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Harmonia no jardim: a combinação de plantas e objetos em áreas verdes

Júnia Leticia
É preciso analisar qual a orientação cardial do local, os fluxos de energia e a posição aparente do Sol -Ká Ribas, geobiólogo - Foto: Eduardo Almeida/RA Studio
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22 de novembro de 2010 - Redução do barulho, temperatura mais agradável e melhor qualidade do ar são alguns dos benefícios do investimento em projetos paisagísticos. Bem planejada, uma área verde é capaz de ultrapassar o aspecto estético e melhorar a qualidade de vida. A intensificação por essa busca tem feito com que o paisagismo sensorial e vibracional ganhe mais espaço em casas e apartamentos.

O ambientalista e paisagista Caio Zoza explica que essa vertente abrange dois conceitos diferentes, que têm por objetivo promover a interação entre os usuários do jardim com as plantas nele colocadas. “Trata-se de conceitos novos para práticas existentes há milênios, que consistem na criação de espaços harmoniosos com plantas e artefatos, transformando o local em ambiente acolhedor e energético, que interfere diretamente no emocional dos usuários do jardim.”

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Para Ká Ribas, geobiólogo da RKM, o paisagismo sensorial e vibracional alia a proposta estética do paisagismo à proposta energética. “Assim, você cria um ambiente belo, com harmonia estética, mas também energética. Esse tipo de paisagismo tem essa dupla função”, explica.

 Segundo ele, diferentemente do jardim de contemplação, o sensorial e vibracional busca transmitir algo a mais ao usuário. Ele explica que o objetivo é a captação, concentração e, principalmente, a dissipação de energia por meio de uma grande diversidade de plantas.

Com isso, o jardim deixa de ser um simples ornamento e, muitas vezes, uma válvula de escape, para ser vivenciado a cada dia. “Ele passa a ser uma grande fonte de energia. Por isso, o paisagismo sensorial visa principalmente à interação e utilização do jardim por pessoas com necessidades especiais, por meio da disposição de plantas aromáticas e medicinais”, completa o paisagista.

Ká Ribas destaca a importância da manutenção de um local equilibrado energeticamente para proporcionar melhor qualidade de vida. “O ambiente tem potenciais energéticos e sensoriais, que acabam interferindo no psicológico dos moradores, na saúde, na disposição física, no vigor
. O objetivo é fazer com que o ambiente seja saudável em todos os aspectos”, pontua.

Caio Zoza cita alguns dos benefícios dessa vertente do paisagismo, que, segundo ele, são muitos. “Entre eles, podemos destacar maior disposição para enfrentar obstáculos, sensibilidade melhorada, mais bom humor e sociabilidade dos moradores”, enumera.

CRITÉRIOS.
Apesar de ter como objetivo geral o bem-estar, é preciso levar em consideração alguns aspectos para se investir nesse tipo de projeto. “O ambiente ao redor do espaço a ser implantado o jardim e, principalmente, as expectativas dos usuários ao utilizarem o futuro espaço”, cita o paisagista Caio Zoza.

Além disso, devem ser consideradas as principais características dos frequentadores do jardim. Para ilustrar, Caio Zoza diz que um jardim a ser implantado em uma corretora de valores é diferente de uma clínica médica, pois as pessoas nos dois ambientes estão em momentos distintos e buscando energias diferentes. “No caso do paisagismo residencial, a profissão, o número de filhos e o regime de trabalho dos usuários do jardim pesam em muito na confecção do projeto ideal para eles.”

Em condomínios verticais, a busca é pela humanização do ambiente, com a introdução de plantas que atraiam pássaros e borboletas, floresçam em variadas épocas do ano, produzam frutos para aguçar a curiosidade das crianças e alimentar a fauna, e exalem aromas, como explica Caio Zoza.

“Exemplo disso é a nandina doméstica, que muda a coloração das folhas do verde ao vermelho, alimenta inúmeros pássaros, além de ser, na cultura indiana, uma planta que neutraliza os maus fluidos se colocada à esquerda da entrada.”