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Oferta de terrenos valoriza construção na Grande BH

Facilidade de encontrar terrenos e preços mais em conta que os apurados na capital impulsionam construções nas cidades do entorno

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postado em 27/05/2012 14:08 Júnia Leticia /Estado de Minas
Segmento da construção civil teve incremento grande para atender à demanda na região metropolitana - Eduardo de Almeida/RA studio Segmento da construção civil teve incremento grande para atender à demanda na região metropolitana


A carência de terrenos em Belo Horizonte é um dos motivos que têm feito com que as construtoras invistam na região metropolitana da capital. Essa migração conta com o aval do consumidor, que vê nessas cidades a opção de obter um imóvel que atenda às suas necessidades socioeconômicas. A alternativa tem mudado a rotina de municípios que, até há pouco tempo, eram descartados como possibilidade de moradia.

Diretor de marketing e vendas da MRV Engenharia, Rodrigo Resende confirma o motivo da expansão além dos limites de Belo Horizonte. “A escassez de terrenos fez com que o mercado crescesse para as cidades da região metropolitana, num movimento semelhante ao que ocorre nas principais capitais do país”, observa.

Para a diretora da Mirian Dayrell Imóveis, Mirian Dayrell, o aumento da demanda pela casa própria, os incentivos de financiamentos bancários e programas do governo direcionados para a construção impulsionaram esse crescimento nos últimos anos. “Todo o segmento da construção civil teve um enorme aquecimento, levando essa demanda para regiões da Grande BH.”

Eduardo de Almeida/RA studio


Por isso, atualmente, é mais fácil encontrar terrenos nessas cidades. Segundo o diretor da Casa Mais, Peterson Querino, existe uma procura intensa por Contagem, Betim e Nova Lima, para os empreendimentos de médio e alto padrão, devido às questões de valor agregado dos imóveis implantados nessas regiões. E para os econômicos, as cidades de Santa Luzia, Vespasiano e Ribeirão das Neves, pelo atrativo de preço e condição de pagamento.

PREFERÊNCIA Com o crescimento do Vetor Norte, a partir de investimentos como o da Linha Verde e da Cidade Administrativa, Rodrigo Resende observa que há uma grande procura por Vespasiano. “Cidades como Betim e Contagem, onde se concentram muitas indústrias e, consequentemente, muito emprego, também têm procura alta”, conta o diretor da MRV.

Gerente de vendas da Construtora Lider, Hamilton Dayher reconhece a demanda crescente em municípios como Nova Lima, Lagoa Santa, Betim e Contagem. “Por concentrarem maior renda per capita, por terem comércio variado, serviços de qualidade e um parque industrial pujante. Por consequência, há grande demanda de mão de obra e oferta de empregos”, justifica.

Tatiana Swerts Pego diz que um dos principais ganhos de morar em Contagem é a tranquilidade - Eduardo de Almeida/RA studio Tatiana Swerts Pego diz que um dos principais ganhos de morar em Contagem é a tranquilidade


A administradora de empresas Tatiana Swerts Pego confirma as razões apontadas pelos profissionais. Ela e o marido, o coordenador administrativo industrial Robson Ferreira Pego, optaram pelo Bairro Cabral, em Contagem, e não se arrependem. “São vários os motivos que nos levaram a morar na cidade. Entre eles, a proximidade do trabalho e a tranquilidade no trânsito, que ainda é muito melhor do que o do Centro de BH”, diz.

Além disso, Tatiana destaca o fato de as ruas serem menos movimentadas, as praças e parques mais utilizáveis e os fins de semana mais tranquilos. “Ter a escola dos nossos filhos próxima de casa, comércio local bastante diversificado, bons restaurantes, a perspectiva de valorização imobiliária e não pagarmos Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) – o que é ótimo – são outras vantagens”, ressalta a administradora.

Eduardo de Almeida/RA studio


PERSPECTIVAS DE EXPANSÃO

Déficit habitacional leva classe C a buscar imóveis fora dos grandes centros. Investidores aproveitam para oferecer unidades mais populares, no programa Minha casa, minha vida

O potencial de valorização da Região Metropolitana de Belo Horizonte é a principal vantagem do investimento, segundo o diretor da MRV, Rodrigo Resende. “Como muitas regiões ainda estão sendo formadas, os preços não atingiram patamares como os de Belo Horizonte, por exemplo.” Mas ele destaca que se devem observar áreas que tenham infraestrutura urbana próxima, como avenidas, comércio, hospitais e escolas.

Formada prioritariamente pela classe C, a parcela da população que está de olho na região metropolitana busca o primeiro imóvel. Mas, segundo o diretor da Casa Mais, Peterson Querino, há também uma menor parcela da classe B que volta a sua atenção para essas cidades. “Os clientes com perfil aquisitivo mais alto procuram, na maioria das vezes, uma proximidade maior das empresas onde trabalham ou até mesmo fugir um pouco do conflito diário com o trânsito”, diz.

