Para Rodrigo Silva de Moura Nunes, diretor da Mobyra Incorporações, quando o empreendimento é muito grande o ideal é dividir o fluxo de entrada e saída
Resolvida a questão do número de vagas, a preocupação passa a ser a circulação dos veículos, já que o comprador também quer se certificar de que não terá dificuldade para entrar e sair da garagem ou fazer a manobra. A Mobyra Incorporações, por exemplo, abriu mão de seis vagas em um prédio no Bairro Estoril, Região Oeste da capital, para aumentar o espaço comum. “Considero isso um ponto muito importante. Se o morador tem a percepção de que não tive cuidado com garagem, provavelmente não comprará outro apartamento comigo”, afirma o diretor da empresa, Rodrigo Silva de Moura Nunes.
No projeto do Bosque Club Condomínio, em Betim, a preocupação foi ainda maior. Como o empreendimento é muito grande - são 10 torres com 16 apartamentos e uma vaga pré-determinada para cada unidade na área de estacionamento -, já se sabe que o fluxo de veículos será enorme. A solução foi dividir em duas portarias, uma de entrada e outra de saída, para evitar congestionamento. Além disso, os prédios são separados por uma avenida de mão dupla com canteiro central, onde os pedestres podem transitar com segurança. Nela, também há vagas para visitantes.
Na opinião da arquiteta Valéria Alves, o espaço para os veículos dos visitantes agrega muito valor ao imóvel. “Algumas ruas de BH são muito ruins de estacionar. Então, isso é um conforto tanto para o morador quanto para quem está indo ao prédio”, destaca.
O gerente regional de vendas da Masb, Marcelo D'Ávila, observa que alguns clientes se preocupam em conhecer primeiro a garagem do prédio
Outro recurso é aproveitar o recuo do edifício para dar mais conforto ao motorista. Um empreendimento da Prisbel, na Savassi, Região Centro-Sul, com 180 vagas, terá o port cochere, muito usado na entrada de hotéis para embarque e desembarque de passageiros. “Em edifícios maiores e com grande fluxo de veículos, é muito funcional. O carro sai da via e entra na área do prédio sem atrapalhar o trânsito. Depois ele tem acesso à garagem”, explica o diretor financeiro da construtora, Luciano Muniz, que completa: “Se o morador já tiver saído do prédio e tiver que retornar ao apartamento, não precisa entrar de novo na garagem ou procurar vaga na rua.”
TECNOLOGIA
Para prédios comerciais, há soluções mais sofisticadas, que podem ser aproveitadas em residenciais, dependendo de quanto se quer investir. Uma delas são os paletes em trilhos, bem parecidos aos que existem em oficina mecânica. Os pneus ficam em cima do equipamento e o carro é facilmente deslocado, por meio de um sistema de roldana. Basta a força de uma única pessoa. A arquiteta Valéria Alves comenta que, com isso, consegue-se dobrar o número de vagas, pois os carros ficam agrupados em um canto da garagem. Outra vantagem é que acaba o problema de travar o veículo do vizinho.
Um edifício garagem no Centro de Belo Horizonte utiliza elevadores. Como ocupam muito espaço, as rampas são eliminadas e, no lugar delas, é instalado o sistema. “Num espaço muito menor, vai haver um elevador de carga. Você entra nele com o carro, sobe até o andar onde há vaga disponível e já faz a manobra”, esclarece a arquiteta. Valéria diz que o elevador pode ser usado em um apartamento superluxo, que quer ter um diferencial, às vezes até na arquitetura.
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