Construção eficiente

Maior conscientização sobre benefícios do steel frame anima empresários

A perspectiva é de difusão do uso. Necessidade de construções mais rápidas é a razão para esse otimismo

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postado em 14/10/2011 14:41 / atualizado em 14/10/2011 15:14 Júnia Leticia /Estado de Minas
Diretor da Construplax, Marco Antônio diz que o sistema veio para aperfeiçoar e melhorar as condições de construção com economia - Eduardo Almeida/RA Studio
Diretor da Construplax, Marco Antônio diz que o sistema veio para aperfeiçoar e melhorar as condições de construção com economia
Apesar de ter sido criado há dois séculos, só agora o steel frame vem sendo usado em maior escala no Brasil. O motivo é a grande competitividade do setor da construção civil, como avalia Dalmo Figueiredo, engenheiro civil, coordenador do curso de especialização em construção civil da Escola de Engenharia da UFMG. “Está ocorrendo desenvolvimento da tecnologia construtiva nacional, focada na industrialização.”

Esse fator, aliado à necessidade de produzir habitações em larga escala devido ao déficit habitacional, levaram à implementação do sistema steel frame no Brasil em 1998. “Esse sistema já era aplicado há longo tempo e em larga escala em diversos países. Mas novas técnicas, com tecnologia nacional e outras importadas, foram e estão sendo introduzidos nas metodologias construtivas nacionais”, diz.

Para Marco Antônio de Freitas, diretor técnico da Construplax, empresa especializada em light steel frame, o sistema veio para aperfeiçoar e melhorar as condições de construção com economia. “Possibilita a redução de tempo e despesas de obra, além da melhoria na qualidade de vida das pessoas”, completa.

Como as pessoas começam a perceber esses benefícios, a tendência é de que o método seja utilizado em maior escala. “E os motivos para isso são a necessidade de construções mais rápidas e eficazes, a falta de mão de obra no mercado, e, principalmente porque as pessoas estão abrindo a cabeça para novos sistemas”, explica Marco Freitas, fazendo referência à mudança de mentalidade em relação aos métodos construtivos.

De acordo com o diretor da Epo Engenharia, Gilmar Dias, a cadeia produtiva precisa se ajustar a esse novo modelo, no qual o tradicional tijolo sobre tijolo não atende mais no tempo e custo da produção necessária. “Para reequilibrar a oferta e a demanda de recursos atual, é preciso investir na industrialização dos processos construtivos.”

E como o sistema pode ser empregado em qualquer tipo de construção, não há limitações para o uso da técnica. “A tecnologia também permite a utilização de qualquer tipo de acabamento e pode ser realizada em qualquer terreno”, diz Marco Antônio.

Também não há limitações para o uso do sistema construtivo nas várias etapas que envolvem a obra. “Mas não podemos, por exemplo, fazer um arrimo em steel”, adverte. E para quem está em dúvida quanto ao custo da construção, ele diz que, atualmente, o steel frame equivale à alvenaria. Por isso, o projeto é acessível para construir uma casa. “Hoje, já está sendo aprovado por financiamento em alguns bancos.”

No entanto, Dalmo Figueiredo explica que em comparação direta com o sistema tradicional, o steel frame é mais caro. “Alguns custos indiretos, como os relacionados a prazos, desperdícios e sustentabilidade, devem ser considerados na comparação com os outros sistemas”, avalia

DECISÃO

Segundo o coordenador da UFMG, o sistema foi introduzido no Brasil em construções de alto padrão, onde o seu custo mais elevado, em princípio, não interfere substancialmente no custo final. “Atualmente, há conjuntos habitacionais de baixa renda sendo construídos, porém em pequena escala. Hoje, o preço ainda constitui fator importante na decisão de se optar pelo steel frame.”

De qualquer forma, para quem quer investir na técnica, ela é indicada, principalmente, para edifícios baixos. “Nada impede de ser usado em edificações mais altas, porém, deverão ser utilizados perfis metálicos de maior porte, o que foge dos padrões usuais do sistema steel frame”, explica Dalmo Figueiredo.

Construído há dois anos, o residencial Villa Alppina, no Bairro Floramar, Região Norte de BH, foi o projeto 0piloto da Epo para estudar essa viabilidade, de acordo com o gestor de obras e engenheiro supervisor da empresa, Evandro Pinho Lara. “Fizemos desse edifício uma escola técnica para concluir o treinamento da mão de obra, verificar o consumo real do material e constatar suas vantagens.”

O resultado foi tão bom que a Epo resolveu continuar investindo no steel frame. Segundo Evandro Lara, a tecnologia pode acelerar a finalização de uma obra em até 60%, diminuir o índice de desperdício abaixo de 0,5% e tornar o empreendimento cerca de 20% a 30% mais barato.

Tags: construção,

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