Implantação de grandes empreendimentos em cidades do interior e da Grande BH, como Vespasiano e Nova Lima, contribui para o incremento na comercialização de terrenos
Celso Salles, diretor da Planta Netimóveis, diz que cidades como Jeceaba e Varginha já sentem diferença na negociação de loteamentos
Entre os municípios que registram maior crescimento na comercialização de lotes estão Vespasiano, Santa Luzia e Nova Lima. Mas o fenômeno não se restringe à Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Em Minas, várias cidades já sentem diferença na comercialização de terrenos, especialmente aquelas que estão recebendo grandes indústrias”, justifica o diretor da Planta Netimóveis, Celso Salles.
É o caso, por exemplo, de Jeceaba, na Região Central do estado. “Com a chegada da Vallourec, que está gerando mais de 10 mil empregos, o investimento de construtoras na região já é grande”, conta Celso. Outros municípios que, segundo ele, se encaixam nesse perfil são Montes Claros e Varginha, respectivamente no Norte e no Sul de Minas.
Mas não é só em Minas Gerais que a negociação envolvendo lotes está aquecida. Estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo também registram um aumento na comercialização de terrenos. “Entre os negócios fechados este ano, as cidades contempladas foram Cabo Frio (RJ) e as mineiras Governador Valadares, Lavras, Ibirité, Teófilo Otoni, Divinópolis e Tiradentes”, cita Rodrigo Amaral, sócio-diretor da Prospectar.
O resultado de toda essa movimentação é que, hoje, os proprietários de grandes áreas têm uma ótima oportunidade de investimento nas mãos, como confirma o sócio-diretor da Linhares Filho Negócios Imobiliários, Marcelo Linhares Filho. “Esse mercado cresceu muito nos últimos anos, dando lugar a empreendimentos de grande porte que, hoje, apresentam ótima liquidez”, diz.
Segundo ele, qualquer que seja o caminho escolhido pelo dono do terreno é vantajoso. Tanto a venda quanto a construção são excelentes investimentos. “Os proprietários de grandes áreas têm a opção de, simplesmente, vender suas áreas. Nesse caso, estarão fazendo no melhor momento em termos de valorização da história recente do mercado brasileiro”, acredita Marcelo.
PERMUTA
Para investir em empreendimentos imobiliários em suas próprias áreas, Marcelo diz que os proprietários podem desenvolver por conta própria os empreendimentos ou fazer parcerias com incorporadores, por meio de permuta por unidades no local ou financeira. “Nessa hipótese, é possível aumentar substancialmente seus ganhos em relação à simples venda”, afirma.
A justificativa para o aumento nos ganhos no caso da permuta é que, como é retirado do incorporador o ônus do desembolso financeiro para a compra do terreno no início do processo de construção, o proprietário pode ter mais benefícios na negociação. “Dessa forma, é possível para o incorporador remunerar mais o proprietário pelo terreno”, diz Marcelo.
Se a opção for por montar uma incorporadora para empreender no terreno, o proprietário deve estar mais preparado para correr riscos, conforme observa o sócio-diretor da Linhares. “A possibilidade de ganho fica maior ainda porque, nesse caso, ele ficará com o lucro também do negócio imobiliário. Mas há de se frisar que incorporação é um negócio de extrema complexidade e pequenos erros podem colocar um empreendimento em prejuízo”, alerta. Lotes podem virar ouro
As perspectivas seguem animadoras este ano. A Netimóveis, por exemplo, espera que 70% dos lotes colocados à venda pela rede sejam comercializados até dezembro. “No ano passado, a demanda estava reprimida devido à implementação da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo. Mas, este ano, a procura já se estabilizou. Com isso, passou-se a ter mais opções de oferta de lotes no entorno de BH”, conta Celso Salles. Por isso, a expectativa é de aumento nas vendas.
Entre as pessoas que mais se interessam pela compra desses terrenos estão aqueles que querem morar em condomínios fechados. “A segurança, o entorno verde e a localização são grandes diferenciais para quem quer viver perto das facilidades da capital, com o conforto e características ambientais do interior. Por isso, a RMBH está sendo tão procurada para moradia principal”, observa Celso.
Os investidores também podem ser pessoas que querem apenas passar os fins de semana em um local tranquilo, mas não muito distante de Belo Horizonte, ou que buscam uma fonte de renda com um imóvel que será construído. Independentemente da escolha, Celso acredita na rentabilidade do negócio. “Em pouco tempo, cerca de 30% do investimento vira lucro.”
A justificativa para tamanho otimismo é que, segundo Celso, os lotes colocados à venda geralmente são em região de ascensão. E a rentabilidade é um grande atrativo para o fechamento do negócio. “Cerca de 20% dos compradores são investidores que vão vender os imóveis depois da valorização.”
O mercado está tão favorável que, independentemente do tamanho, todos os terrenos se valorizaram, segundo o sócio-diretor da Linhares, Marcelo Linhares. “Desde que bem localizados e passíveis de receber empreendimentos imobiliários. Há um grande mercado para terrenos pequenos, formado pelas pequenas construtoras e incorporadoras que têm tido muito sucesso na venda de prédios residenciais ou comerciais menores”, frisa Marcelo.
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