A cidade de Tóquio acaba de ser anunciada como a sede dos Jogos Olímpicos de 2020, e já tem o projeto de seu novo, e principal, abrigo para as competições. Com assinatura da premiada arquiteta Zaha Hadid, as obras do Estádio Nacional do Japão, que será o palco central do evento, devem começar no fim de 2015, com orçamento que chega à cifra de US$ 1,62 bilhão. Em traçado futurista, surpreendente e capacidade para 80 mil pessoas, o estádio vai receber as disputas de atletismo, além das cerimônias que abrem e encerram as Olimpíadas, mostrando uma estrutura ultramoderna e tecnológica.
A construção conta com cobertura retrátil, arquibancadas que podem ser adequadas a variados tipos de eventos (as adaptações permitem, por exemplo, que as cadeiras se aproximem do campo em partidas de futebol e apresentações musicais), além de todo o planejamento direcionado para a responsabilidade ambiental. Visualmente, a arquitetura é delineada em referência a um grande capacete de bicicleta, diferenciando em muito à obra do conservador e clássico Maracanã, que terá a mesma função na disputa olímpica prevista para 2016, no Rio de Janeiro.
O desenho inconfundível de Zaha Hadid permeia todo o conceito. Iraquiana e radicada na Grã-Bretanha, a arquiteta foi a primeira mulher consagrada com o Prêmio Pritzker, o Oscar deste segmento. Ela também é autora da concepção do centro aquático de Londres 2012, lembrado pelo teto parecido a uma enorme onda. Zaha foi a vencedora de um concurso realizado no ano passado pela prefeitura de Tóquio, superando 45 escritórios concorrentes.
Primeiramente, este concurso havia sido lançado por causa da Copa do Mundo de Rugby, marcada para 2019, no país, e agora o projeto ganhou ainda mais visibilidade com a escolha de Tóquio para sediar as Olimpíadas 2020, na semana passada. O inédito Estádio Nacional será erguido no mesmo local do antigo Kasumigaoka, substituindo o que foi o cenário dos Jogos Olímpicos de 1964, os primeiros ocorridos na capital japonesa. O complexo também será oferecido à Fifa como uma opção para o Mundial de futebol.
A proposta de Zaha Hadid foi escolhida por jurados presididos por Tadao Ando, arquiteto japonês também dono de um Pritzker, e pelo Conselho de Esportes, como a melhor entre dez finalistas. A arquitetura fluida e inovadora do novo estádio rendeu rasgados elogios do chefe do júri. Para Tadao, a entrada dinâmica e futurista incorpora a mensagem que o Japão gostaria de passar para o resto do mundo, encaixando-se em perfeita harmonia à paisagem de Tóquio. Ele acredita que a construção irá se tornar um altar do esporte mundial pelos próximos 100 anos.
As obras terão início assim que a demolição do antigo estádio for concluída. A previsão é que sejam finalizadas em 2018.