No que se refere à renda, Rodrigo Resende conta que o perfil do consumidor é, basicamente, o de famílias com renda mensal de até 10 salários mínimos, “que, nos últimos anos, foram incluídas no mercado comprador de imóveis devido à estabilidade econômica, ao aumento da renda e ao acesso ao crédito imobiliário.”

Diante da demanda desse público pela aquisição de imóveis novos, fica a dúvida: o mercado imobiliário está satisfazendo às suas necessidades? Rodrigo Resende diz que sim. “O mercado tem investido cada vez mais nas cidades da região metropolitana e acredito que esse será o cenário dos próximos anos, de investimento contínuo e cada vez maior.”

Mirian Dayrell, diretora da Mirian Dayrell Imóveis, tem a mesma opinião e diz que mais empreendimentos sempre são bem-vindos. “Acredito que o mercado imobiliário, de uma forma geral, vai continuar com toda a valorização, gerando com isso mais demandas e mais expansão. A criação de projetos arrojados, como o aeroporto de Confins e o Centro Administrativo, vem a valorizar outras regiões e oferecer novas oportunidades nesse entorno da cidade.”

Para Peterson Querino, é necessário haver mais lançamentos para suprir a procura. “No caso dos clientes voltados para o Minha casa, minha vida, a demanda ainda é muito alta. O volume de lançamentos em 2011 dentro desse perfil deixou uma carência de muitos imóveis. O espaço e a necessidade de lançamentos ainda são enormes.”

A percepção do cenário apresentado no ano passado resultou em uma intensificação, por parte das construtoras e incorporadoras, para tentar suprir a carência do mercado este ano. “As construtoras conseguiram visualizar essa oportunidade de mercado e estão investindo mais nessas regiões, que oferecem grande velocidade de vendas”, conta Peterson Querino.

Com isso, a perspectiva é de que o mercado imobiliário mantenha a tendência de crescimento dentro da faixa de renda entre R$ 1.500 e R$ 5 mil. “É a fatia do mercado que mais cresceu nos últimos 10 anos e a comercialização de imóveis nesse período não acompanhou esse crescimento”, afirma o diretor.

ESCOLHA ACERTADA Mesmo com tantas vantagens, é essencial considerar as necessidades de cada família ou pessoa antes de fechar o negócio, conforme ressalta Peterson Querino. “Dessa forma, uma visita ao bairro escolhido para morar antes do fechamento da venda é fundamental para que se tenha certeza de que os equipamentos comunitários existentes podem suprir suas necessidades básicas.”

Localização estratégica e opções de comércio são aspectos importantíssimos. Mas, além deles, o principal é comprar o imóvel ideal para o perfil familiar e compatível com a sua capacidade financeira. “Todos esses fatores são muito importantes na decisão de compra porque estamos tratando de um bem durável de alto valor agregado”, diz Peterson Querino.

Diretor da Casa Mais, Peterson Querino diz que região comporta mais lançamentos - Eduardo de Almeida/RA studio Diretor da Casa Mais, Peterson Querino diz que região comporta mais lançamentos


Para Rodrigo Resende, na hora de se decidir pelas cidades da região metropolitana, devem ser observados, de maneira geral, os mesmos critérios adotados na hora de adquirir imóveis em Belo Horizonte. “A localização é o ponto principal. Com o crescimento das cidades e, especialmente, os problemas de trânsito e mobilidade urbana que se têm hoje em dia, as famílias buscam uma vida cada vez mais prática e confortável. Então, a localização próxima a centros comerciais e de serviços é importantíssima.”


Palavra de especialista

SÍlvio Saldanha, diretor-presidente Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG)

Facilidades para comprar

"Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, há uma grande oferta de imóveis na planta. Atualmente, as principais vantagens de adquiri-los são as facilidades para pagamento, já que em alguns casos o valor dado como sinal é irrisório e os bancos estão cada vez mais competitivos nos financiamentos imobiliários (aqui se destaca o programa Minha casa, minha vida, com taxas anuais chegando a 4,5%); as diversas opções de imóveis, inclusive com a possibilidade de alterar parte da planta para que, quando pronto, fique ao gosto do comprador. Entre as desvantagens existentes podemos apontar os constantes atrasos das construtoras para cumprir o prazo contratual, o risco de falência durante a execução do empreendimento e o descumprimento do memorial descritivo. Por isso, antes de investir nesse tipo de negócio, procure informações sobre quem está construindo. Não receba seu imóvel sem o habite-se concedido. Guarde panfletos da obra (publicidade) e não confie em promessas verbais. Se houver dúvida ou insegurança na hora de assinar, peça uma minuta e leve até um advogado ou profissional da área para análise e orientação."

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Filipe - 28 de Maio às 14:23
Êita! Enquanto todos os outros veículos estão divulgando a queda nos preços e nas vendas de imóveis, além dos inúmeros problemas das construtoras (incluindo falências), vocês só divulgam informações que parecem ter saído lá da assesoria de imprensa do Secovi, completamente descoladas da realidade...

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