Junior Piacesi considera que a iluminação é um dos elementos mais importantes na arquitetura
Imóveis projetados com um bom aproveitamento de luz solar e da circulação dos ventos proporcionam aos moradores saúde e a economia no consumo de energia. Por isso, a ventilação e a iluminação natural são elementos importantes e que devem ser privilegiados na concepção de um projeto arquitetônico. “A conjugação das variáveis de luz e vento e sua consideração desde a concepção do projeto arquitetônico são fundamentais para que o imóvel, comercial ou residencial, ofereça condições adequadas de conforto”, diz a arquiteta Mariana Borges. Ela observa que um imóvel bem ventilado e servido de iluminação natural proporciona bem-estar aos usuários nos aspectos psicológico, visual e espacial, características intimamente ligadas à promoção da saúde.
Na mesma linha de raciocínio, o arquiteto Junior Piacesi considera que a iluminação é um dos elementos mais importantes na arquitetura. “Li em algum lugar que a iluminação é a alma do projeto. Com a luz solar, conseguimos, por exemplo, potencializar as cores e permitir uma sensação visual confortável para quem está no ambiente”, diz, ao salientar que a iluminação natural também permite uma melhor noção da passagem do tempo para quem permanece muitas horas em um ambiente. “Ao contrário dos usuários de espaços iluminados artificialmente, que não conseguem acompanhar essa cronologia, porque de dia ou à noite a iluminação é sempre a mesma.”
Já a boa ventilação proporciona conforto térmico e contribui para a qualidade do ar dentro do ambiente. Os dois elementos são ainda importantes para a eficiência energética do imóvel. Ambientes ventilados e servidos por luz natural consomem menos energia, porque têm menor necessidade de iluminação artificial e por minimizarem ou dispensarem o uso de equipamentos de ar-condicionado.
Junior salienta que a estética dos projetos é outro aspecto importante para a arquitetura. Mas alerta que ela não pode se sobrepor aos elementos que promovem o bem-estar para os usuários de um ambiente, que têm de estar também bem dimensionados e conjugados de forma harmônica. “Quando falamos em ventilação e iluminação natural, estamos nos referindo a uma troca entre os ambientes externo e interno. Então, não se pode superdimensionar a iluminação natural porque isso vai gerar no ambiente um problema térmico”, lembra.
Ele cita como exemplo a tendência contemporânea de uso indiscriminado do vidro, principalmente em prédios comerciais. “É uma imposição estética que, por um lado, favorece o aproveitamento da luz natural, mas, por outro, nos leva também ao uso dos sistemas de condicionamento de ar para conseguirmos alcançar as condições necessárias ao conforto térmico. E, como conseqüência, temos maiores gastos de energia, despesas com a manutenção dos equipamentos e, o mais importante, danos à saúde humana”, avalia.
Nesses casos, recomenda o arquiteto, o melhor é fazer uma boa conjugação de luz natural e artificial. Segundo ele, embora a luz solar seja a que melhor reproduz as cores, com o avanço tecnológico, é possível encontrar no mercado uma infinidade de lâmpadas, com vários tipos de temperatura e cor, que proporcionam um conforto visual adequado aos diversos cenários impostos por situações diferentes de uso do imóvel.
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