Elevadores ecológicos

Fabricantes lançam tecnologias que diminuem os impactos ambientais gerados por este item essencial nas edificações

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postado em 25/03/2010 16:54 Joana Gontijo /Lugar Certo
Grandes empresas do setor oferecem produtos com tecnologia que ajuda a reduzir consumo de energia e uso de material prejudicial ao meio ambiente. Na foto, elevadores ecoeficientes da ThyssenKrupp - ThyssenKrupp Elevadores/Divulgação Grandes empresas do setor oferecem produtos com tecnologia que ajuda a reduzir consumo de energia e uso de material prejudicial ao meio ambiente. Na foto, elevadores ecoeficientes da ThyssenKrupp
Em uma rotina cada vez mais frenética, em que as pessoas correm contra o tempo, velocidade, segurança e conforto são características fundamentais no mercado de elevadores, mas não suficientes para fazer jus aos novos caminhos já consolidados na arquitetura, engenharia e construção. A tecnologia moderna para o transporte vertical tem o objetivo de minimizar os reflexos do alto consumo de energia elétrica, grande inimigo do meio ambiente nas edificações. Os elevadores ecológicos agora atendem às demandas dos chamados prédios verdes, com máquinas mais eficientes, sem engrenagens, possibilidades em comandos para ampliar a capacidade de tráfego, reaproveitamento de energia, entre vários detalhes que podem representar um avanço significativo no contexto geral.

A direção mais atrativa para estes produtos está na construção dos Green Buildings (prédios verdes), que buscam a certificicação de eficiência ambiental LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), com soluçãoes sustentáveis que englobam novos processos mecânicos e baixo consumo de energia elétrica, explica Julio César Fonseca, diretor de engenharia da Green Gold Engenharia e Projetos, empresa com atuação em projetos e consultoria de sistemas prediais e Green Buildings. "Dentre os três grandes fabricantes no Brasil (Otis, ThyssenKrupp e Atlas Schindler), os sistemas diferem um pouco, mas têm o mesmo objetivo. Os elevadores ecológicos são mais compactos, feitos em material leve, dispensam lubrificação com óleo e casa de máquinas, sendo mais confortáveis e silenciosos", pontua.

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Outra técnica de inversão de frequência faz com que a energia dispensada para o elevador funcionar varie de acordo com o peso da carga, gastando menos quando há um número menor de pessoas, distinção que não acontece cons modelos convencionais, continua Júlio César. "O fato também de não precisar de uma área geralmente de 20 metros quadrados para comportar a casa de máquinas, que nestas opções compactas estão no próprio fosso do elevador, faz com que os construtores possam aproveitar a cobertura para outras finalidades, como para instalar paineis solares, por exemplo. A procura por esses elevadores está em cerca de 20% dos empreendimentos no Brasil, com apelo que cresce na medida em que os Green Buildings se consolidam. Junto a outros processos sustentáveis, tudo isso conta ponto para alcançar o selo verde", ressalta.

O sistema regenerativo é uma tecnologia aplicada pelos fabricantes que permite a utilização de parte da energia devolvida pelo elevador durante seu funcionamento para a rede elétrica interna da edificação, resultando em economia em torno de 25% a 35%. No sistema convencional, parte da energia da rede elétrica devolvida pelo elevador é dissipada num banco de resistores e transformada em calor. Isso acontece porque o elevador devolve parte da energia consumida em dois momentos: quando sobe com a cabina abaixo da metade da sua capacidade ou quando desce com a capacidade acima de 50%. Com o novo sistema, a energia é devolvida a partir da instalação de mais um inversor e, de forma simplificada, tanto pode ser usada para o sistema de elevadores (um consome a energia devolvida pelo outro), ou para a utilização do prédio como um todo (quando todos os elevadores estiverem devolvendo energia ao mesmo tempo).

Outra opção oferece a possibilidade de otimizar o tráfego e as filas nos halls de grandes prédios comerciais, antecipando as chamadas através de terminais inteligentes em que o passageiro informa antes de entrar no elevador em qual andar deseja ir. Com informação prévia do destino, o sistema indica para o usuário qual elevador irá atendê-lo, e pode agrupar num único elevador pessoas que vão para o mesmo andar ou próximos, reduzindo o tempo de operação dos equipamentos e, consequentemente, o consumo de energia, em até 30%. Além disso, é possível diminuir o tempo de espera nos andares e de viagem da cabina, garantindo mais conforto ao usuário.
Elevador ecológico Gen2 Comfort, da Otis, e estrutura sem casa de máquinas da Atlas Schindler: performance e respeito ambiental - Elevadores Otis e Elevadores Atlas Schindler/Divulgação Elevador ecológico Gen2 Comfort, da Otis, e estrutura sem casa de máquinas da Atlas Schindler: performance e respeito ambiental

MERCADO

O Gen2 Comfort, da Elevadores Otis, agrega algumas tecnologias sustentáveis diferentes dos elevadores convencionais, como a substituição do cabo de tração de aço dos modelos comuns por uma cinta de aço revestida de poliuretano, que não necessita de lubrificação, dispensando o uso de óleo, como explica o gerente de marketing, Daniel Luz. "A máquina também é selada e não precisa ser lubrificada para a manutenção. Isso em conjunto representa uma economia anual de 5 litros por elevador", pontua. Dois dispositivos de redução de energia do Gen2 Comfort permitem ainda uma economia de cerca de 40% em relação aos elevadores antigos: no controle central, o drive VVVS faz com que o elevador não seja parado por freios, e sim eletronicamente, o que diminui a energia gasta para fazer o esforço da parada; a máquina também não tem engrenagem, o que traz maior rendimento do motor com performance satisfatória.

