Alexandre Soares, da Habitare, afirma que mudança de procedimentos eliminou problemas nas obras
Redução do desperdício e a conseqüente diminuição de custos, aumento da produtividade e ganhos em competitividade são os principais benefícios registrados pelas construtoras que optaram pela implementação e manutenção de programas de qualidade. Esse conceito começou a ser disseminado entre as empresas brasileiras do setor em meados da década de 1990, quando o poder público começou a exigir dos fornecedores o cumprimento de requisitos para a prestação de serviços de construção.
São Paulo saiu na frente com a instituição do Programa Qualihab, em 1996. Dois anos depois, o governo federal estabeleceu o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Hábitat (PBQP-H). Em 2000, a Caixa Econômica Federal aderiu ao PBQP-H e a certificação no programa passou a ser exigida das construtoras para a concessão de financiamentos, o que aumentou significativamente o interesse das empresas do setor pelo investimento em qualidade. Em Minas Gerais, segundo Paulete Berger, secretária-executiva do PBQP-H no estado, cerca de 200 construtoras estão certificadas pelo programa.
Ferramentas de gestão da qualidade desenvolvidas para uma produção seriada, portanto inadequadas às peculiaridades da construção civil, e aspectos conjunturais do mercado, que, durante toda a década de 1980 e início dos anos 60, apresentava demanda maior que a oferta, situação confortável que não motivava investimentos em competitividade, explicam o atraso do setor na adequação aos sistemas de gestão da qualidade, na comparação com outras áreas da indústria.
Com o desenvolvimento de normas mais adequadas e o acirramento da concorrência, notado a partir da década de 1990, as empresas despertaram para a necessidade de modificar suas práticas gerenciais pela adição de sistemas de gestão e garantia da qualidade. Está havendo um amadurecimento do setor e a tendência é que cada vez mais cresça o interesse pela qualidade como ferramenta estratégica para a alavancagem dos negócios da construção civil, diz o coordenador do curso de especialização em construção civil da Escola de Engenharia da UFMG, professor Dalmo Lúcio Mendes Figueiredo.
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