Especialistas alertam para riscos de comprar sem corretores regularizados

A maioria dos corretores que anunciam por meio de faixas exerce ilegalmente a profissão, não tem registro no Creci, não recolhe impostos e, geralmente, não tem escritório fixo

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postado em 13/06/2011 14:59 Júnia Leticia /Estado de Minas
Jamerson Leal, diretor da Casa Mineira Imóveis, aconselha a quem for lesado denunciar o mau profissional ao Creci - Eduardo Almeida/RA Studio Jamerson Leal, diretor da Casa Mineira Imóveis, aconselha a quem for lesado denunciar o mau profissional ao Creci

Para que a realização do sonho da casa própria não se transforme em uma novela com vários capítulos e um final infeliz, o consumidor tem de se resguardar. Afinal, entre os riscos que corre ao lidar com corretores ilegais há a possibilidade de comprar um imóvel que não tenha a documentação regularizada, como alerta o diretor da Alfenas Imóveis, em Contagem, José Alfenas.

A primeira medida a ser tomada por quem já passa pelo problema, para tentar contornar a situação, é denunciar o mau profissional ao Creci, conforme aconselha o diretor da Casa Mineira Imóveis, Jamerson Leal. “Para reaver algum prejuízo é preciso nomear um advogado e instituir ação contra a pessoa que lesou o consumidor. Deve-se, portanto, entrar com uma ação judicial contra perdas e danos.”

Por isso, o melhor mesmo é se resguardar. Mesmo podendo recorrer a órgãos como o Procon ou a Justiça, o problema é que, conforme José Alfenas, quem trabalha na ilegalidade geralmente é difícil de ser localizado. “O consumidor deve procurar uma empresa idônea e pedir ao corretor para identificar-se por meio da carteira do Creci”, indica. A consulta também pode ser feita pelo site www.crecimg.gov.br ou pelo telefone (31) 3271-6044.

Para se ter uma ideia da complexidade da atividade de corretagem, basta pensar em todo o processo de aquisição ou mesmo aluguel. A começar pela dificuldade de encontrar um imóvel que atenda às suas necessidades, considerando preço, localização, metros quadrados, entre outros requisitos. Depois de uma verdadeira maratona para encontrá-lo, vem a parte burocrática, que envolve uma via crucis a cartórios. E basta um pequeno erro ou esquecimento para que o fechamento do negócio vá por água abaixo.


Mas no caso de lidar com corretores ilegais, o fato de simplesmente não conseguir fechar o negócio pode significar – por mais incrível que pareça – lucro. Já imaginou acreditar que o imóvel já é seu e, só depois, descobrir que a documentação está irregular? Esse alerta é feito pelo diretor da Memphis Imóveis, na Região da Pampulha, Wanderson Oliveira. “Uma vez que ele atua de maneira ilegal, certamente não tem o conhecimento técnico para analisar a documentação.”

Antônio Xavier, da Netimóveis, concorda que o grande prejudicado é o consumidor. Pois, além de não se preocuparem em tirar todas as certidões, os falsos corretores orientam mal. “Além de muitas faixas serem golpe simples (estelionato). Nesse caso, eles pegam o dinheiro do sinal e somem sem deixar pistas”, alerta.

O diretor-secretário do Creci-Minas também ressalta os riscos à segurança – até mesmo física – de quem opta por lidar com corretores ilegais. “Quem garante que aquela oferta que esta sendo divulgada ilegalmente na rua não pode ser uma armação para um assalto ou até mesmo um crime? Pois, se você consulta um imóvel à venda, é sinal de que tem dinheiro”, analisa Vinícius.

Mas, mesmo que o imóvel exista, o diretor-secretário do Creci-Minas acredita que, ao alimentar esse tipo de divulgação, o consumidor está incentivando a ilegalidade. “A maioria deles exerce ilegalmente a profissão, não tem registro no Creci, não recolhe impostos e, geralmente, trabalha em escritórios clandestinos, anunciando somente com telefone celular pré-pago para dificultar a possibilidade de ser encontrado.”

CONSULTA

Jamerson Leal, da Casa Mineira, lembra, ainda, que é impossível saber como os corretores ilegais se propõem a fazer os negócios. “Já que não há a garantia de que eles realizaram consultas sobre a pessoa que está vendendo o imóvel, consulta de CNPJ, CPF e de registro dos imóveis.”

De acordo com ele, esses procedimentos são necessários à negociação de imóveis e devem ser realizados por empresas e profissionais corretos. Além disso, o anúncio em faixas pode esconder outras armadilhas. “Às vezes, por exemplo, estão oferecendo um imóvel que já foi negociado com outra pessoa, fazendo com que consumidor perca tempo e, muitas vezes, dinheiro”, revela Jamerson.

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marcilio - 09de Março às 10:42
Bom dia, lembrando que cuidado com as imobiliárias e corretores que só se preocupam com a comissão da venda do imóvel...É só pesquisar que vão ver o tanto de processo por má prestação de serviço..Cuidado

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