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Ao contrário do minimalismo, mesclar tendências e estilos personaliza ambientes

Regra é evitar exageros para não transformar o interessante em poluição visual

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postado em 18/11/2014 11:55 Zulmira Furbino /Estado de Minas
Ambiente feito pelo designer Rodrigo Câmara para um chef de cozinha que, além de comida, ama antiguidades e cachorros - Gustavo Xavier/Divulgação Ambiente feito pelo designer Rodrigo Câmara para um chef de cozinha que, além de comida, ama antiguidades e cachorros
Misturar estilos, cores e objetos pode ser uma saída para quem quer fugir de uma decoração minimalista e viver num ambiente mais descolado e cheio de vida. Mas é preciso achar a dose certa para a decoração da sua casa, apê ou até mesmo do escritório, para não ficar cansativo ou cair no over. Para orientar você a fazer misturas, sem medo de ser feliz, o Lugar Certo foi conversar com arquitetos, decoradores e designers de interiores que apostam nessa tendência. O principal, segundo eles, é ter uma estratégia em mente no momento de planejar o ambiente e, regra das regras, fugir da poluição visual, já que mesclar tendências não significa avacalhação.

De acordo com a arquiteta Marina Dubal, para fazer uma decoração um pouco mais carregada é fundamental ter uma diretriz. A ideia é não pesar a mão em tudo, mas criar pontos focados na decoração que sigam essa linha. “É possível valorizar uma parede com uma cor ou colorir um móvel, por exemplo, entrando com adornos que fazem uma composição legal. Mas o melhor é evitar cores fortes em pontos fixos”, orienta. Na verdade, segundo a arquiteta, em geral as pessoas que contratam um profissional para decorar um ambiente têm medo de exagerar e vão personalizando o local aos poucos, de acordo com suas características pessoais.

“A maioria, por falta de segurança e de saber o que quer exatamente em relação ao design, pede uma coisa mais básica, mais clean. Aos poucos, as pessoas vão adquirindo confiança”, observa. Marina não gosta de projetos muito “cheios” desde o começo e explica que eles podem cansar. “É bom ter um espaço no projeto para o próprio cliente, porque, do contrário, o ambiente fica parecendo mostra de decoração”, alerta. “Em um dos projetos mais cheios no qual trabalhei, a cliente foi trazendo peças das viagens que fazia, o que culminou numa personalização, já que ela também reaproveitou coisas que já tinha.”

MISTURAS

O designer Rodrigo Câmara trabalha com projetos mais carregados. “Gosto de mesclar várias estampas para um ambiente de impacto ou então trabalhar um mesmo objeto à exaustão, em formas diferentes”, explica. Isso pode ocorrer, por exemplo, com uma parede inteira montada com molduras. Pode-se também trabalhar com espelhos e fotografias antigas. “O volume de fotografias até pode assustar, mas, se elas estiverem em molduras que valorizam tanto o ambiente quanto a história, dá certo.” Para ele, assim como na moda, que não tem muitas regras, com as tendências na decoração de ambientes ocorre o mesmo.
Projeto da arquiteta Marina Dubal: ela diz que é fundamental ter uma diretriz para fazer decoração mais carregada - Henrique Queiroga/Divulgação Projeto da arquiteta Marina Dubal: ela diz que é fundamental ter uma diretriz para fazer decoração mais carregada
“Antes, era proibido misturar um brinco de prata com acessório dourado. Hoje, é possível mesclar tudo ao mesmo tempo e conseguir um resultado fabuloso”, compara. Câmara concorda que muita gente enfrenta dificuldade de criar o próprio ambiente e, ao buscar um adorno, fica insegura de comprar sem consultar um decorador. “Muitos deixam as escolhas pessoais de lado e se esquecem de levar em conta que são um ser único e podem imprimir as suas características num espaço que tem a cara deles.” Os projetos dos quais ele mais gosta são aqueles nos quais os profissionais buscam a história dos clientes e transformam isso em ambiente bonito. “Todo mundo tem uma história”, lembra.

Quando pensa em um projeto, o arquiteto Marco Dias Reis leva em consideração que a pessoa que o contratou tem uma história que conta com referências como viagens, objetos de outros tempos e coisas novas que está adquirindo. Para mesclar tudo isso, sem deixar o ambiente com uma aparência carregada, a dica, segundo ele, é “pontuar”. Reis gosta de trabalhar com referências de arte e de misturas, como o contemporâneo com o rústico. “O minimalismo não é a minha praia. Fiz um apartamento no qual o cliente viajou e trouxe da Turquia muitos tapetes. Misturamos tudo com o contemporâneo. Meu trabalho é muito conceitual, quem me procura gosta de coisas diferentes e inusitadas, quer uma decoração exclusiva.”
O arquiteto Marco Dias Reis gosta de trabalhar com referências de arte e de misturas, como o contemporâneo com o rústico - Kleber Schmidt/Divulgação O arquiteto Marco Dias Reis gosta de trabalhar com referências de arte e de misturas, como o contemporâneo com o rústico
Apesar de apostar nas misturas, o arquiteto recomenda cautela. “Os ambientes precisam de equilíbrio. Se você usar muita cor, tem que ter cuidado com os objetos que vai inserir no espaço. Se o adorno tem história, é preciso pensar na cor dos tecidos e nos revestimentos. Acho boa a mistura do moderno com o clássico ou do contemporâneo com o rústico. Mas misturar muitos estilos num ambiente só é perigoso”, alerta.

Tags: decoração

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