Adriana Bordalo, diretora da RKM Engenharia, diz que as varandas dos andares inferiores do Residencial Karina Barakat tiveram que ficar desalinhadas para que as árvores existentes pudessem ser mantidas no local
Ter quintal com muitas plantas não é mais privilégio de quem mora em casa. A consciência ecológica tem levado muitas construtoras a abandonar o velho hábito de derrubar árvores para erguer prédios e as áreas verdes ganham espaço privilegiado em condomínios de Belo Horizonte. Consequência disso é a valorização cada vez maior de imóveis que proporcionam aos moradores contato direto com a natureza.
O projeto do Residencial Karina Barakat, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul da capital, foi modificado por causa de um pé de jambo. As duas primeiras varandas ficaram desalinhadas para que não fosse preciso derrubar a árvore. Resultado: os apartamentos mais baixos, que normalmente são menos valorizados por não ter vista, foram vendidos pelo mesmo preço dos andares mais altos. “O consumidor começou a enxergar a preservação do meio ambiente como um diferencial. Ele agora sabe que isso agrega valor ao imóvel”, afirma a diretora da RKM Engenharia Adriana Bordalo.
Diretor da Habitare, Hélio de Souza Júnior conta que abriu mão de piscina e quadra para preservar a vegetação do Edifício Santa Amélia
Em frente ao pé de jambo há jabuticabeira, pau-brasil, pé de carambola, cedro, ipê-amarelo e dama-da-noite. As árvores faziam parte do quintal de um casarão quase centenário, de 1912, que é tombado pelo Patrimônio Histórico e também foi mantido no terreno para abrigar o espaço gourmet, com sala de jogos e adega coletiva. A área verde, que durante o lançamento do prédio, há cinco anos, nem era tão comentada, é hoje a paixão de todos os moradores.
MUDANÇAS
A preocupação com o meio ambiente também fez com que a Habitare repensasse o projeto do Edifício Santa Amélia, no bairro de mesmo nome, na Região da Pampulha. A construtora desenhou, no primeiro esboço, os três prédios alinhados, mas logo mudou de ideia. “Deslocamos um dos prédios para preservar a vegetação e tivemos que abrir mão de piscina e quadra”, conta o diretor comercial, Hélio de Souza Júnior. A área de lazer foi reduzida para dar lugar a ipês, mangueira, abacateiro, jabuticabeira, coqueiro, cajueiro e goiabeira, originais do terreno.
O condomínio, que terá 72 apartamentos, ainda está na planta e deverá ser entregue daqui a quatro anos.
Comentários
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Diego
- 20 de Julho às 21:26
A MRV construiu meu edifício em uma área arborizada, mas a PBH não autorizou a derrubada de algumas árvores, fazendo com que a área de convivência do prédio não saísse do papel e o caso foi parar na justiça. Atenção a isto galera!!!!