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Casa preservada

Medidas simples, mas eficazes, ajudam a manter os imóveis seguros nas férias

Para viajar tranquilamente nessa época e deixar a residência protegida, pequenas ações ajudam, como avisar um vizinho de confiança

Augusto Guimarães Pio
- Foto: Ilustração/EM

Neste período de férias escolares e também de descanso do trabalho para alguns, aumentam as preocupações para aqueles que deixarão suas residências por determinado período. A questão é que não basta trancar a casa, colocar as malas no carro e seguir viagem, pois deixar o imóvel desprotegido é complicado. A maior dor de cabeça é quando a pessoa volta para casa e a encontra arrombada.

 Assim, a preocupação com possíveis assaltos às residências, que ficam vazias, é sempre uma constante, pois o perigo de invasões e arrombamentos sempre ronda nesta época do ano. O ideal é se prevenir sempre. Edimilson Silva, analista de risco da empresa Anjos da Guarda, explica que, mesmo que seja difícil combater a violência das grandes cidades, existem pequenas ações que têm o objetivo de evitar ou até mesmo minimizar eventuais prejuízos. Ele alerta que a vigilância deve começar antes mesmo da viagem, já no planejamento.

“Não importa o momento, pois sempre teremos que nos preocupar com a segurança. A cada fase do planejamento devem ser ponderados os riscos que a residência corre quando está vazia. O durante e o depois das férias também devem ser avaliados com antecedência, para mitigar os riscos”, aconselha o especialista. Para ele, algumas simples ações podem contribuir para a segurança do imóvel e garantir uma viagem mais tranquila, sem maiores problemas.

Edimilson alerta que a primeira medida a ser feita é a mais comum, ou seja, durante a ausência do morador, que este procure avisar um vizinho de sua confiança quando viajará e por quanto tempo ficará longe da residência
. Também é importante manter contato com ele periodicamente durante a viagem. “Essa tende a ser uma das melhores vigilâncias que o dono da casa poderá ter. Alguém que reconheça qualquer ato suspeito e rapidamente possa identificar uma situação de perigo, alertando o proprietário e, se necessário, as autoridades”, garante o especialista.

Ele diz que outra dica importante é desligar campainhas e interfones, uma vez que a ausência de resposta consecutiva nesses aparelhos poderá significar que o imóvel está vazio. “É recomendável que o proprietário evite deixar objetos de valor muito alto, como joias e dinheiro, dentro do imóvel enquanto viaja, para diminuir eventuais perdas.”

O especialista aconselha ao morador utilizar cofres de bancos e empresas de transporte de valores, com o objetivo de manter suas posses em segurança. “O proprietário também não deve se esquecer do cuidado com as portas, seja de apartamento ou casa. A maior parte dos arrombamentos ocorre pelas portas do fundo e pelos elevadores de serviço, reflexo do esquecimento dessa entrada na hora de garantir uma boa segurança.”

Edimilson explica também que um dos procedimentos mais importantes é reflexo da sociedade tecnológica em que vivemos. “Falar sobre a viagem nas redes sociais pode gerar abertura para que criminosos fiquem de olho no domicílio da pessoa. Segundo o especialista, a engenharia social é largamente utilizada pelos criminosos para rodear a rotina de um possível alvo. Bandidos vigiam os passos e informações compartilhadas nas redes sociais e preparam emboscadas quando uma família se prepara para viajar”, alerta
. “Cuidados nos ambientes virtuais devem fazer parte da sequência de ações que um viajante deve realizar, se prevenindo para eventuais danos à sua residência.”

EVIDÊNCIAS

De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Elétricos Nema Brasil, entre as diversas maneiras de proteger a residência durante uma ausência, não deixe evidências de que a casa está vazia. Caso a ausência seja prolongada, é bom pedir que alguém abra portas e janelas. Também não deixar que as luzes fiquem acesas durante o dia. Segundo a Associação, a melhor maneira é optar pela instalação de um timer, que acenderá as luzes somente no período noturno. Por outro lado, suspender a entrega de jornais e revistas ou pedir a alguém próximo para recolher diariamente a sua correspondência.

Outro conselho da Associação é para evitar deixar chaves da residência com terceiros, exceto quando forem de absoluta confiança. Também não deixá-las nas portas ou próximo a elas, pois invasores podem tentar “pescá-las” por uma janela. Trincos e trancas deverão ser testados antes da saída. Se necessário, é bom instalar reforços, principalmente nas portas da cozinha e em portões laterais.

Finalmente, vale lembrar que é importante não colocar cadeado do lado externo do portão, pois isso poderá denunciar a saída dos moradores. Caso a residência conte com alarmes sonoros ou luminosos, é bom fazer testes periódicos, avisando os vizinhos de confiança sobre o equipamento, para que possam ficar atentos durante a ausência do morador.