O segredo do sucesso do projeto não passa por investimentos financeiros do contribuinte para aparelhar a PM, como era sugerido no modelo da policiamento comunitário da década de 1990Mesmo porque, a corporação está muito bem equipada para combater o crime, como atesta o major Idzel Fagundes, um dos idealizadores da rede, atualmente chefe de Planejamento Operacional do Comando de Policiamento da Capital (CPC)
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"A Polícia Militar está bem aparelhada e nesse contexto a rede não tem a finalidade de receber doações, como viaturas, armamentos ou qualquer outro equipamentoO que necessitamos é de dados que contribuam para reduzir a criminalidadeO que se espera da comunidade são informações, postura de autoproteção e a aproximação com os militares da área, o que permite aos moradores o conhecimento da atuação policial"
Fagundes destaca que o sucesso da Rede de vizinhos protegidos, que também está em 26 cidades do interior de Minas, como Juiz de Fora, São Lourenço e Sete Lagoas, atende o preceito do artigo 144 da Constituição Federal, estabelecendo que segurança pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos "Mais do que uma estratégia que tem dado certo, é uma proposta de integração dos próprios vizinhos, que passam a entender que as ruas e o bairro pertencem a elesE, quando a comunidade passa a ocupar esses espaços, a marginalidade se afasta", explica o major
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SEGURANÇA
A ideia surgiu em julho de 2004, entre um apito e outro, e parecia se tratar de uma mobilização de moradores de uma rua do Bairro Caiçara, Noroeste da capital, para se safar dos constantes arrombamentos e assaltosHoje, a Rede de vizinhos protegidos é uma expressão do conceito de policiamento comunitário"Vi que a união dos vizinhos no Bairro Caiçara, que alertavam uns aos outros por apitos, estava dando certoNa região em que moro, no Castelo, na Pampulha, a média era de 20 ocorrências por mêsFui à sede da 8ª Companhia do 34º Batalhão da PM, que faz o policiamento na área, e iniciamos uma parceria", contou a pedagoga Marilda Xavier Lara
O envolvimento dela não se limitou à busca de segurança para sua comunidadeMarilda integra o Conselho de Segurança Pública da 8ª Cia., tem incentivado a criação de redes em bairros vizinhosCom isso, já são 24 bairros de sua região integrados ao sistema"Na área em que moro não usamos o apito, mas realizamos a rápida comunicação por meio de celular
A advogada Denise Prata, moradora da Rua Francisco Guimarães, deparou-se com muitas situações de criminosos atacando vizinhos e, depois de quase três anos, aposta no projeto que vinha colhendo frutos em outros pontos de seu bairro"A parceria com a PM não se limita apenas em ter um canal de comunicação para atendimento rápidoA integração nos permite ter uma mudança de comportamento para garantir a segurançaE essas orientações estamos levando à comunidade por meio de folhetos, faixas, nas reuniões, e-mails e outros recursosE é claro, temos em nossa rede pelo menos 180 famílias comprometidas com a vigilância da movimentação na área, tendo o apito como um alarme eficaz"