Conforto acústico em casa

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20 de desembro de 2010 - O volume alto dos sons nos principais centros urbanos supera os limites toleráveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 55 decibéis. Só o trânsito intenso normalmente ultrapassa os 80. Como isso interfere na acústica de casas e apartamentos, engenheiros, arquitetos e designers de interiores estão descobrindo que, além de um bom projeto e do uso de materiais apropriados, devem lançar mão de pequenos truques para minimizar o barulho.

A percepção do quanto o barulho é incômodo fez com que o engenheiro de produção João Edson Carvalho investisse R$ 150 mil no lançamento da dBest, especializada em conforto acústico. Segundo ele, o setor está em franca expansão e movimenta cerca de R$ 2 milhões por ano na capital. Além disso, ele ressalta os prejuízos à saúde dos altos decibéis. Em geral, a pessoa não percebe que está ficando surda, pois acha que se acostumou com a situação de morar próximo a uma indústria barulhenta e manter a televisão com o volume alto, quando, na verdade, está perdendo a audição aos poucos, exemplifica.

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Por isso, a arquiteta e designer de interiores Cristina Morethson diz que, na hora de fazer um projeto como esse, um dos itens a ser considerado é o nível de necessidade de absorção acústica do ambiente em questão. Além da viabilidade econômica do cliente, as condições arquitetônicas para definir o layout e o tipo e finalidade a que se destina o espaço, completa.

Para tornar viável o trabalho há uma série de soluções, como aponta o engenheiro civil e designer Angelo Nunes Coelho. Ele cita janelas acústicas, fabricadas sob medida, com caixilho para vidro duplo e câmara de ar. Obtendo-se o nível de isolamento adequado à necessidade, fala. Outra alternativa apontada pelo designer são as portas acústicas que têm caixilhos de aço preenchidos com material fonoabsorvedor. Elas têm dupla forração com borrachas e acabamento externo, conforme a necessidade do projeto, acrescenta Angelo.

Para o piso, Cristina fala que é possível encontrar diversos tipos de mantas absorvedoras acústicas. Além disso, há pisos em placas de madeira compensada com revestimento interno em manta de espuma poliuretano de alta densidade e espaçador de madeira para encaixe macho-fêmea, sugere.

No caso do teto, há os forros minerais ou com manta de lã de rocha, com diversos acabamentos externos. Para revestimentos de paredes encontramos espumas absorvedoras acústicas de poliéster-uretano que podem ser revestidas com tecidos ou forros decorativos, em gesso dry-wall, ou revestimentos de madeiras e cortiças, completa Cristina.



ESCOLHA. Antes de optar por algum deles, é preciso observar a melhor alternativa em função das necessidades do interessado na obra, como fala Angelo Coelho. Segundo ele, o uso de materiais com madeiras, cortiças e tecidos é bem vantajoso. São decorativos e podem ficar aparentes, conta. Outra opção prática é o gesso. Requer apenas pintura, o que facilita no custo final, explica.

Já materiais como lã de rocha, espumas e vermiculita, que dão excelentes resultados acústicos, têm como desvantagem a necessidade do emprego de outros materiais para o acabamento. O que pode onerar o custo final. Mas a escolha dos materiais a serem empregados varia de acordo com sua finalidade e a aparência que se quer dar ao ambiente, bem como seu custo/benefício, observa Angelo Coelho.

Mas se o critério para escolha do material for a tendência, Cristina Morethson indica o uso de materiais naturais ou que reproduzam esse efeito. Tais como madeiras, fibras, cortiças, tecidos, placas de concreto, entre outros, que transmitem personalidade e aconchego aos ambientes.

Para conseguir a equação ideal entre conforto acústico e beleza no design ao mesmo tempo, as palavras-chaves são versatilidade e resposta imediata na solução dos problemas, segundo Angelo.