Já estamos no meio do ano e depois de passar por uma crise econômica sem precedentes entre 2015 e 2016, o
mercado imobiliário parece se reeguer. Inclusive, a tendência é que este ano o setor retome seu equilíbrio. A desaceleração da economia e a inflação, que voltou com força nos últimos anos, foram uma das principais razões para que o mercado imobiliário ficasse retraído.
Existe uma retomada de confiança e o empresariado já enxerga uma luz no fim do túnel. As expectativas melhoraram em relação à economia nacional e às empresas. Caso essas perspectivas continuem se fortalecendo, os empresários podem retomar a vertente de crescimento e de novos negócios.
O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) registrou 50,3 pontos em março. Essa foi a primeira vez, desde março de 2014, que o indicador rompeu a barreira dos 50 pontos, que separa a falta de confiança da confiança. O índice foi 17 pontos superior quando comparado ao mesmo período no ano passado.
Reaquecendo o mercado
Alguns fatores podem favorecer a recuperação do setor imobiliário em 2017:
- A queda na taxa de financiamento interbancário;
- Inflação em desaceleração;
- Redução da taxa de juros;
- Retomada (ainda que tímida) do crescimento da economia;
- Expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), já que desempenha o papel de medir o comportamento da economia brasileira. O Banco Central e o Fundo Monetário Internacional (FMI) veem um crescimento do PIB para este ano;
- Novos investimentos no Brasil.
Outros indicadores também podem influenciar positivamente o setor imobiliário em 2017: aumento no consumo das famílias, baixa na inadimplência e crédito imobiliário mais barato. Mesmo com o otimismo, o
desemprego ainda elevado é uma preocupação e pode comprometer a segurança do consumidor em realizar compras de alto valor, como os imóveis.
A previsão é que os lançamentos devam ser retomados a partir do segundo semestre, já que a queda dos juros torna os financiamentos imobiliários mais acessíveis. A volta de captação de recursos para as poupanças também deve influenciar no poder de compra do consumidor.
Além do crescimento das vendas, há a previsão de
novos lançamentos no mercado. No ano passado as incorporadoras tiveram que se adaptar à nova realidade e pensar em novas estratégias. Muitas construtoras travaram os lançamentos e a solução encontrada foi focar no estoque do que já estava pronto. Segundo Marcos Bacha, o diretor da JAB Empreendimentos Imobiliários, a expectativa para 2017 é crescer cerca de 25% no faturamento.
É importante destacar que o cenário político também influencia diretamente a recuperação da economia, e, consequentemente, do mercado imobiliário. Esse cenário instável pode adiar essa recuperação diretamente. É preciso haver confiança do consumidor a longo prazo para que o mercado se estabilize e estimule o setor da construção civil brasileira.