Luana MacieiraCom o objetivo de reduzir o risco de assaltos e arrombamentos nesta época do ano, a Polícia Militar lançou um projeto que vai começar a funcionar a partir da semana que vem. Segundo o chefe da Seção de Planejamento Operacional do Comando do Policiamento da Capital (CPC), major Idzel Fagundes, a iniciativa, denominada De olho na rua, é uma parceria da PM com a comunidade. "Quando há diálogo entre a polícia e os moradores, fica muito mais fácil para estes se protegerem da criminalidade", diz.
Em 2008, a Câmara do Mercado Imobiliário (CMI) e o Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (Secovi-MG) convidaram a PM para conhecer um projeto de muito sucesso no Recife. Depois de vários estudos, o projeto chegou a Belo Horizonte. "Ele consiste em um canal de rádio funcionando em uma frequência diferente da usada pela PM. Os porteiros dos prédios têm acesso a essa frequência e a usam para se comunicar com os policiais. Ao avistar algo suspeito, o funcionário entra em contato com a Companhia da Polícia que atende sua área", esclarece o major.
Ele lembra que o serviço é muito específico. "Se o porteiro vir uma briga de pessoas ou um acidente de carro, ele ainda deve contatar a PM por meio do 190, que continua sendo o canal mais eficiente para a comunicação entre comunidade e polícia. O serviço de rádio do De olho na rua deve ser usado caso o porteiro testemunhe um crime ou uma movimentação suspeita, como uma pessoa desconhecida abandonando o prédio em carro que o porteiro sabe que é de outro proprietário", explica.
O De olho na rua já funciona em Recife, São Paulo e Florianópolis. Em Belo Horizonte, a fase de testes será nos bairros Belvedere e Funcionários, por um prazo de seis meses. "A intenção é que seja um projeto permanente e atinja toda a Região Metropolitana de BH", diz o major Fagundes.
LOCAÇÃO Segundo o diretor da Pacto Administradora Ltda., Leonardo da Mota Costa, as invasões não ocorrem apenas em imóveis residenciais habitados. Ele alerta para um problema que tem se tornado frequente nas grandes cidades brasileiras: a invasão de imóveis livres para locação.
As quadrilhas vão às imobiliárias e, com documentos falsos, retiram chaves para visitar os apartamentos. Então, eles fazem uma cópia dessas chaves e, nos apartamentos vazios, montam equipes para observar os apartamentos habitados no prédio.
Ao estudar os movimentos dos moradores, eles descobrem os momentos de maior vulnerabilidade dos apartamentos e assaltam todo o prédio, levando dinheiro, mobília e outros bens. "As imobiliárias devem tomar muito cuidado e ser mais exigentes ao emprestar as chaves das unidades para alguém. O ideal é que as pessoas nunca visitem o imóvel sozinha. Um corretor da imobiliária, responsável pelas chaves do local, deve acompanhar o interessado. No período de férias, esse tipo de crime pode ocorrer ainda mais", afirma.