Construções antigas

Saiba avaliar se o material usado no revestimento da casa antiga pode ser reaproveitado nas reformas

Itens como pisos de madeira em geral têm alta durabilidade

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postado em 13/11/2011 11:44 / atualizado em 13/11/2011 11:51 Júnia Leticia /Estado de Minas
Especialistas dizem que até mesmo a entrada da casa ou do apartamento pode passar por uma transformação que mescle estilos e confira identidade ao imóvel, surpreendendo as visitas - Eduardo Almeida/RA Studio Especialistas dizem que até mesmo a entrada da casa ou do apartamento pode passar por uma transformação que mescle estilos e confira identidade ao imóvel, surpreendendo as visitas

Na hora de reformar, uma das grandes preocupações são os transtornos decorrentes da revitalização dos revestimentos. Mas ao contrário do que muitos podem pensar, isso pode não ser tão difícil assim, como revela a arquiteta Marina Dubal. “Os pisos de madeira, como tacos e parquet, podem ser facilmente renovados com a aplicação de sinteco depois de lixados. A associação de pisos antigos com rodapés modernos e mais altos gera uma combinação elegante e muito interessante.”

Como antigamente era costume o uso de materiais nobres nas construções, sua resistência é grande, o que compensa e muito a restauração de tacos e tábua corrida, por exemplo. De acordo com a designer de ambientes Roberta Seabra, esse material hoje é ainda mais valorizado devido à sua escassez. “Visualmente, o piso pode estar desgastado, mas a madeira aceita até três raspagens, o que pode trazer à tona toda a sua beleza”, explica. Existem também alternativas de tratamento que facilitam, inclusive, a manutenção, como a resina no lugar do sinteco. “Nesse caso, apenas um pano úmido é o suficiente para manter o piso limpo. No caso de ranhuras, podem-se isolar as peças danificadas e aplicar a resina apenas no local atingido, sem a necessidade de tratar todo o piso, como ocorre com o sinteco.”

Mas não é só a madeira que pode ser restaurada. Até mesmo na reforma do banheiro há peças que podem ser aproveitadas. “Como é o caso do mármore da bancada, que pode ser novamente polido para ganhar vida nova e ter sua altura redimensionada para receber uma cuba de apoio, que é um item moderno”, diz Roberta.

Os azulejos também podem ser aproveitados, apesar de o trabalho ser mais difícil. Isso porque, conforme a arquiteta Marina Dubal, as áreas molhadas sempre necessitam de uma renovação da tubulação, de louças e metais, dificultando o aproveitamento dessas peças. “Nesses casos, pode-se preservar uma parede onde não haja intervenção para troca de tubulação e renovar as outras com uma cerâmica retificada branca. Assim, o detalhe do azulejo vai sobressair e valorizar-se diante dos materiais contemporâneos.”

O arquiteto João Moreira considera desafio encontrar espaços antigos e remodelá-los - Eduardo Almeida/RA Studio O arquiteto João Moreira considera desafio encontrar espaços antigos e remodelá-los
Outra alternativa é recorrer aos cemitérios de azulejo, caso não sejam necessárias muitas peças. Isso porque esses locais têm variedade, mas em pequena quantidade. “Caso não seja possível encontrar peça de reposição, cabe ao profissional criar uma solução ou tirar partido inserindo algum detalhe com outro acabamento. O contraste entre materiais antigos e novos de revestimento é muito interessante e pode valorizar o ambiente”, comenta Marina. Até mesmo o forro pode ser valorizado. No caso dos que têm detalhes em pintura ou sancas, ela sugere o uso de iluminação indireta, voltada para ele. “É ideal para iluminar o ambiente e destacar os detalhes singulares da construção.”

A designer de ambiente Roberta Seabra reconhece que louças, metais e azulejos têm sua reutilização limitada. “Para as paredes, o redimensionamento do espaço pode implicar remoção de algumas peças que, por serem antigas, talvez não sejam encontradas em cemitérios de azulejos em quantidades suficientes para reposição.” Já as louças, como no passado geralmente tinham cores vibrantes, ao serem trocadas por branco dão um ar mais moderno ao espaço.

Metais, como as torneiras, também são peças que, por vezes, não compensam ser usadas, segundo a decoradora Dênia Diniz. Em parte por não serem tão eficientes como as de hoje. “Que permitem baixa vazão de água. E as de alavanca são mais práticas de se usar. A dica é usar uma louça antiga com um metal moderno. Além do contraste do design, podemos manter a beleza do vintage com a eficiência do novo.”

FUNCIONAL

Para locais com muito espaço, a decoradora Dênia Diniz sugere alterações que criem novas funcionalidades para o ambiente  - Eduardo Almeida/RA Studio Para locais com muito espaço, a decoradora Dênia Diniz sugere alterações que criem novas funcionalidades para o ambiente
As releituras não se restringem à forma como os móveis e demais peças que fazem parte dos ambientes serão utilizados. Assim como a decoração e o design de interiores se transformam com o tempo, o jeito de morar acompanha as mudanças do dia a dia, como observa a decoradora Dênia Diniz. “Dessa forma, ambientes como hall de quartos, que eram enormes, podem ser transformados em escritórios ou estar íntimo”, sugere.

Marina Dubal concorda que há cômodos que podem receber uma nova roupagem ou até mesmo um novo uso, que vai depender das necessidades dos moradores. “Nesse caso, pode-se aproveitar a arquitetura do espaço existente ou usá-lo para ampliar outro cômodo, como uma suíte ou a sala de estar, por exemplo”, indica.

Uma das mudanças observadas por Roberta Seabra refere-se à copa, que deu lugar a ambientes como o estar conjugado. Às vezes é criado um canto para escritório ou mesmo uma adega. “Hoje, é comum os moradores desejarem espaços mais amplos e multifuncionais”, considera a designer de ambientes.

Tags: reforma

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