Harmonia e funcionalidade

Diante de tantas opções, a única certeza é com relação à escolha das cores: rosa para menina e azul para menino, certo? Errado. Segundo a arquiteta Manuela Senna, não existe mais essa imposição de cores. "Claro que elas são muito utilizadas, especialmente nos acessórios. Mas hoje podemos usar e abusar de outros tons, como verde, lilás, amarelo, bege e até mesmo o branco", conta.

Conforme a arquiteta, o quarto com paredes em tons neutros, como o bege ou camurça, permite uma brincadeira muito maior com os apliques, almofadas, protetor do berço, entre outros objetos do ambiente. "Além disso, pode trazer mais suavidade ao todo", observa Manuela Senna.

Uma sugestão dada por ela é o uso do bege ou branco, conjugado com o azul ou o verde nas estampas xadrez ou listra no quarto de meninos. "No caso de meninas, o uso do bege ou branco com rosa ou lilás nas estampas flores, poá (bolinhas) ou listras", exemplifica a arquiteta.

Independentemente da cor escolhida, o que não pode faltar no quarto do bebê é harmonia e suavidade. "O bebê precisa estar em uma atmosfera de paz e tranquilidade, com estímulos, mas sem agitação", diz Manuela Senna. Além disso, a designer de interiores Andreza Ozores ressalta a importância de uma poltrona. "Mesmo se o espaço for pequeno, não deixe faltar uma. Ela será muito útil na hora de amamentar".

Por questões de segurança, a arquiteta de interiores Ana Flávia Mendonça lembra que a instalação de protetores de quina é essencial para evitar lesões com batidas nas extremidades agudas de móveis. "O kit berço também é indispensável para proteção do bebê", enfatiza. Entre os itens estão protetores de cabeceira e laterais.

Alguns desses kits podem conter, ainda, cortinado para berço que, segundo Manuela Senna, é um dos itens mais questionados nesse tipo de projeto. "Ele, além do tapete e da cortina, pode acumular poeira, que acaba por provocar alergias no bebê. Por isso, deve ser lavado e aspirado com frequência, caso seja usados no ambiente", comenta.

Para facilitar a vida de quem quer curtir o maior tempo possível no ambiente com o bebê, sem se preocupar com outras coisas, Andreza Ozores indica o uso de pisos vinílicos ou laminados de madeira. "Eles têm poucas frestas e são fáceis de limpar", explica. Com relação ao posicionamento do berço, é importante que ele fique em local de fácil acesso, longe da área de ventilação do quarto, que deve ser arejado. "Para posicioná-lo, trace uma linha da janela até a porta e ponha o berço fora dessa área", diz a designer.

MUDANÇA

Apesar de essencial e de todos os cuidados que implicam sua escolha, o berço é o primeiro item a ser dispensado do quarto do bebê, devido à transição de idade da criança. Por isso, Andreza aconselha o uso de móveis de linhas mais retas e que tenham outras funções. "Por volta de 18 meses, quando o bebê já dorme a noite inteira, a peça se transforma numa minicama com grade".

O mesmo se aplica a outros móveis do quarto do bebê. "O trocador pode virar uma mesa de estudo. Outra dica é escolher um modelo de poltrona para amamentação interessante, que depois possa ser aproveitado em outro ambiente da casa", diz Andreza Ozores.

Optar por móveis multifuncionais e soluções que podem ser usadas em outros espaços representa uma economia, que pode ser revertida na decoração do espaço compatível com as outras fases de idade da criança. Afinal, só o mobiliário básico do quarto de bebê - berço, cômoda e poltrona - custa a partir de R$ 1,5 mil. "Se a pessoa preferir um quarto personalizado, o projeto gira em torno de R$ 750", conta Andreza Ozores.