Mudar o layout de uma casa também requer sua adequação às condições da vida moderna. Nesse caso, quebrar paredes pode ser inevitável, bem como substituir tubulações hidráulicas, elétricas e de telecomunicações. "Em imóveis antigos, é comum encontrarmos fios encapados com pano, tubos de ferro e manilhas, materiais ultrapassados, que, se não forem substituídos, podem apresentar problemas num curto espaço de tempo, acarretando prejuízos e pondo em risco a segurança dos moradores", alerta Renato Cardoso Faria.
Para Cícera, "o planejamento é essencial a um investimento seguro, econômico e de resultado gratificante. Deve-se fazer uma avaliação criteriosa das condições e necessidades do imóvel, bem como uma compatibilização dos projetos de estrutura, instalações elétricas, hidráulicas, de telecomunicações e segurança, para evitar surpresas desagradáveis e retrabalho", alerta.
A engenheira eletricista Cláudia Deslandes, da Royalty Consultoria, defende a contratação de um profissional qualificado para cuidar do projeto elétrico. Segundo ela, as instalações devem seguir padrões determinados pela legislação brasileira que, se forem contrariados, podem provocar acidentes e prejuízos aos proprietários. "É fundamental um responsável técnico, que desenvolva o projeto e acompanhe sua execução, porque, no caso de acidente, ainda que o dono tenha feito seguro, se for constatada alguma irregularidade nas instalações, não haverá indenização", ressalta.
Entre os problemas mais comuns em imóveis antigos, Cláudia lembra a falta de aterramento para a proteção, contrariando a Lei 11.337, que determina a obrigatoriedade do fio terra em toda a instalação elétrica, chaves e disjuntores em péssimo estado ou subdimensionados para a demanda do imóvel, circuitos e cabos elétricos desgastados, além das famosas gambiarras, com extensões ligando diversos equipamentos, o que constitui um risco.
Segundo a engenheira, na revisão das instalações elétricas, é recomendável a troca de materiais, como caixas, cabeamentos e fios, que têm vida útil de 20 anos, adequação do número de tomadas e pontos de telecomunicações à necessidade dos moradores e a verificação da entrada de energia na concessionária da região. "O ideal é que a pessoa encomende um projeto geral, que leve em conta suas necessidades e, no mínimo, prepare a infra-estrutura para demandas futuras, com automação ou iluminação, por exemplo", afirma.