Adaptar um imóvel exige cuidados especiais

Além de preço menor, na maioria dos casos os imóveis antigos apresentam vantagens, como estrutura de fundação, paredes mais reforçadas e cômodos mais espaçosos, que facilitam o desenvolvimento do projeto de adequação à família do comprador e às necessidades da vida moderna. "Mesmo nas casas centenárias, encontramos uma boa estrutura de fundação, que pode ser aproveitada, proporcionando ao novo morador economia na hora de executar a reforma", destaca o engenheiro civil Renato Cardoso Faria, dono da Construtora Cardoso Faria, que atua na construção e reforma de casas na Região de Nova Lima.

No entanto, segundo os especialistas, para que o negócio seja satisfatório, é preciso tomar alguns cuidados. O presidente do Sindicato do Mercado Imobiliário e das Administradoras de Condomínios de Minas Gerais (Secovi-MG), Ariano Cavalcanti, ressalta que o interessado deve buscar a ajuda de especialistas, até mesmo para a definição do imóvel. "Os cuidados devem ser mais aprofundados com a escolha do ponto e verificação das condições físicas do imóvel e de sua documentação. Para tanto, é preciso contar com a ajuda de profissionais da engenharia e também da área jurídica, além de um corretor de confiança", recomenda.

Se, na escolha da casa ou do apartamento de segunda mão, já é recomendável recorrer a assessoria técnica especializada, na sua reforma ela se torna imprescindível, para que o resultado satisfaça as expectativas dos novos moradores e o custo final da aquisição e das obras de adequação seja menor do que o de um imóvel novo. Arquitetos, engenheiros e decoradores têm conhecimentos que proporcionam o desenvolvimento de projetos eficientes, além de experiência e criatividade para lidar com os imprevistos que sempre aparecem nos processos de reforma.

Tudo deve ser verificado na adequação do imóvel. "É preciso estar atento às condições das estruturas, instalações hidráulicas e elétricas, telhados, portas e janelas, revestimentos de pisos e paredes", diz o engenheiro Renato Cardoso Faria.

A designer de interiores Cícera Gontijo reconhece que a assessoria de um profissional garante a especificação correta dos materiais, com a análise prévia de todas as circunstâncias, o que evita danos e reposições desnecessárias. "O resultado final de um empreendimento será diretamente proporcional à qualificação dos executores e é aí que está a principal economia", ensina.

Segundo Renato, as fundações e alvenarias normalmente são aproveitáveis numa casa antiga. "São reforçadas até além do necessário. No caso das casas centenárias, na época da construção nem sequer era adotado o cálculo estrutural", observa. Telhados, madeiras de portas e janelas, por exemplo, e revestimentos de pisos e paredes precisam ser reparados e, na maioria das vezes, refeitos.

Já nos apartamentos antigos, destaca o arquiteto Sérgio Viana, os cômodos espaçosos são a principal vantagem. "O ideal é escolher apartamentos que tenham, no máximo, 20 anos de construção, pois quase sempre ficam em edifícios que apresentam boa infra-estrutura elétrica e hidráulica e um layout mais moderno e adequado à rotina atual das famílias, demandando menor custo na reforma", avalia.

Custos finais

"Imprevistos são rotineiros na execução de uma obra de reforma”, destaca Renato. Por isso, é quase impossível prever com precisão os custos finais. As armas contra a dor de cabeça, na avaliação de Sérgio, são o domínio das técnicas e recursos construtivos existentes e a criatividade do responsável pelo projeto e execução da obra. "Principalmente em se tratando de imóveis antigos, nos quais não é raro termos que trabalhar sem a orientação das plantas da construção original", diz.

Entre os recursos que garantem a adaptação do imóvel sem muita quebradeira e ao menor custo possível, Cícera cita as fachadas aeradas, instaladas por meio de inserts que permitem o assentamentode granitos e cerâmicas sobre a superfície antiga, sem a necessidade de remoção, e os pisos laminados, tintas especiais para azulejos, fórmica e paredes de drywall.