MONTAGEM No que se refere à escolha da vegetação, ela obedecerá primeiramente ao gosto do dono e às condições de luminosidade, ventos e clima da região em que o jardim vertical será montado. “Daí a montagem do sistema de irrigação, que deve respeitar as exigências de cada espécie disposta”, acrescenta Caio Zoza.
A manutenção das plantas é outro fator que determina a escolha por determinadas espécies e técnicas quando comparadas a outras. Mesmo assim, esse fator não deve descartar de imediato a escolha por um determinado tipo de vegetação “Os quadros verdes estão cada vez mais na moda e devem permanecer, apesar do trabalho para mantê-los. É uma alternativa na decoração de interiores e exteriores que pode ser alterada com facilidade”, exemplifica o paisagista.
Para Droysen Tomich, diante das várias espécies de plantas, tudo vai depender da criatividade e da situação. “Devemos dar preferência a espécies pendentes, pois conseguimos esconder melhor os vasos, tendo, assim, melhor resultado estético. Mas podemos mesclar plantas que não são pendentes, dependendo da situação”, fala.
VARIEDADES Entre as opções a serem empregadas, Caio Zoza cita as begônias, samambaias, ripsális, peperômias, columeias, suculentas, asparagus, bromélias e orquídeas. “São as mais requisitadas nesse tipo de jardim”, indica o paisagista. No entanto, o advento dos sistemas modulares de montagem, com contêineres cada vez maiores, facilita o plantio de outros tipos de vegetação, que podem alcançar portes maiores. “Pode-se, hoje, plantar verticalmente espécies que necessitam de maior quantidade de substrato”, diz Caio Zoza, fazendo referência ao meio orgânico ou misto (químico e orgânico) usado para plantio em condições técnicas de crescimento mais adequado.
Versatilidade de instalação
A estética e a falta de espaço não são as únicas razões para querer ter um jardim vertical em casa. A alternativa também ajuda a melhorar a qualidade de vida, como afirma o paisagista Caio Zoza. “Eles são a grande, talvez única, alternativa para melhorarmos a qualidade do ar nos grandes centros adensados por inúmeros edifícios”, fala. Com isso, a rigidez da construção também é quebrada, possibilitando melhor climatização do local.
“Atualmente, está crescendo o conceito, introduzido pelo botânico francês Patrick Blanc – considerado o criador dos jardins verticais –, de montá-los nas fachadas e laterais de edifícios em geral, melhorando o clima do local onde ele foi instalado.”
Outro emprego bem-sucedido do recurso é em muros de arrimo, que, em geral, são feios devido à sua característica construtiva. “Sua beleza plástica o torna uma obra de arte viva”, considera Caio. E não são só as plantas pendentes que podem melhorar o aspecto, tanto de muros de arrimo quanto de outros locais em que for colocado o jardim vertical.
O paisagista conta que há tempos a principal característica era que a planta fosse pendente, ou seja, que caísse à medida do seu crescimento, mas, atualmente, pode se optar cada vez mais por espécies aéreas. “Quem não se lembra das famosas samambaias-choronas que enfeitavam a varanda de quase todas as casas? Hoje, raízes tuberosas (que acumulam água e resistem mais à seca) e espécies com baixa manutenção, como as bromélias e orquídeas, também são opções”, indica o paisagista.
Mesmo em se tratando de um jardim vertical, Caio Zoza diz que os critérios para elaborar esse projeto obedecem aos mesmos princípios de outros tipos de jardim: “Forma desejada, espectro de cores, épocas de floração das espécies utilizadas e as necessidades biológicas das espécies a serem empregadas em conjunto.”
É necessário, ainda, tomar cuidados com a segurança, já que se trata de um jardim afixado em uma superfície. “Deve-se observar a carga suportada pela parede ou muro, sua impermeabilização, a perfeita fixação dos vasos ou contêineres para que eles não se soltem e provoquem acidentes, e procurar saber se existem tubulações hidráulicas e elétricas”, ressalta Caio Zoza.
Para se certificar de todos esses cuidados, o ideal é contar com a ajuda de um paisagista especializado em jardins verticais. “Ele vai disponibilizar sistemas construtivos mais adequados à realização do sonho de se ter uma parede verde ou uma bela composição de plantas dispostas verticalmente. O projeto será mais harmônico e integrado ao ambiente da casa como um todo.”
O investimento em um jardim vertical é variável, dependendo de seu tamanho, complexidade do local em que irá ser implantado e tipos de plantas a serem utilizadas. “Mas pode se ter um quadro verde a partir de R$ 600 ou um conjunto de vasos de parede com plantas diversas a partir de R$ 500”, diz Caio Zoza.
Como as variáveis que compõem o jardim vertical são muitas, Droysen Tomich fala que é difícil estabelecer um preço padrão. “Vai depender das espécies utilizadas, se vão ser vasos fixados direto na parede, se vão utilizar alguma estrutura para fixação dos vasos e qual é a irrigação utilizada”, observa. De maneira geral, ele fala que o metro quadrado custa, aproximadamente, R$ 1,8 mil, podendo variar para mais ou para menos.
Dicas importantes