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Paisagismo para ficar mais perto da natureza

Para ser um bom criador de paisagens, é preciso sensibilidade exacerbada para entender os anseios e desejos dos clientes

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postado em 25/01/2009 12:31
Carla Pimentel/Divulgação
Há mais de 15 anos como paisagista profissional, tomei gosto pelo ofício bem cedo, logo que percebi que a minha graduação em Psicologia poderia ser uma grande aliada nos estudos da natureza e no cultivo de jardins. Isto sem contar que o meu relacionamento com os clientes e o entendimento dos seus anseios poderiam ser extremamente facilitados.

Na minha opinião, é fundamental que todo profissional da área tenha uma sensibilidade exacerbada. Esta característica é necessária para que ele consiga resgatar no cliente seus anseios e desejos, e transpô-los ao projeto paisagístico de modo que o jardim seja um local utilizado no dia-a-dia de maneira aprazível. O principal objetivo quando se cria um jardim é resgatar o sonho do cliente e recriá-lo da maneira mais real possível.

Ao se criar um jardim, algumas etapas são extremamente relevantes: primeiramente se realiza uma entrevista, na forma de um bate papo bem informal mesmo, e nesta conversa costumo detectar seus costumes e gostos. A partir daí, crio um jardim com estas características, procurando respeitar em tudo o gosto do meu cliente e, por isso, deixo as minhas preferências pessoais de lado. Mas é claro que o profissional tem que orientar sobre o que é apropriado ou não, naquilo que combina, ou seja, fazendo com que o jardim seja equilibrado.

Por exemplo, não seria viável trabalhar com plantas tropicais misturadas com um projeto europeu. Se o cliente, por exemplo, gosta de coníferas e, ao mesmo tempo, de palmeiras, é claro que vou orientá-lo para não colocá-las no mesmo ambiente. Isso pode ser feito em espaços separados para que não haja nenhum conflito visual.

O nosso escritório conta com uma equipe multidisciplinar, e sempre trabalhamos em conjunto com engenheiros agrônomos, arquitetos, decoradores e outros paisagistas. Hoje em dia, um não trabalha sem o outro, um não sobrevive sem o outro, é uma grande equipe. Não adianta você querer fazer tudo, pois cada um tem o seu lugar e devemos respeitar isso.

Por exemplo, quando queremos fazer um trabalho que ressalte a iluminação do local, chamamos um profissional específico de luminotécnica. Claro que o paisagista pode indicar qual parte da vegetação merece ser destaque e o que deve ser iluminado para que o trabalho final tenha um melhor resultado. O projeto paisagístico nunca deve se sobrepor ao projeto da arquitetura, e sim complementar a paisagem externa previamente projetada.

Refúgio das tensões e qualidade de vida

Atualmente o paisagismo está sendo muito procurado por contribuir para a qualidade de vida das pessoas. O corre-corre do dia-a-dia impede que as pessoas tenham contato com verde, o que, indiretamente, contribui para que elas fiquem mais estressadas.

Percebo que as pessoas estão mais conscientes em relação à necessidade desta convivência com a vegetação, por isso a grande demanda por paisagismo. O desejo de ter maior contato com a natureza faz com que insiram o paisagismo na vida cotidiana, como se ele fosse um verdadeiro refúgio para se livrar das tensões diárias.

Até aqueles que moram em apartamento estão procurando ter maior contato com o verde. Esta nova geração está muito envolvida com a preocupação em relação ao meio ambiente, sobre poluição, desmatamento e até sobre o aquecimento global, o que só tende a aumentar o espaço do paisagismo.
É importante sempre pensarmos no foco ao elaborarmos um projeto.

É importante ressaltar que o paisagismo não se trata apenas de planta e sim de todo um projeto para áreas externas. Para alguns tipos de ambiente, sempre devemos pensar na segurança, que vai desde a infra-estrutura do local até o cuidado de não usar plantas tóxicas e venenosas. Existem algumas plantas que atraem cachorros e outros animais que devem ser evitadas em alguns projetos. Outro ponto importante é procurar trabalhar com vegetação que não exige muita manutenção e que seja de fácil manuseio.

Também sempre devemos pensar na iluminação. A luz ressalta o que há de mais bonito no ambiente, que não necessariamente tem que ser uma planta. Ela deve ser um elemento a mais e pode ser simplesmente uma luz diferente, ou pode iluminar uma escultura. A iluminação é a peça chave para a beleza da área externa de um ambiente utilizado à noite.

*Carla Pimentel é paisagista, urbanista e gestora ambiental

Carla Pimentel Paisagismo
Rua Luiz Soares da Rocha, 120 - Luxemburgo
Belo Horizonte - MG /  Cep: 30380.600
Fone/fax: (31) 3344-0945

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