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Mercado imobiliário

Produtividade é o diferencial competitivo do momento

O desafio de aumentar a produtividade também compreende avanços em políticas públicas, na segurança jurídica e na melhora do ambiente de negócios do país

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postado em 28/03/2016 17:20 / atualizado em 20/07/2016 09:56
Diante do cenário político e econômico adverso que o Brasil atravessa, uma das saídas para que as empresas consigam superar a turbulência está no aumento da produtividade. Certamente, as empresas que vêm investindo na eficiência de seus processos estão em outro patamar de competitividade e têm conseguido direcionar sua atuação para segmentos e nichos de mercado rentáveis mesmo neste quadro econômico de 2016.

Durante o período de crescimento experimentado pala construção civil e pelo país até 2013, o mercado aquecido permitia que empresas pouco eficientes ainda fossem rentáveis. Contudo, agora não há espaço para amadores. Hoje, as construtoras e seus dirigentes precisam antecipar demandas, pois atender apenas às necessidades atuais não gera vantagem competitiva.

Por isso, é preciso direcionar investimentos para melhorias na gestão das empresas. De acordo com a pesquisa PM Survey, divulgada no ano passado, no setor de construção, incluindo infraestrutura, 57% dos projetos sempre ou na maior parte do tempo não alcançam os resultados esperados de custo, tempo e satisfação do cliente.

Tal quadro mostra a necessidade de se implantar e disseminar a governança de projetos, que contempla o planejamento, controle, mensuração e aprimoramento dos processos em cada área e em toda a empresa. Mais especificamente no canteiro de obra, especialistas avaliam que um sistema integrado de controle e avaliação reduz em 30% os custos. Ou seja, em um empreendimento com quatro torres, a quarta pode ser construída praticamente com os materiais que seriam desperdiçados.

Por isso, o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) tem promovido uma série de ações e eventos para discutir novas formas de gestão de projetos que privilegiem sustentabilidade e produtividade. É o caso do uso da modelagem de informações de construção (BIM), que reduz drasticamente a necessidade de adequações no projeto com a obra em andamento.

Outra frente em que o Sinduscon-MG vem atuando é na questão da reutilização e reaproveitamento dos materiais, bem como a correta destinação dos resíduos, diminuindo o desperdício no canteiro de obras. Contudo, o desafio de aumentar a produtividade também compreende avanços em políticas públicas, na segurança jurídica e na melhora do ambiente de negócios do país.

Sem dúvida alguma, a rigidez da legislação trabalhista é um empecilho para as empresas mais dinâmicas. A morosidade nos trâmites junto aos órgãos públicos e o complexo sistema tributário são problemas que incorporam mais custos aos empreendimentos e demandam força de trabalho excessiva.

Nessa frente de atuação, o Sinduscon-MG também tem buscado parcerias estruturantes em benefício de suas empresas associadas. Exemplo é a Câmara Intersetorial de Acompanhamento de Empreendimentos e Obras da Construção Civil e Infraestrutura, fruto de entendimentos do Sindicato com o governo de Minas Gerais, que será um canal de diálogo e irá minimizar as pendências de empresas junto às secretarias de estado e concessionárias como Copasa e Cemig.

Nos últimos anos, a indústria da construção foi uma das que mais incorporaram tecnologias e se reformulou. Contudo, esse processo deve ser continuo e é a única forma de as empresas se solidificarem no mercado que está cada vez mais competitivo. Portanto, a saída para este momento está na implantação e desenvolvimento da gestão moderna, que direciona os esforços para o capital empregado, dando atenção a todas as interações estabelecidas com acionistas, fornecedores, colaboradores, concorrentes, clientes, órgãos reguladores e com o Estado.

*Bruno Vinícius Magalhães, vice-presidente administrativo-financeiro do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)

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