Primeira medida de segurança é a contratação de um profissional qualificado e habilitado
O número de incêndios por sobrecargas e curtos-circuitos cresceu 49% em um ano. Segundo a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), os incidentes no país passaram de 295, em 2014, para 441, em 2015. Já o número de pessoas que perderam a vida em incêndios causados por eletricidade chegou a 33, aumento de 65%. Segundo o engenheiro Rodrigo Cunha Trindade, presidente da Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais (Abrasip-MG), tanto a estrutura quanto as instalações de uma edificação sofrem com a ação do tempo. “Qualquer descuido pode diminuir a vida útil do imóvel e colocar em risco a segurança de seus usuários. É indiscutível a importância da manutenção predial para prevenção de acidentes”, ressalta.
A primeira medida de segurança é a contratação de um profissional qualificado e habilitado, seja um engenheiro ou um arquiteto, capaz de elaborar um bom projeto para a prevenção e combate ao incêndio e pânico. Mas, para o engenheiro elétrico Breno de Assis Oliveira, a construção civil no Brasil ainda é uma atividade quase artesanal. “O setor de tecnologia de instalações elétricas, muitas vezes, padece por causa de profissionais ultrapassados, sem a devida atualização de conceitos e conhecimento de novos sistemas ou até mesmo de componentes”, argumenta. Um exemplo claro é o desconhecimento das medidas contra choques elétricos por grande parte dos eletricistas.
Tanto a estrutura quanto as instalações de uma edificação sofrem com a ação do tempo
Casas e apartamentos, por exemplo, devem ter um painel individual, ou quadro elétrico de proteção e distribuição de circuitos, também conhecido como Quadro de Distribuição de Circuitos (QDC). Esse deve ter, pelo menos, um disjuntor geral, a popular chave geral, capaz de desligar toda a instalação; e disjuntores individuais por circuito, separados preferencialmente por funções (iluminação, tomadas, ar-condicionado) e ambientes (cozinha, sala, quartos). As áreas molhadas, sujeitas a lavagem ou com componentes elétricos externos, precisam de proteção contra choques provida pelo dispositivo DR (diferencial-residual), que é geralmente instalado em cozinhas e banheiros, mas nada impede que seja usado em todos os ambientes.
Disjuntor A função do disjuntor é prevenir que os cabos elétricos, em caso de sobrecargas, alcancem uma temperatura capaz de produzir fogo em determinadas circunstâncias. Já o DR visa a proteção das pessoas. Outro recurso é a proteção contra surtos de tensão, fornecida pelo DPS (dispositivo protetor contra surtos), capaz de impedir a passagem de tensões indevidas, provenientes da rede elétrica ou de descargas atmosféricas, em equipamentos no interior das edificações. Além de danificar eletrônicos, eles podem provocar fogo nos equipamentos. Em diferentes níveis de dimensionamento, os mesmos componentes podem ser aplicados às áreas comuns dos condomínios e a alimentadores gerais de edificações comerciais.
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