Atenção à garantia

Caso haja algum problema estrutural em imóveis que já estão prontos, a primeira medida a ser adotada é verificar se a edificação está dentro do prazo de garantia, que é de cinco anos, a contar da data de sua aquisição. "Estando dentro do prazo, é preciso convocar o responsável técnico pela obra para conhecer o problema e apresentar laudo sobre o ocorrido. Caso o problema não seja solucionado, o Crea-MG deverá ser notificado e o interessado poderá solicitar uma perícia técnica para posterior cobrança, pelas vias legais, do custo da recuperação", esclarece Dalmo Figueiredo.

No caso de transcorrido esse prazo, antes de começar a reforma é necessário que o proprietário leve em consideração o investimento empregado na realização da obra. "Os custos devem ser criteriosamente avaliados e comparados com os benefícios que vão ser auferidos", completa Dalmo Figueiredo.

Devido à diversidade de materiais existentes e especificações dos problemas estruturais, é difícil saber o valor a ser investido na reforma. "O valor mínimo a ser aplicado em uma reforma é aquele fruto de um projeto bem elaborado e um adequado planejamento das etapas com o acompanhamento de profissional habilitado", diz o professor da UFMG. Além disso, quando se começa uma reforma pode surgir necessidade de se fazerem outros reparos que não estavam previstos inicialmente.

ERROS COMUNS

Segundo Paulo Bedê, negligenciar as recomendações normativas é um dos erros mais comuns que comprometem as estruturas dos imóveis. "Outro é a pessoa achar que pode pular etapas e contratar um oficial, que sabe amarrar ferro e colocar um tijolo em cima do outro. Mesmo para executar a obra, esse profissional é supervisionado por um engenheiro", adverte Paulo Bedê. Ele acrescenta que qualquer obra tem de ter um responsável técnico pelo projeto. "Essa é a única garantia que o cliente tem de que estará empregando o dinheiro de uma vida inteira de maneira correta", ressalta.

Mesmo durante a reforma, são necessários alguns cuidados com relação à segurança do imóvel para que a obra não tenha de ser refeita ou acarrete problemas que eram inexistentes antes da reforma, como aponta o coordenador do curso de especialização em Construção Civil da Escola de Engenharia da UFMG. "A colocação de cargas (peso) sobre elementos da edificação que não foram dimensionados para essa sobrecarga e a falta de avaliação das fundações, considerando a sobrecarga advinda da reforma, são alguns dos erros neste sentido. Esses problemas geram deformações excessivas nos elementos estruturais, predispondo a patologias (fissuras, infiltrações, corrosões de armadura e concreto, entre outras) que afetarão a durabilidade do imóvel", conta Dalmo Figueiredo.