A empresa também dispõe do drive regenerativo para reaproveitamento de energia. "A demanda por produtos sustentáveis é cada vez mais notória entre construtoras e seus clientes, mas ainda é preciso uma divulgação maior no Brasil de uma tendência que é mundial e muito presente nos países desenvolvidos. Comparando um elevador comum e outro sem casa de máquinas, considerando o menor esforço em obras para receber o modelo ecológico, ele compensa mais em relação ao custo. Temos três Gen2 no Cristo Redentor, escolhidos especificamente pelo apelo ambiental", diz o gerente de marketing da Otis.

Na ThyssenKrupp Elevadores, sistema de variação de velocidade e frequência nominal (VVVF), que já integra os projetos desde 1994, máquinas mais eficientes sem engrenagem e com imãs permanentes, além de opcionais de comando, seguem a linha ecoficiente ao ampliar a capacidade de tráfego e diminuir sensivelmente em 40% a energia gasta pelo elevador, explica Paulo Henrique Estefan, vice-presidente comercial. A tecnologia regenerativa de energia também é disponibilizada pela ThyssenKrupp, além do sistema de antecipação de chama e destino (ADC XXI). As máquinas sem engrenagem Gearless também integram o portfólio de produtos sustentáveis, que dispensam o uso de óleo lubrificante, gastam menos energia, além de apresentarem baixo índice de ruído e de vibração, ampliando o bem-estar do passageiro, continua .

Em versões mais compactas (com peso em média de 180 quilos) que podem ser acopladas à própria caixa de corrida do elevador, dispensando a tradicional casa de máquinas, como na linha Synergy, a operação é feita a partir de um inversor que controla com precisão o movimento do elevador, melhora a qualidade de força do sistema e propicia um deslocamento suave. Além disso, possui rendimento superior devido ao motor com ímãs permanentes que aumentam a eficiência do elevador. "Esta linha tem um rendimento 90% superior aos modelos com engrenagem, e economia de energia da ordem dos 65% e 70%", explica Paulo. Outro lançamento das cabinas Export traz ainda iluminação por LEDs, que garante baixíssimo consumo de energia elétrica (equivalente a 3,6 Watts por lâmpada), pouca emissão de calor (reduz o uso de ar condicionado e melhora o conforto dos passageiros), longa vida útil (cerca de 50 mil horas), além da ausência de mercúrio. "Mais do que entregar produtos efeicientes para os consumidores, a consciência ecológica está internamente em todas as unidades da empresa, no pensar ambientalmente, tanto que somos a primeira do setor a receber a ISO 14001. Temos a certeza que essas ações em conjunto garantem um mundo melhor para as gerações futuras", ressata Paulo Henrique Estefan.

Já os modelos 3100, 3300 e 5300, da Elevadores Atlas Schindler, garantem economia em torno de 70% no consumo de energia, quando comparado aos sistemas convencionais, permitindo também a redução das despesas operacionais e, dispensando o uso de óleos lubrificantes, se adequam às exigências da construção verde, como explica Luis Mundim, supervisor de marketing de novas instalações. "A máquina com tração sem engrenagem e motor mais compacto, aliada à miniaturização dos componentes eletrônicos, que não precisam de um grande painel de comando, liberam o construtor da necessidade de um espaço adicional para construir a casa de máquinas, o que torna a construção mais econômica e com menos gasto de insumos". Outro detalhe que encanta construtores e condôminos, equipamento adicional, o resgate automático possibilita o funcionamento do equipamento em caso de falta de energia,mesmo em edifícios que não possuem gerador próprio. A partir de um módulo de baterias que movimenta o elevador automaticamente para o pavimento mais próximo, o passageiro rapidamente pode sair do elevador com segurança, continua.

Dentre as possibilidades de antecipação de chamadas, a Atlas Schindler foi a primeira a desenvolver o Miconic 10, com mecanismos parecidos aos já citados. A empresa recomenda a inda a modernização dos equipamentos após 10 anos de uso, antes da fase crítica, geralmente depois de 20 anos, quando o elevador já começa apresentar problemas que não podem ser solucionados apenas com a manutenção preventiva ou corretiva. "Soluções pontuais em um contexto geral são um ganho para a sustentabilidade. Mas isso pode vir também em pequenas atitudes, como não chamar dois elevadores ao mesmo tempo", acrescenta o diretor de engenharia da Green Gold Engenharia e Projetos, Julio César Fonseca.
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