Aposta em cidades vizinhas

Aluguel mais acessível dos imóveis pequenos contribuiu para que sumissem das imobiliárias. Apenas 10% dos novos à venda têm até dois quartos

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postado em 17/12/2009 13:34 Humberto Siqueira /Estado de Minas
 Presidente da CMI, Ariano Cavalcanti de Paula confirma a dificuldade em atender a demanda por um e dois quartos - Gladyston Rodrigues/Ao Cubo Filmes Presidente da CMI, Ariano Cavalcanti de Paula confirma a dificuldade em atender a demanda por um e dois quartos
A dificuldade em encontrar apartamentos de um ou dois quartos é latente. Uma rápida pesquisa nos classificados deixa clara a raridade desses imóveis. Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) revelam que, de um total de 1.768 imóveis novos à venda em Belo Horizonte, apenas 177 ou 10% do total são apartamentos com essas caraterísticas.

Quanto menor o imóvel, maior o impacto sobre a fração ideal, encarecendo o condomínio. "Além disso, o gasto com a área fria do imóvel será maior. Cozinha, lavanderia e banheiro saem caros. Num apartamento de 45 a 50 metros quadrados, essa área acaba correspondendo a até 50% do imóvel. Então, a solução em BH realmente passa por fazer mais torres e unidades", defende Bráulio Franco Garcia, diretor da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon - MG).

Apesar da escassez, a demanda existe. Recém-casados, sem ou com um filho, estudantes, divorciados, idosos, muitas pessoas optariam por imóveis de um ou dois quartos. "Este ano, até houve um aumento forte de lançamentos de edifícios com apartamentos de até dois quartos. Foram 1.836, contra 1.019 em 2008, um aumento de 80%. Mas são imóveis dentro do perfil do programa Minha casa, minha vida, em regiões mais periféricas, com custo entre R$ 80 mil e R$ 150 mil. Dificilmente, algum deles vai chegar ao mercado e ser ofertado pronto. O mais provável é que todos sejam vendidos ainda na planta", avalia.

Se a lei não incentiva a construção de dois quartos, proíbe erguer edifícios de um quarto. A menos que seja destinado à criação de apart-hotel. "A tendência é a oferta de apartamentos de um quarto continuar como está. Já os lançamentos de dois quartos devem crescer com o programa Minha casa, minha vida. Com a demanda reprimida para imóveis menores, a procura por três quartos aumentou", constata Bráulio.

O rigor das normas na capital levou as construtoras a apostarem na construção desse tipo de imóvel em cidades vizinhas, com destaque para Lagoa Santa e Nova Lima, onde a legislação é mais flexível. Nessas regiões, com empreendimentos de luxo voltados para a classe alta, o valor médio fica em torno de R$ 239 mil. Considerando imóveis de todos os perfis, o Buritis é, disparado, o bairro com maior número de imóveis disponíveis. São 579, de um total de 1.768. Boa Vista vem em segundo, com 244, e Gutierrez em seguida, com 137.

Segundo o presidente da Câmara do Mercado Imobiliário, Ariano Cavalcanti de Paula, o valor de aluguel, mais acessível em imóveis menores, também fez com que sumissem das imobiliárias. "Não temos opções para alugar. Raramente surge algum. Creio que seria um ótimo investimento", destaca.
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