Cuidado contra acidente

Especialistas ensinam como instalar as rede elétricas seguindo corretamente as normas técnicas vigentes no Brasil. Adaptações em apartamentos antigos pode sair muito caro

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postado em 21/12/2009 09:52 Júnia Leticia /Estado de Minas
Eduardo Daniel, da Associação Brasileira de Certificação de Instalações Elétricas, diz que proteção é essencial - Sindicel/Divulgação Eduardo Daniel, da Associação Brasileira de Certificação de Instalações Elétricas, diz que proteção é essencial
Para se precaver quanto a possíveis acidentes relativos a instalações elétricas realizadas sem a observância da legislação, a engenheira eletricista Cláudia Deslandes ressalta que, na hora da compra de um imóvel, é necessário exigir o projeto elétrico e a assinatura do engenheiro eletricista responsável. "Se houver algum acidente em função de falhas na instalação elétrica ele responderá criminalmente", conta. Conforme o gerente de Tecnologia do Sindicato dos Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo (Sindicel) e superintendente da Associação Brasileira de Certificação de Instalações Elétricas (Certiel Brasil), Eduardo Daniel, além da existência do condutor de proteção adequado e acessível, a instalação deve ter os demais dispositivos de proteção. "Como os adequados contra curto-circuitos, sobrecargas (disjuntores), de proteção diferencial (DR, que limitam as correntes de fuga de equipamentos a 30mA) e contra surtos (DPS, quando necessário)".

No caso de instalações existentes, o correto é se fazer uma adequação. O que dificulta essa prática, na opinião da engenheira eletricista, é o custo e as interferências com as outras infraestruturas da edificação. "Em um apartamento antigo, com certeza o circuito elétrico é constituído de dois fios, fase e neutro, que devem estar em uma tubulação, com diâmetro mínimo, muitas vezes em péssimas condições. Por isso, não adianta tentar passar o fio terra".

Para esse caso, há duas soluções, conforme Cláudia Deslandes: quebrar a parede e embutir uma nova tubulação com o diâmetro adequado ou colocar uma tubulação aparente, fixada externamente na parede. "Esta, por ter uma aparência melhor, é mais cara. Mesmo assim, o custo é bem menor que a perda de uma vida e de um equipamento elétrico".

O valor para a execução da obra é variável e envolve projeto, orçamento e execução, tudo acompanhado por um engenheiro eletricista, como ressalta Cláudia Deslandes. "Em residência de 80 metros quadrados, o custo dos cabos elétricos sem o fio terra é de R$ 1,5 mil. Já com o fio terra fica em R$ 2 mil. A colocação do fio terra representa menos que 0,5% do custo total da obra", estima.

Conjunto de providências na instalação elétrica que garante a transferência às partes metálicas acessíveis pelo usuário dos equipamentos energizados do potencial de terra do local. Assim, o doutor em engenharia elétrica Ronaldo Kascher Moreira define o sistema de aterramento. "Ele é necessário para a segurança humana porque a corrente elétrica, quando passa pelo nosso corpo, pode causar danos à saúde ou até a morte", enfatiza.

Ronaldo Kascher explica que, para que a corrente elétrica passe pelo corpo é necessário haver uma diferença de potencial (ou voltagem) entre partes do corpo, em geral entre os pés e as mãos. Um exemplo dado pelo professor é de choques que ocorrem quando se está tomando banho. "Isto se dá porque a pessoa, que está molhada - o que facilita a circulação de corrente pelo corpo -, encostou uma das mãos no chuveiro que, por mau funcionamento, estava energizado. Se a instalação estivesse bem projetada e instalada, utilizando convenientemente o condutor terra, ela não seria eletrocutada".

TOMADA

Exigir a presença de um sistema de aterramento nas edificações, do contato de aterramento na tomada e do pino de aterramento no plugue dos aparelhos classe I - com carcaça metálica e isolação básica - é a medida técnica mais básica e necessária para evitar os efeitos perigosos, conforme o consultor do Procobre, Hilton Moreno. "A presença desses elementos em uma instalação é similar à do cinto de segurança, airbag e freios ABS em um veículo. Sem eles, o veículo até funciona, mas de forma comprovadamente insegura no caso de acidentes", exemplifica.
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