Empreendimentos dedicados aos idosos

Mercado imobiliário começa a desenvolver condomínios residenciais exclusivos, com infraestrutura completa para atender uma faixa etária acima dos 65 anos

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postado em 20/04/2014 20:20 Celina Aquino /Estado de Minas
Empreendimento no Bairro Buritis terá 48 apartamentos e área de lazer - Talent Construtora/Divulgação Empreendimento no Bairro Buritis terá 48 apartamentos e área de lazer
Durante muitos anos, o mercado imobiliário tinha como “menina dos olhos” um tipo de comprador: aquele entre 21 e 35 anos, com algumas exceções para um público com até 55 anos, que estivesse na ativa. Mas, os tempos são outros, e os números também. Até 2050, conforme estima o Banco Mundial (Bird), metade da população brasileira será de idosos, o que trará impactos em termos de crescimento econômico, saúde, educação e previdência. E esse público, acima dos 65, começa a ganhar o olhar do mercado de imóveis brasileiro. Em Belo Horizonte, esse “despertar” dá os seus primeiros passos e, segundo especialistas, tem tudo para se tornar tendência, mas é preciso conhecer mais esse novo nicho.

No próximo mês, será lançado na capital mineira um novo empreendimento voltado exclusivamente para a terceira idade. Será o primeiro condomínio residencial para esse público na cidade e, segundo os responsáveis, será voltado para a independência dessas pessoas. Localizado no Buritis, na Região Centro-Sul, o edifício, chamado de Bossa Nova, terá 48 apartamentos, de um, dois ou três quartos, que vão variar de 80 a 190 metros quadrados, incluindo as coberturas. Ficará pronto em 2016.

Da Talent Construtora, o prédio, segundo comenta o advogado e sócio da construtora, Pedro Damásio, foi projetado para suprir as necessidades e prazeres dessa faixa etária. “Há uma lacuna imensa de residenciais voltados para o público mais maduro. Investimos em vários detalhes e colocamos uma infraestrutura completa, com serviços que atendem desde necessidades simples e primordiais, como supervisão médica e atividades fisioterápicas, até o desenvolvimento de atividades culturais, aulas de educação artística e passeios turísticos.”

“Os empreendimentos aqui têm áreas de lazer mais voltadas para os jovens, crianças e adolescentes. A gente quer atingir as pessoas mais maduras. Um apartamento vai variar de R$ 400 mil a R$ 1 milhão, mas os preços serão definidos depois do lançamento”, comenta Pedro Damásio. Mas esse não será o único na capital. Segundo o vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Lucas Guerra Martins, há construtoras com projetos voltados para esse segmento, como um empreendimento no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima. “Existe um movimento de empresas formatando produtos para esse público”, revela, dizendo que ainda há desafios.

“Outros países estão mais avançados. As pessoas hoje estão vivendo mais, tendo mais demandas por serviços agregados à residência. Há, sim, uma oportunidade de negócio, mas são necessárias adaptações nas moradias, como elevadores que caibam macas, portas e banheiros mais largos e com alças. Enfim, há uma série de elementos que precisam ser avaliados. Não é só colocar o público ali e pronto. É preciso uma condição diferenciada, porque, até o momento, trata-se de um mercado que a gente desconhece”, observa Lucas Guerra.

O presidente da Câmara do Mercado Imobiliário (CMI/Secovi), Otimar Bicalho, vê com bons olhos esse novo nicho, porém, diz que ainda faltam definições. “Falta responder às muitas perguntas: será que o idoso quer morar em um prédio só com idosos? Será que é uma oportunidade de investimento ou o público da terceira idade vai ser o consumidor final? Se for o consumidor final, será que a família quer gastar dinheiro?.”

Otimar observa que, para um espaço voltado para esses moradores, é preciso infraestrutura. “É algo extremamente válido. Porém, ainda não há respostas definitivas para isso. Certamente, há um grande filão, mas precisamos de mais respostas. O custo mensal dessas pessoas não vai ser barato. É preciso atividades, de repente, um carro para fazer as compras para esses moradores, alguns vão precisar de cuidadores. Tudo isso tem que ser levado em consideração”, pontua, reconhecendo que Minas Gerais é mais resistente às novidades e, por isso, há poucos empreendimentos voltados para esse público. “Em breve, as perguntas serão respondidas, e esse segmento será algo que virá para ficar.”

INFRAESTRUTURA O empreendimento da Talent Construtora, segundo Pedro Damásio, terá infraestrutura para atender essa faixa etária. Há opções de apartamento com portas mais largas, quinas abauladas, tomadas mais altas, fechaduras invertidas para facilitar a abertura das portas, botão de emergência e piso antiderrapante. “Todos os moradores terão à disposição botões de emergência, supervisão de enfermagem junto ao condomínio e acompanhamento médico, bem como uma área de lazer.
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Alberto - 21 de Abril às 07:40
Mercado há sim, e o consumidor final gostaria de gastar num empreendimento desses, mas é preciso adequar às necessidade do consumidor. não adianta construir com olhos de mercado abaixo dos 50 anos. Academias, piscinas, etc não são interesses de idosos na sua maioria.

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