos desde novembro de 2012. O índice recuou 2,9 pontos na comparação com outubro de 2017 (46,4 pontos) e acumula queda de 2,2 pontos em 2018.

O indicador de expectativas, que sinaliza as perspectivas dos empresários para os próximos seis meses, aumentou pelo terceiro mês seguido e ultrapassou a linha de 50 pontos, com 51 pontos em outubro. O resultado revelou otimismo dos empresários da construção, o que não ocorria desde abril deste ano. O índice avançou 3,3 pontos em relação a setembro (47,7 pontos), mas recuou 5,3 pontos na comparação com outubro de 2017 (56,3 pontos).

“Estamos claramente em um momento de reversão de tendência. Vemos esse movimento de forma evidente quando comparamos os dados atuais com pesquisas anteriores da Sondagem Conjuntural da Indústria da Construção, realizados pelo Sinduscon-MG e pela Fiemg. Pontualmente, o aumento de setembro/18 em relação a agosto/18 foi pequeno, porém, quando comparamos com setembro/2017, a melhora do índice foi a maior desde 2012”, garante Daniel Furletti, economista e coordenador do Sindicato da Industria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

“Quando situamos esses dados no contexto dos indicadores macroeconômicos, vemos que a economia brasileira está saindo de 11 trimestres de PIB no vermelho. Inclusive, o PIB da construção está caindo desde o terceiro trimestre de 2014. Estamos passando por um processo de recuperação, que começou no quarto trimestre do ano passado, e certamente vai impactar positivamente o setor. Corroboram com esse cenário a expectativa de reformas estruturais - especialmente a previdência -, que estão no radar, o baixo estoque de imóveis em Belo Horizonte e a perspectiva de crescimento do país, que está em 2,5% para os próximos três anos. Tudo isso diminui a insegurança e cria um ambiente favorável para a tomada de decisão. Não por acaso, todos os gráficos da pesquisa apresentam uma inflexão para cima, rumo ao otimismo”, ressalta o economista.

CENÁRIO

Daniel explica que a tendência do índice de confiança é continuar aumentando nos meses de novembro e dezembro. “Isso porque o mercado começa a dar sinais de melhora e percebemos que a confiança está sendo retomada, em um cenário de maior segurança jurídica e com indicadores macroeconômicos melhores. Tudo isso conspira para uma mudança no cenário que vivíamos. A expectativa é de que a inflação, o câmbio e a Selic se mantenham controlados e a produção industrial apresente crescimento de 3%, bem diferente dos 8% negativos registrados anteriormente. Então, esse cenário reflete positivamente no mercado imobiliário, que depende nitidamente de renda. Se a economia cresce, há geração de renda e isso impacta positivamente o mercado imobiliário.”

"Corroboram com esse cenário a expectativa de reformas estruturais - especialmente da Previdência -, que estão no radar, o baixo estoque de imóveis em Belo Horizonte e a perspectiva de crescimento do país, que está em 2,5% para os próximos três anos" - Daniel Furletti, economista e coordenador do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)
Os índices mais baixos foram registrados em setembro de 2016 e no primeiro trimestre de 2017. “A instabilidade política, com a recessão, trouxe um cenário de pouca confiança. Depois do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef tivemos uma melhora do índice, que voltou a cair com a greve dos caminhoneiros. Agora, o momento é de reversão de tendência no caminho da retomada da confiança. Esperamos que, com o cenário macroeconômico melhor, a construção civil viva melhores momentos, embora ainda esteja com um desempenho recessivo, aquém da sua importância socioeconômica”, destaca o executivo.

O coordenador do Sinduscon-MG garante que continua valendo a pena investir no mercado imobiliário. “No caso específico de BH, apenas uma variável está na contramão do que conversamos: a legislação urbana da cidade. Se o PL 1.749/18 - sobre o novo Plano Diretor de BH - for aprovado pela Câmara Municipal, o crescimento será desincentivado e a cidade corre o risco de ficar para trás neste contexto de retomada econômica. O mercado imobiliário deverá crescer em todos os segmentos, em função do ambiente macroeconômico favorável. Então, terá boas opções de investimento para todos os tipos de imóveis. Os critérios para avaliar as melhores oportunidades passam, principalmente, por faixa de renda e localização, ou seja, pelo mercado.”

Daniel ressalta que comprar um imóvel financiado continua valendo a pena. “Principalmente, porque a concorrência entre os bancos que financiam imóveis tende a aumentar. Quanto mais movimento no mercado, mais concorrência. Há expectativa de melhora na taxa de juros e no acesso ao crédito e, se tiver renda, o crédito é positivo, o que viabiliza negócios.”

O Iceicon-MG é elaborado pela Gerência de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em parceria com o Sinduscon-MG.
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