Prédio construído pela BKO em São Paulo conta com tomadas para o recarregamento do veículo elétrico
Com uma área bruta de quase 19 mil metros quadrados (m²) no Vale do Sereno, em Nova Lima, o Edifício Sol, da EPO Engenharia, dedica atenção especial ao ambiente em que está inserido. Preza pela correta utilização dos recursos naturais, inclusive moldando o projeto para evitar ao máximo a mobilidade de terra para outros locais.
A filosofia verde vai levar a horta para dentro dos apartamentos, permitindo ter verduras e hortaliças minutos antes do preparo. Haverá plantio de árvores nativas da região no terreno, automação predial para eficiência energética, posicionamento do edifício de acordo com a melhor orientação solar. Nesse caso, o objetivo é proporcionar iluminação e ventilação naturais adequadas, evitando gastos desnecessário com energia durante o dia. A medida colabora para a salubridade dos ambientes.
A garagem também recebeu atenção especial. Além de espaço para lavagem dos veículos, o empreendimento vai oferecer vagas com pontos de tomadas para abastecimento de carro elétrico com tarifadores e indicadores de consumo. “Essa iniciativa da EPO tem como objetivo criar projetos pensando no futuro e promover condições para que os moradores possam adotar práticas sustentáveis”, revela Eduardo Luiz, engenheiro e diretor de novos negócios da empresa.
Eduardo Batista, diretor de incorporação da Construtora BKO, diz que a empresa segue na mesma linha. “A partir de agora, todos os nossos produtos vão contar com as tomadas para recarga de veículos elétricos. Está sendo bem aceito pelos clientes e impacta muito pouco nos custos. É preciso ter em mente que os edifícios vão ter vida longa. E precisamos pensar, ao construí-lo, no uso que será feito em cinco ou em 30 anos. Fizemos pesquisas e percebemos que as tomadas vão ser demandadas no futuro. A tendência é a substituição dos veículos a combustão por elétricos”, diz.
INTERAÇÃO
Inicialmente, a empresa está disponibilizando de três a cinco vagas com as tomadas e medidores para o condomínio, e não para os apartamentos. O morador que precisar carregar, digita o número do apartamento e uma senha. Em seguida, opta por carga completa no veículo ou seleciona carregar por determinado número de horas ou pelo consumo pré-determinado. Diante dessas características, o projeto elétrico precisou ser adaptado para direcionar o consumo para uma central, que repassa os custos a cada proprietário. “O consumidor das classes A e B interage de forma muito forte com as novas tecnologias. E está ciente das necessidades de adotar medidas em prol do meio ambiente. Todos os empreendimentos da BKO, a partir de agora, vão oferecer essas tomadas”, garante.
Palavra de especialista: Infraestrutura é fundamental
Pietro Erber - diretor-presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE)
A iniciativa é acertada. O sucesso dos veículos elétricos dependerá de infraestrutura de suporte. Estacionamentos, shoppings, prédios residenciais e comerciais devem oferecer essa possibilidade ao usuário. Acredito que em cinco anos o mercado automobilístico vai oferecer um número bem maior de veículos elétricos. E a tendência é migrar de veículos híbridos para veículos plug-in, recarregáveis em tomadas. O caminho será realmente começar por empreendimentos de luxo, já que os veículos elétricos têm um custo inicial considerável. E depois ganhar espaço nas camadas mais baixas. É desejável ainda que o medidor tenha capacidade de reconhecer o horário, já que a energia elétrica deverá ter sua precificação alterada, sendo mais cara em horários de pico. Outro ponto interessante é usar tomadas de 220V, que recarregam o veículo na metade do tempo.
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