Posando de chefs

Cozinha dos sonhos é levada a sério com espírito semiprofissional

Profissionais da arquitetura e do design apresentam projetos de cozinhas semiprofissionais para clientes que, além de receber, adoram exercer a gastronomia

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postado em 31/05/2016 11:20 / atualizado em 31/05/2016 11:19 Lilian Monteiro /Estado de Minas
Projeto da designer de interiores Iara Santos harmoniza a cozinha com o restante do apartamento - Daniel Mansur/Divulgação
Projeto da designer de interiores Iara Santos harmoniza a cozinha com o restante do apartamento
Se a cozinha de seus sonhos tem equipamentos multifuncionais como fornos, que podem fritar, grelhar e cozinhar, tecnologia de ponta, eletrodomésticos de alta qualidade, além de peças decorativas de destaque, funcionalidade, beleza, e tudo isso para que possa exercer o seu lado “chef”, seguramente você precisa de uma cozinha com espírito semiprofissional. Ou seja, um ambiente preparado para suportar horas e horas de preparação dos mais diversos pratos e guloseimas.

A gastronomia está na moda, chefs se tornam celebridades e cada vez mais programas de culinária invadem a programação das TVs. Assim, o que era um hobby de muitos, passa a ser levado bem mais a sério e agita o mercado da construção e decoração, com clientes ávidos por projetos de cozinhas semiprofissionais nas residências. A designer de interiores Iara Santos destaca o projeto da empresária Joelma Lanna, que pediu para ter uma cozinha totalmente incorporada ao resto da casa. “Demolimos paredes e a cozinha ficou aberta para todos os ambientes, conversando com a sala de almoço, jantar, TV, varanda. Todos os espaços têm uma integração com a cozinha, menos os quartos.”

Iara conta que, como a cozinha de Joelma não é de enfeite, mas para o uso comum, do dia a dia, ela usou materiais sofisticados, porque ela está no centro da casa, mas de fácil manutenção. “O cook top é de excelente qualidade, com tripla chama, o forno é de alta potência, a coifa com status de pendente é linda e funcional, a geladeira tem três divisões. Ou seja, se você quer uma cozinha semiprofissional terá de investir em equipamentos de nível superior”, diz. A designer explica que a grande sacada do projeto foi conseguir que a cozinha não ficasse com cara de cozinha e que harmonizasse com o resto do apartamento. Ela enfatiza que muitos utensílios foram usados como objetos decorativos, como as panelas Le Creuset. “Mas é importante destacar que não basta ser bonito ou ter esse efeito, tudo na cozinha deve ser útil.” As bases planas do ambiente, geralmente, são de granito. Ela indica cores escuras porque o granito é poroso e, invariavelmente, vai manchar. “Se for preto, um dos mais procurados, por mais que absorva nós não visualizamos.”

O psiquiatra Daniel Schichman sempre gostou de cozinhar e conta que adora reunir a família e os amigos nesse espaço - Arquivo Pessoal/Divulgação O psiquiatra Daniel Schichman sempre gostou de cozinhar e conta que adora reunir a família e os amigos nesse espaço
Iara Santos explica a busca pela cozinha semiprofissional como uma mudança de comportamento do brasileiro, seja mais jovem ou maduro. “Além do receber, da segurança de estar em casa, as pessoas estão preocupadas com a alimentação. E não só pelo custo, mas querem saber o que comem e de onde vem aquele alimento. Tudo isso proporciona maior envolvimento. E o desejo do espaço aberto é para participar dos encontros e ter todo a família junta na hora das refeições. A ideia é a interação e como o alimento é agregador e a cozinha é o melhor lugar da casa, faz parte da história, tudo se uniu.”

Joelma Lanna está supersatisfeita com sua cozinha. “Partindo do princípio de que a cozinha é o centro de tudo, que gosto de receber, que é o lugar onde a família fica e que tenho prazer de fazer muitos pratos, sem ficar isolada, o espaço aberto era essencial. Mas não quis perder toda a privacidade. Então, ela tem uma porta de correr grande que podemos fechá-la se precisarmos. Estudei muito para definir o que queria, objetos, peças, quis cores como preto e cinza e pontuamos com o azul-turquesa, o azul Tiffany, no armário. Pensei numa coifa poderosa porque tinha pavor de cheiro pela casa, no piso, no tapete. Minha cozinha não é de enfeite.”

Apaixonada pela gastronomia, a empresária Joelma Lanna ficou supersatisfeita com o resultado da sua cozinha
 - Chendra Cahyadi/Divulgação Apaixonada pela gastronomia, a empresária Joelma Lanna ficou supersatisfeita com o resultado da sua cozinha
INOX A arquiteta Fabiana Couto, da Coga Arquitetura, reforça que ao decidir ter uma cozinha semiprofissional, o cliente precisa investir em equipamentos não só esteticamente bonitos, mas potentes e adequados. Ela explica que a integração do ambiente não é necessária, mas é interessante que seja, ainda mais pela questão do receber, tão em alta.

Em um dos projetos criados por Fabiana, ela destaca a cozinha do psiquiatra Daniel Schichman. “Ele escolheu a bancada de inox pela boa assepsia, limpeza, não proliferação de bactéria, fácil de trabalhar, além de ser linda. O aço inox agrega uma estética diferente. Mas há clientes que preferem o granito ou outros materiais, como os da Dekton e Silestone. O importante é escolher produtos com características que aguentem mais calor, o uso diário, agressões externas, que seja resistente, de qualidade e com estética.” A arquiteta conta que a cozinha de Daniel também tem a porta de correr. “A reversibilidade é importante, esconde a bagunça, quando necessário, e não deixa de ser integrada.”

Daniel Schichman conta que sempre gostou de cozinhar e tem uma história com a culinária, paixão despertada pelo sogro e, na sequência, os cursos que fez. “O objetivo maior é agregar a família e os amigos. Adorei o projeto e, sentado na sala, a visão que tenho da cozinha me deixa encantado.” Ele revela que os bons equipamentos são essenciais. “Tenho fogão industrial, dois fornos elétricos, coifa com motor potente, a banda de inox é fácil de limpar, não fica cheiro, é prática, funcional e bonita. Meus eletrodomésticos são de qualidade, liquidificador, mix, batedeira da KitchenAid, são bons e decoram.”


SAIBA MAIS:
Conheça a história

A arquiteta Renata Zambon Monteiro lançou o livro Cozinhas profissionais, Editora Senac, São Paulo, com orientações de como planejar o espaço. Da celebração do convívio social em banquetes, na Antiguidade, à oferta de refeições em albergues, séculos mais tarde, e em hotéis e restaurantes, na era contemporânea, a história dos serviços de alimentação percorreu várias etapas de evolução. Cozinhas profissionais historia esse processo, ilustrando a evolução desse segmento, e discute sua constituição hoje, discorrendo sobre as necessidades inerentes ao projeto e à operação de diferentes tipos de cozinhas profissionais.

Tags: hobby cozinhar chefs cozinha equipamentos multifuncionais preparo de alimentos cozinha semiprofissional

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