Carros ganham espaço na decoração de interiores

Eles surgiram para facilitar o transporte, mas logo tornaram-se símbolos de status e design. Automóveis que viraram ícones de gerações e tendências podem ser incluídos na decoração de ambientes comerciais e residenciais.

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postado em 17/03/2013 09:00 / atualizado em 18/03/2013 10:11 Thiago Ventura /Portal Uai
Thiago Ventura/EM/D.A Press


Cera na pintura, limpa-vidros no parabrisa e silicone nas partes plásticas. Essa lista de cuidados poderia descrever a limpeza de qualquer automóvel ou motocicleta, mas na verdade trata-se de um elemento decorativo. Antigos ou modernos, pequenos ou grandes: estabelecimentos e residências utilizam veículos em seus ambientes e com ótimos resultados.

Ela domina a entrada de uma lanchonete na Vila da Serra, Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, e poucos pedestres passam sem contemplá-la. Uma Kombi 1973 é o centro das atenções, com sua tradicional pintura saia-e-blusa nas cores vermelho e branco.

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O veículo conserva a carroceria, transformada em balcão com máquina de chopp e cadeiras para clientes. O eixo foi mantido, bem como rodas, faróis e lanternas. A cabine da Kombi tem volante e instrumentos, uma diversão para clientes de todas as idades que vão ao estabelecimento.

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“As pessoas ficam impressionadas, tiram foto e comentam com os funcionários. Nossa loja é uma das únicas da região com esse tipo de acabamento. As crianças brincam e querem dirigir o carro”, diz Weuller Azara, gerente do Jack’s Big Burguer desde a inauguração da hamburgueria gourmet, há seis meses. “É uma ótima atração. Muitos param, entram para ver o carro e consomem algum produto”, completa.

A unidade Vila da Serra repete a receita de design da matriz, no Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, que também conta com uma Kombi. A decoração é inspirada nos anos 50, com poltronas acolchoadas, posters vintage e luzes neon. Tudo para combinar com hambúrgueres e milk-shakes. O projeto é assinado pela arquiteta Mariana Borges e a designer de interiores Thaysa Godoy, que chegaram a viajar aos Estados Unidos para coletar referências dos famosos dinners.

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“Foram seis meses do projeto à conclusão da obra. A instalação do veículo, com a sustentação do eixo no piso e aplicação da bancada na carroceria, foi a fase mais crítica”, conta Mariana. “Na unidade Sion, construímos uma Kombi com fibra, já com as dimensões corretas para a lanchonete”, completa Thaysa.

Justamente a inclusão de um veículo no ambiente é um dos aspectos mais relevantes, na opinião das profissionais. “Uma decoração com veículos é bem marcante e deve ter harmonia e proporcional ao restante do ambiente. Pode ter o carro, ou parte dele, mas tem que sobrar espaço para circulação”, recomenda Thaysa.

O uso de carros requer ainda um planejamento efetivo dos resultados. Por ocupar grande espaço, influencia todo o seu redor. “O estilo do automóvel vai ditar o restante da decoração, já que se trata de uma peça de presença, e que será o foco do visitante”, considera Mariana Borges.

Um outro projeto em Belo Horizonte teve o mesmo planejamento. Na 68 Pizzaria, em Lourdes, uma réplica fiel de um Porsche 550 Spyder 1955 repousa em um dos ambientes do estabelecimento. De acordo com a arquiteta Beth Nejm, toda logística da obra teve que ser alterada para instalação do elemento. O Porsche foi inserido primeiro e coberto, para depois concluir a obra da pizzaria.

Eduardo Almeida/RA Studio


“A inclusão de um veículo acarreta em mais custos, por causa da mão de obra e aluguel de guindaste. A obra fica parada por conta do carro e é preciso planejamento para não gastar mais que o necessário”, ressalta Beth.

Além do Porsche, simpáticas Lambrettas italianas ornamentam a 68 Pizzaria. Fotos de carros de corrida e outros detalhes completam o ambiente, que teve inspiração na Mille Miglia, clássica competição automotiva realizada profissionalmente até 1957 e que hoje congrega amantes dos carros antigos. O resultado deu tão certo, que o estabelecimento abriu filiais em São Paulo e Campinas, todas com uma réplica do Porsche.

