Todos estão de olho na rua

Em cinco meses, rede especial de comunicação já integra com a Polícia Militar porteiros de 49 edifícios de bairros nobres da Região Centro-Sul da capital em vigilância a suspeitos

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postado em 21/12/2009 13:39 Landercy Hemerson /Estado de Minas
Supervisor de portaria, Uilton Barbosa vigia rua do Bairro Belvedere - Beto Magalhães/EM/D.A Press Supervisor de portaria, Uilton Barbosa vigia rua do Bairro Belvedere
A aproximação entre Polícia Militar e comunidade, por meio da Rede de vizinhos protegidos, é uma ferramenta importante no planejamento e na execução das ações preventivas da corporação. "Temos redes em bairros de diferentes classes sociais e isso revela uma diversidade de ações criminosas. A interação com os moradores resulta num maior trabalho preventivo. Ninguém melhor para informar sobre o bairro do que quem mora lá. Daí, os policiais se antecipam às investidas da bandidagem", afirma o chefe de Planejamento Operacional do Comando de Policiamento da Capital, major Idzel Fagundes.

A advogada Denise Prata destaca que o estreitamento da relação com a PM gera um atendimento rápido e solidário. "Quando alguém de uma das redes liga para a unidade policial de sua área ou mesmo para central, quem a atende sabe que está falando com alguém que vai lhe dar as informações corretas, sem exageros. E isso vai resultar numa resposta mais rápida da polícia. Em caso recente de um roubo na garagem de um prédio, depois de dois anos sem uma ocorrência do gênero, até o comandante do policiamento da região acompanhou de perto o caso, num gesto solidário com as vítimas", explicou Denise.

E os resultados desse bom relacionamento abre espaço para novos projetos, como o De olho na rua, que surgiu no Recife (PE), mas já se incorporou às redes de vizinhos de vários bairros da capital. "A proposta é ter uma rede de porteiros de edifícios integrados com a PM e entre eles por meio de radiocomunicadores. Iniciamos a experiência em agosto no Bairro Belvedere, Centro-Sul da capital, com 30 condomínios. Hoje, já são 49 participantes no bairro e em prédios no São Bento e Santa Lúcia", contabiliza o capitão Márcio Ares da Silva, coordenador da rede de vizinhos da 124ª Companhia do 22º Batalhão da PM.

O supervisor de portaria Uilton Barbosa, de um edifício residencial do Belvedere, explica que o projeto não se limita à radiocomunicação. "Passamos por treinamento com abordagens sobre segurança e prevenção. Com a rede, a vigilância dos prédios passa a ter reforço, e de todo o bairro. O criminoso já não consegue circular na área sem que seja observado das várias cabines. E, quando a unidade policial da área é informada, rapidamente são enviadas viaturas para abordarem o suspeito".

O capitão Ares não tem um balanço dos índices de criminalidade no Belvedere nos cinco meses de execução do projeto De olho na rua. "Nesse período, foi estabelecida uma segurança subjetiva, um olhar mais atento entre as vigilâncias dos condomínios e seus moradores. Embora não tendo números, no São Bento, tivemos uma redução significativa nos arrombamentos de veículos", informa o oficial.
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