Mercado imobiliário

Qualidade e acabamento são decisivos em imóveis para a classe C

Construtoras com ofertas destinadas à classe C apostam na excelência dos empreendimentos para atrair e conquistar de vez esse público

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postado em 29/07/2012 13:26 Júnia Leticia /Estado de Minas

Para o casal Karyne Peixoto e Juverson Mendes, acabamento foi fator decisivo na hora da compra - Eduardo Almeida/RA Studio Para o casal Karyne Peixoto e Juverson Mendes, acabamento foi fator decisivo na hora da compra

 

Independentemente da classe social, todos buscam qualidade quando adquirem produtos e serviços. Isso não é diferente na compra da casa própria. O grande desafio está em aliar qualidade e preço compatível ao perfil do público consumidor. Esse desafio tem feito com que as construtoras busquem soluções para atender a demanda de um público cada vez mais exigente: a classe média, grupo social que mais cresceu nos últimos anos.

O déficit habitacional de 90% que atinge a classe C, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Brasília, faz com que as construtoras apostem em imóveis com preços mais baixos para atender as necessidades desse público. Muitas empresas, inclusive, comercializam imóveis dentro do programa Minha casa, minha vida, do governo federal. Essas ações facilitam ainda mais a aquisição da casa própria para famílias com renda entre R$ 1.635 e R$ 5.450.

O diretor de marketing e vendas da MRV Engenharia, Rodrigo Resende, confirma que, nos últimos 10 anos, a classe média ficou mais exigente. “E estou falando tanto de qualidade em termos de materiais de acabamento utilizados nos imóveis quanto, por exemplo, de opções de itens nas áreas de uso comum.”

Desde 1979, quando a MRV começou suas atividades, Rodrigo Resende observa as mudanças nos interesses do consumidor. “Nos anos de 1980, vagas de garagem não eram uma exigência desse público. Hoje, eles não compram um imóvel sem esse requisito. Acho que é um reflexo do aumento do poder de compra e também do maior acesso à informação.”

O arquiteto Maurício Miranda reconhece que, hoje, os consumidores que fazem parte desse segmento contam com maior poder aquisitivo e acrescenta que eles têm também maior acesso à educação. “Por consequência, são melhor instruídos, fazendo com que seu nível de discernimento, exigência e cobrança seja mais elevado.”

Mas as exigências não aumentaram somente por parte da classe média. Segundo Rodrigo Resen de, “a Caixa Econômica Federal, por exemplo, exige a certificação das empresas no nível A do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Hábitat (PBQPH), para que as empresas vendam imóveis pelo programa Minha casa, minha vida”, cita Rodrigo Resende.

Para o diretor da Casa Mais, Peterson Querino, assim como o poder de compra da classe C mudou completamente nos últimos 10 anos, a percepção de produto atualmente é outra. “Hoje, não conta apenas que o produto tenha preço e caiba no bolso do consumidor. A qualidade é um dos fatores predominantes na escolha do imóvel.”

A médica Karyne Silva Peixoto e o corretor Juverson Mendes de Oliveira buscaram essa qualidade ao adquirir um apartamento no Bairro Pompéia, na Região Leste de Belo Horizonte. Além do preço e da localização, o acabamento em porcelanato foi um dos itens que fizeram toda a diferença na escolha do imóvel. “Ter azulejos na cozinha e área de serviço até o teto foi outro fator decisivo”, cita o casal.

Soluções arquitetônicas

Empresas buscam na tecnologia alternativas para que o cliente tenha o imóvel dos sonhos com preços acessíveis e materiais de fácil manutenção no dia a dia

 

Rodrigo Resende, diretor de marketing e vendas da MRV Engenharia - Eduardo Almeida/RA Studio Rodrigo Resende, diretor de marketing e vendas da MRV Engenharia
 

 

Os projetos voltados para interiores estão na mira das construtoras, que buscam aliá-los de acordo com as necessidades dos moradores que fazem parte da classe média. Daí surgem alternativas que são ideais para pequenos espaços. “Alguns exemplos dessa adaptação são as cozinhas americanas, que oferecem a praticidade cada vez mais almejada por nosso público”, conta Rodrigo Resende, diretor de marketing e vendas da MRV Engenharia. As novas exigências também se refletem nos materiais utilizados, que precisam ser de fácil manutenção.”

Para oferecer imóveis com qualidade e preço acessível condizente com o segmento, sem que isso signifique prejuízo para a empresa, a solução encontrada pela MRV foi trabalhar com um modelo integrado de gestão. “A grande capacidade para prospecção e aquisição de terrenos, produção industrializada, padronização dos imóveis e ciclo operacional mais curto fazem de nós a maior e mais experiente empresa desse ramo”, afirma Rodrigo Resende.