Beth Najm diz que o carro vira elemento surpresa para atrair atenção dos clientes - Eduardo Almeida/RA Studio Beth Najm diz que o carro vira elemento surpresa para atrair atenção dos clientes


“O carro não pode entrar por acaso. É preciso ter uma ligação com o ambiente, senão fica sem contexto. Se o conceito é de um restaurante anos 60, é necessário um modelo da época. Um automóvel moderno não vai combinar. É necessário unir o lúdico ao profissional”, exemplifica Beth.

Mas, se bem posicionado, agrega muito valor a um ambiente voltado a conquistar clientes. “É sempre necessário buscar algo que surpreenda o cliente, um elemento interessante, um detalhe. Um carro pode ser uma boa solução”.

Mas, na opção em modelos é necessário cuidados extras na conservação. “O proprietário deverá ter o mesmos cuidados com o carro, como se ele estivesse em uso. é necessário checar calibragem dos pneus, cuidar da pintura e evitar que seja danificado por crianças e até mesmo causar acidentes”, recomenda.

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Destaque principal

O Sam’s Burguer tem várias mesas em seu salão na unidade Buritis, Região Oeste de Belo Horizonte, mas nenhuma é mais disputada do que uma instalada estrategicamente na entrada da lanchonete. Um Ford Corcel 1974, com pintura amarela de táxi, foi transformado para receber clientes do estabelecimento, que tem inspiração nos anos 1950. “É o chamativo da loja. Queríamos um carro justamente para isso. Os fregueses adoram e a mesa só fica vazia quando o Sam's abre”, diz o proprietário, Henrique Viana.

A decoração conta com luzes neon, propagandas antigas de refrigerantes, e objetos típicos da cultura americana. O projeto é do arquiteto Felipe Araújo. “O modelo não foi o determinante, pois a ideia inicial era a de reproduzir um táxi americano e as dimensões do Corcel se encaixavam no projeto sem maiores complicações”, conta.

Thaysa Godoy e Mariana Borges destacam necessidade de calcular tamanho do veículo, com dimensão do ambiente - Thiago Ventura/EM/D.A Press Thaysa Godoy e Mariana Borges destacam necessidade de calcular tamanho do veículo, com dimensão do ambiente


Segundo o arquiteto, veículos podem ser utilizados por inteiro, como elemento decorativo ou em partes, tranformados em móveis, como no Sam’s. “Se avaliar apenas pelo custo final, fica mais em conta fazer uma mesa comum do que inserir um carro, porém temos um grande apelo visual com a inserção do carro remetendo aos ‘american cabs’, complementa.

A receita aplicada com sucesso em restaurantes também ganha espaço em residências. A designer de interiores Flávia Zambelli já projetou um ambiente com referências automotivas para um espaço de garagem. Mas a ideia pode ser aplicada em outros pontos da casa.

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“O design e a tecnologia dos automóveis nos surpreendem a cada lançamento. Então, nada mais agradável que torná-lo parte integrante dos mais variados tipos de ambientes, na sua casa - da garagem ate a sala e em ambientes comerciais, criando um aspecto mais humanizado”, ressalta.

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De acordo com Zambelli, o gosto do cliente pelo automóvel justifica o uso na decoração, da mesma forma que elementos convencionais, como fotos ou quadros. “O espaço pode resgatar a memória do usuário e contar uma bela trajetória de vida, seja com automóvel ou outros objetos que o identifiquem”, afirma.

O arquiteto Felipe Araújo transformou um Corcel em mesa no Sam's - Eduardo Almeida/RA Studio O arquiteto Felipe Araújo transformou um Corcel em mesa no Sam's
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fernando - 19de Março às 06:36
especificamente no sam"s a decoração com o carro foi bem bolada, mas só tem isso lá,o restante da lanchonete é nomral, tanto que só mostraram o carro na reportagem, materia paga é fogo, o serviço é ruim, os hamburgers vem mal feitos e a batata frita é tipo buteco de estrada !

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