“A profissão de corretor de imóveis vive seu melhor momento. Nunca se ganhou tanto.” A afirmação é de Paulo Dias, presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de Minas Gerais (Sindimóveis/MG). E o mercado está pronto para receber novos profissionais. Minas Gerais conta com 23 mil corretores, enquanto São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul têm, respectivamente, 130 mil, 45 mil e 35 mil.
De acordo com Paulo Dias, toda imobiliária de Belo Horizonte está contratando, e com salários cada vez mais atraentes. “Um iniciante começa ganhando entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. É um valor acima da média de muitas profissões. Mas é preciso ter em mente que não basta ser bom vendedor. Capacitação e qualificação constantes são fundamentais. Atualmente, com a facilidade de informações, os compradores já chegam sabendo de tudo que é necessário numa transação. E querem confirmar com o corretor e tirar uma ou outra dúvida. Ele precisa ver que está diante de um profissional bem informado e capacitado”, orienta o presidente, lembrando que o Sindimóveis conta com 16 cursos rápidos de atualização e qualificação.
O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-MG), Paulo Tavares, avalia o momento como ainda melhor. Diz que um corretor ganha no mínimo R$ 5 mil. “Ele ganha 20% sobre a comissão de 6% do valor do imóvel destinada à imobiliária. Na venda de um imóvel de R$ 800 mil, a comissão é de R$ 48 mil. Desse total, o corretor ficaria com R$ 9,6 mil. Isso, com apenas uma venda. Se ele for um corretor que venda melhor, digamos R$ 2 milhões por mês, vai receber R$ 24 mil. É um senhor salário”, revela. Paulo Dias acrescenta que a perspectiva para o mercado é boa até pelo menos a Copa do Mundo. “O Brasil é a bola da vez. Muitos negócios devem surgir”, aposta.
Os ganhos vêm acompanhados de responsabilidades. Desde a publicação do novo Código Civil, o corretor responde como corresponsável pelas vendas que faz. Ou seja, se o imóvel apresentar algum vício que estava oculto no momento da venda, não poderá alegar que não sabia. “O corretor tem o dever de prestar todas as informações aos clientes. E colocar todas as informações no contrato de compra e venda”, ensina Paulo Tavares.
DEVERES Essas obrigações trazem segurança ao vendedor e ao comprador. “O bom corretor, ao receber um imóvel, faz consulta ao Tribunal de Justiça e ao Ministério do Trabalho para verificar possíveis ações que possam envolver o bem. E checa o nome do proprietário na Receita Federal e até na Polícia Civil. Bem como consulta a certidão atualizada do imóvel. Aquelas pessoas que atuam como corretores sem registro no Creci geralmente não têm esses cuidados. E burlam a lei, colocando cartazes e anúncios na rua, o que é proibido. Deve-se sempre desconfiar desse tipo de anúncio”, alerta.
Paulo Tavares lamenta que, muitas vezes, a atuação ilegal é acobertada ou facilitada por grandes imobiliárias, que precisam de mão de obra. Mas diz que o Creci tem atuado junto ao Ministério Público para fiscalizar e punir as irregularidades. Sugere a retenção de corretores aposentados como alternativa para a escassez de mão de obra. E o estímulo aos interessados para que façam o curso técnico. Uma vez matriculados, já podem atuar como estagiários.