Além disso, ele conta que a MRV desenvolveu um modelo de produção que permite replicar em escala industrial, em diferentes localidades e de forma simultânea, um padrão único de construção. “Permite-nos, entre outras coisas, maior poder de negociação com fornecedores, diluição de custos fixos e rígido controle de qualidade”, diz Rodrigo Resende.

O diretor da Casa Mais, Peterson Querino, diz que todas as construtoras estão pesquisando as exigências e o perfil do cliente para desenvolver seus produtos. “A partir dessas necessidades, trabalhamos para desenvolver o produto mais adequado a cada região. Qualidade não é sinônimo de alto custo, assim como produto econômico não significa baixa qualidade”, justifica.

Para que isso seja possível, o empresário conta que são buscados materiais que valorizem o acabamento dos empreendimentos. Esse cuidado faz parte de todas as etapas do processo construtivo, a fim de possibilitar que o imóvel chegue ao consumidor com preço bom e qualidade. “A economia obtida desde a compra do terreno, passando pela definição e negociação dos materiais, até o processo de divulgação do empreendimento, é repassada aos nossos clientes em forma de produtos com preços mais baixos que os praticados pelos nossos concorrentes no mercado”, garante Peterson Querino.

PADRONIZAÇÃO
O arquiteto Maurício Miranda observa que o mercado imobiliário se estruturou de forma a atender as demandas que estão vindo junto com a ascensão da classe média. “Atualmente, essa é a fatia de mercado mais representativa de seu faturamento. Construtoras e incorporadoras criaram marcas específicas para atender a essa demanda cada vez mais crescente”, diz.

Para resolver a questão dos custos aliada à qualidade, a solução, segundo Maurício Miranda, é produzir em grande escala e a oferta de crédito em abundância. “Tornando viáveis empreendimentos em um momento de grande especulação imobiliária em torno dos terrenos e aumento do custo de mão de obra.”

Em busca desses recursos para garantir economia, o arquiteto confirma que o caminho é a uniformização dos projetos, com a padronização dos processos construtivos e produção em larga escala. Nessa busca, o diretor da Casa Mais revela que há, sim, opções no mercado para atender com qualidade o consumidor, dentro de seu poder aquisitivo. “Para todo tipo de material você tem o produto bom e o produto ruim. Em nossos produtos supereconômicos (Minha casa, minha vida), por exemplo, utilizamos cerâmica no piso dos apartamentos”, exemplifica Peterson Querino.

Para se assegurar de que a qualidade é um dos objetivos no empreendimento, o ideal é procurar adquirir imóveis de empresas renomadas, mesmo que custe um pouco mais caro, como aconselha Maurício Miranda.

Comprando a casa própria...


Com a facilidade de crédito e as opções de empreendimentos para a classe média, é preciso alguns cuidados antes de tomar uma decisão tão importante como é a compra de um imóvel. Veja as dicas da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH):

1º passo: Aprovação do crédito junto ao agente financeiro para verificar o valor do imóvel que poderá ser adquirido. É importante ter consciência de que a realidade financeira é que vai definir o padrão do imóvel a ser adquirido.
2º passo: Procure um imóvel dentro de suas necessidades reais. Por exemplo, se você é casado e tem um filho, então não compre um imóvel de três quartos. Às vezes, será necessário adequar o sonho à realidade.
3º passo: Conheça bem o imóvel antes de assinar o contrato, visitando-o em horários diferentes do dia para conhecer a realidade do local, tais como a segurança e a vizinhança; pergunte sobre odores, desapropriações, vazamentos, desabamentos e inundações. Considere também a valorização futura, valor de revenda, posição do imóvel em relação ao sol, e como você se sentiu nele.
4º passo: Verifique se tudo que foi prometido em folhetos e prospectos foi cumprido, principalmente no que se refere a material, metragem e acabamento.
5º passo: Consulte também o Cadastro de Reclamações Fundamentadas ou o Banco de Dados do Procon para tomar conhecimento da existência de reclamações contra a entidade incorporadora, construtora ou vendedora.
6º passo: Verifique a documentação do imóvel a ser financiado. No momento em que o financiamento encontra-se pré-aprovado e a unidade habitacional foi encontrada, o elo entre o contrato e o imóvel passa pela documentação, que, se não estiver em conformidade com o exigido pelo agente financeiro, impede a concretização da aquisição.

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Carlos - 29 de Julho às 21:15
Déficit habitacional de 90% na classe C??? Último Censo IBGE de 2010 comprovou que essa afirmativa é mais uma falácia do mercado imobiliário, pois o número de imóveis vazios supera o déficit habitacional. O que existia era muita ESPECULAÇÃO. Mas agora que a bolha estourou, tá sobrando imóvel na praça

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