Cristaleiras, penteadeiras, toucadores, namoradeiras, cadeiras de balanço, baús, buffets, escrivaninhas, pés palito, adornos como candelabros, louças inglesas, estatuetas, cristais baccarat, bronzes, lustres, relógios, entalhes, cerâmicas, e tudo o que se acha em conservação e de qualidade em móveis coloniais, são apenas alguns dos produtos possíveis de se encontrar em um antiquário, cita o designer de ambientes Carlos Loyo. "Usar adornos antigos é uma maneira talentosa de combinar e fazer uma boa decoração. Arte antiga e adornos são extremamente pessoais e, nos melhores casos, são peças que o próprio cliente tem como especiais e não quer abrir mão de perpetuá-las em um novo projeto de decoração
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Para Carlos Loyo, história é o que mais se encontra ao entrar em um antiquário. "Nos bons antiquários da cidade, se você tem um bom curador de arte, ele poder lhe inflormar sobre a origem daquele produto que está sendo vendido". No heterogêneo interior de um antiquário, atulhado de diversos móveis e objetos de arte, o olhar atento do apreciador descobre rapidamente o relógio, o móvel ou qualquer outra peça antiga que valha a pena comprar, acrescenta a designer de interiores Kenya Bambirra. "São autênticos museus. Os objetos encontram-se agrupados conforme os estilos formando agradáveis conjuntos que os valorizam e o tudo nunca é demais. Entre móveis antigos originais, conservados ou restaurados, com o cuidado histórico, existe a admiração da beleza universal e o entendimento da importância dos objetos antigos como documentos de valores do passado, do bom gosto de uma época, da história de cada peça garimpada da competência dos marceneiros antigos, a raridade da madeira, as linhas delicadas dos estilos que documentam uma época", pontua.
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Para Kenya, entre uma grande variedade de artigos antigos, os antiquáriois gozam nos dias atuais de um prestígio considerável, tanto pelo seu valor sentimental, quanto artístico. Todos estes itens encontram aplicação na decoração atual, já que se trata de objetos artísticos que se harmonizam com elementos modernos, continua. "Sempre visito os bons antiquários à procura de informações e deleite. Em muitos casos os objetos antigos constituem também um bom investimento de valorização garantida, o que fomenta um próspero mercado, muito procurado por pesquisadores e colecionadores
Um móvel antigo é sem dúvida um objeto de arte e deve ser assim interpretado, um produto que reflete a cultura de uma época com seus valores específicos, continua a designer. Em geral, as peças antigas, quando em número reduzido, podem ser incorporadas em determinados ambientes de uma casa moderna para criar notas de contraste com uma decoração atual, e são capazes de dar um cunho de personalidade.
"Como decoradora e admiradora da beleza, entendo a importância dos objetos antigos como documentos de valores do passado. Me interessa tudo o que representa o bom gosto de uma época. Seu uso na decoração envolve um entendimento de seu significado completo, uma espécie de resgate da função dos móveis na posição social de nossos antepassados. Inseri-los em nosso cotidiano, descobrir a praticidade deles em nossa vida moderna é outra forma de arte, que procuro concretizar com refinamento".
REVERÊNCIA
Na opinião do arquiteto Eraldo Pinheiro, esta volta ao passado acontece por vários motivos. "Mesmo na era ultramoderna, o hight-tech não pode desconsiderar o passado. Hoje fala-se muito em sustentabilidade e, dentro disso, a primeira coisa é considerar o passado. Você tem que lembrar que um dia o futuro vai ser passado, e vai haver um novo futuro. É uma postura ecológica você reverenciar ou curtir o que já passou. Por exemplo, o móvel de madeira do século 18 representa um jeito de trabalhar a madeira que não é feita mais hoje". As peças antigas também são procuradas pela beleza, o plus, o elemento a mais. Uma casa toda em aço e vidro pode trazer elementos antigos para conviver com a estética atual de maneira equilibrada.
"É possível encontrar em antiquários coisas maravilhosas desde mobiliário europeu, mineiro antigo, pagando o preço pela raridade, mas a relação custo-benefício quase sempre é fantástica. Comprei um buffet pé palito italiano dos anos 50, de quatro metros, com vidro laqueado daquela época, maravilhoso, por R$ 1,8 mil. Hoje não tem nem mais quem faça, se fosse fazer ele custaria no mínimo R$ 10 mil. Curto essa possibilidade de achar peças raras por preços acessíveis. Quando o móvel está no limiar do velho e do antigo, a gente consegue fazer compras fantásticas, porque a antiguidade às vezes tem um preço mais alto. Quando a peça sai do brechó e entra no antiquário, começa a virar antiguidade. A produção mais antiga, mais rara, está no antiquário. Mais recente, encontra no brechó ou num antiquário que seja o meio termo", afirma Eraldo.