ECONOMIA

Cada um paga o que gasta

Procura pela instalação de hidrômetro individual cresce 30% no primeiro semestre na tentativa de reduzir o consumo de água

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postado em 06/12/2015 10:00 Augusto Pio /Estado de Minas

Medidor individualizado permite ao morador acompanhar consumo - Maria Tereza Correa/Em/D.A Press-23/1/12 Medidor individualizado permite ao morador acompanhar consumo
 

A crise hídrica vem promovendo muita mudança em todo o país e fazendo com que a população brasileira modifique seus hábitos. Isso com o intuito de, cada vez mais, consumir menos água, além de preservar esse bem que é tão precioso. Porém, essa tentativa de redução no consumo não está sendo percebida na conta de água, principalmente para aqueles que residem em prédios e pagam a água dividida pelo condomínio. O certo é que, com muitas pessoas rateando o custo da água gasta no imóvel, é difícil saber quem usou mais ou menos. Diante disso, a Prefeitura de BH sancionou a Lei 10.840, que obriga a instalação de hidrômetros individuais nos projetos das edificações comerciais ou residenciais com mais de três andares e também em novos edifícios com mais de seis moradias.

Humberto Greco, diretor de obras da Construtora Caparaó, acredita que a medida trará muitos benefícios para os moradores dos condomínios. “O medidor individualizado é uma forma justa para todos os condôminos. Cada um paga pelo que usa e não precisa ratear o valor final entre todos.” Na realidade, com o aumento do custo da água, cada vez mais moradores estão buscando nos hidrômetros individualizados uma opção para tentar diminuir o valor da conta no final do mês. Para se ter uma ideia, em Minas, só no primeiro semestre, a procura foi 30% maior do que no mesmo período do ano passado por esse sistema.

“Com a separação das medições, fica mais fácil de os moradores de cada apartamento conseguirem monitorar melhor o consumo da água, evitando o desperdício e tendo uma maior noção dos seus gastos”, esclarece Humberto, que ainda reforça que a adoção do sistema também é uma vantagem para os moradores que acabam tendo sua água cortada por conta de inadimplentes. “Cada um recebe a sua conta e fica responsável pelo seu pagamento, sem interferir e interromper o fornecimento de água para seus vizinhos.”

Ele esclarece que a individualização serve para criar hábitos de economia, conscientizando o morador sobre o uso racional de água. “Com as contas separadas, cada um vai poder saber exatamente o quanto consome e saberá onde pode diminuir o uso”, esclarece. A economia é sentida no custo da conta, que, com o medidor, apresenta  queda que varia entre 25% e 30%.

Além da economia, os hidrômetros têm outra grande vantagem. Quando a medição é realizada individualmente, é possível fazer o monitoramento on-line. “Por meio desse controle, é possível efetuar a medição remota e, se houver algum problema na tubulação, como vazamentos, a condição de reparo se torna mais ágil e eficiente.” A medição individualizada pode ser instalada em qualquer edificação, mas, quanto mais antigo for o prédio, maior será o gasto para cada um dos moradores. Sobre as áreas comuns, Humberto salienta que a Copasa fará o rateio do volume gasto entre todas as unidades, conforme a Lei Municipal 10.840, e esse valor será inclu[ido na conta de cada morador do condomínio.

Em casos de prédios mais antigos, nos quais os moradores querem colocar o medidor individual, Humberto explica que é preciso ser analisado tecnicamente, verificando se existem prumadas individualizadas para as unidades, o que facilitará muito a instalação do medidor. “Caso não tenha essas prumadas fica mais complicado, devendo ser feitas intervenções hidráulicas (reformas) para que se consiga executar a medição individualizada. Agora, isso pode ser feito desde que se analise o projeto e/ou as instalações existentes. É interessante contratar um engenheiro de instalações para que o mesmo possa identificar a viabilidade e os custos envolvidos.”

Humberto diz que os valores são variáveis de acordo com as instalações existentes nos edifícios. “Deverá ser feita uma avaliação criteriosa, pois o custo pode ser inviável.”

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