A manta reflexiva, e não o telhado verde que leva a bandeira no nome, é a alternativa mais ecoeficiente para residências. A Fundação Espaço Eco (FEE), um centro de excelência em socioecoeficência, comparou três alternativas de coberturas de telhados para residências: o de cerâmica, o telhado verde e a cobertura com manta reflexiva, também chamada, em inglês, de cool roof. O objetivo foi verificar a alternativa com melhor equilíbrio entre desempenho econômico e ambiental para cobrir uma área útil de 63,5 metros quadrados de um imóvel, mantendo uma temperatura interna de 24 graus, por 30 anos. A análise de ecoeficiência que comparou processos e produtos foi baseada na Avaliação de Ciclo de Vida (NBR ISO 14040), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Os resultados demonstraram que a cobertura com manta reflexiva é a mais ecoeficiente por sua propriedade refletiva. O desempenho ambiental no isolamento térmico é melhor, já que o calor transmitido por radiação não é absorvido pela cobertura da casa, reduzindo o consumo de energia elétrica para seu resfriamento e mantendo o conforto térmico interno. A alternativa também foi melhor no aspecto econômico pelo baixo custo de instalação, manutenção e operação, pois reduz o consumo de energia elétrica. Segundo Juliana Silva, coordenadora de socioecoeficiência da FEE e responsável pelo estudo, estima-se que 25% da área de uma grande cidade seja ocupada por telhados, mas não há dados da frequência desses três tipos de coberturas no Brasil.
Para chegar a esse telhado, foi usada uma análise dos impactos ambientais desde a extração dos recursos naturais até a produção das coberturas e desmontagem. O telhado verde apresenta um melhor desempenho econômico e ambiental com relação ao telhado de cerâmica, mas não mais que o cool roof. Os impactos ambientais associados ao telhado verde nas categorias consumo de energia, emissões, acidentes e doenças ocupacionais foram determinantes para prejudicar seu desempenho com relação à cobertura com manta. Isso porque as mantas necessárias para o isolamento e impermeabilização do sistema do telhado verde são provenientes de petroquímicas, acarretando maiores impactos no meio ambiente.