Saiba como planejar a reforma para manter as características iniciais do imóvel.

Seja por ter um perfil mais conservador ou por tentar preservar lembranças de momentos marcantes da vida, há pessoas que querem reformar sem alterar as características do lugar. Nesse caso, a arquiteta Marina Dubal reconhece que preservar a identidade da arquitetura é importante quando o imóvel tem valor histórico ou pessoal, “pois retrata uma época ou estilos que não voltarão. O profissional saberá orientar nesse aspecto, caso o cliente não tenha isso como prioridade ou não tenha conhecimento”, diz a arquiteta.

Fora esse caso, à medida que o tempo passa, as necessidades de uma família vão mudando, é necessário que os espaços sejam repensados para abrigar outras funções. “Ela pode ser preservada se isso for solicitado pelo cliente. No entanto, o que se vê são demandas distintas com o passar dos tempos”, analisa Marina.

Por isso, o morador tem de estar aberto às mudanças que, mesmo pequenas, alteram muito o conceito do ambiente com o qual estavam acostumados. “Na maioria das vezes, na reforma os clientes desejam modificar totalmente o espaço, e isso inclui perder a identidade antiga e transformar em um novo local, com novas características”, comenta a arquiteta Renata Basques.

Mesmo quando essa etapa for ultrapassada, pode ser necessário convencer o cliente de que devem ser feitas alterações no que foi planejado inicialmente. “Às vezes, iniciamos uma reforma seguindo um escopo indicado pelo cliente. Mas, ao analisar o projeto, percebemos que devemos fazer uma ou outra intervenção no espaço para torná-lo mais agradável e com mais benefícios para o usuário”, diz.

De acordo com Marina Dubal, o planejamento da obra é um trabalho constante, já que não há como prever 100% do que vai ocorrer. “Por isso, o cliente deve ter paciência e disponibilidade para orientar os profissionais naquilo que é prioridade e o que pode ser simplificado em caso de superação dos custos planejados.”

Para justificar as mudanças, os argumentos se baseiam nas vantagens que o novo espaço proporcionará aos moradores. E para que isso possa ser comprovado ao fim da obra, é preciso que o profissional registre a evolução do processo. “Sempre é bom documentar com fotos o ambiente antes da intervenção. Quando a pessoa vê como era antes, ao lado do depois, ele valoriza as modificações”, explica Renata.

Dependendo da demanda, às vezes é melhor fazer uma reforma total. E as vantagens dessa escolha, além de serem percebidas nas fotos, podem ser conferidas na ponta do lápis, “pois otimiza prazos, custos e mão de obra, além de minimizar o desgaste do proprietário, que quase sempre tem que se deslocar para outro local durante o período da obra, dependendo das interferências necessárias”, diz a arquiteta Roziane Faleiro.

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Caso seja possível, Marina acredita que é melhor começar a reforma pela parte mais pesada, “como demolição de paredes, retirada de revestimentos, além de as etapas mais sujas serem feitas de uma só vez”, recomenda. Mas isso será definido de acordo com o cronograma e a verba disponível, conforme a arquiteta. “É importante considerar também se o cliente estará no mesmo imóvel onde a reforma vai ocorrer”, acrescenta.

Renata acredita que é muito melhor fazer o projeto pensando em um todo, de uma maneira global. Para ela, a execução pode ser feita por etapas, mas a desvantagem é que o processo fica mais complicado. “Quando reformamos um apartamento, pensamos no leiaute completo e, consequentemente, na infraestrutura completa a ser implementada (iluminação, elétrica, gesso). Com isso, certamente a obra fica muito mais barata e correta.”